segunda-feira, 30 de junho de 2008

A PERSISTENTE E PREOCUPANTE INDIFERENÇA







O artigo que eu gostava de ter escrito. As citações que eu gostaria que me fossem atribuídas.

Em suma: a opinião que eu subscrevo. Em absoluto.

As chamadas de atenção para os visados começam a ser feitas por estratos antes pouco imagináveis nessa função. E tornam-se preocupantes pela indisfarçável, pela acintosa falta de
feedback.

É o autismo, a sobranceira indiferença dos governantes ensimesmados no seu poder musculado. É o ruído ensurdecedor do vazio.

É um governo que paira num éter artificial e não sente o terramoto debaixo dos seus pés.

São estes
O MUNDO LÁ DE CIMA E O MUNDO CÁ DE BAIXO, que o Apostila arquiva para memória futura.

São, em suma, as palavras doridas de Baptista Bastos.
São as angustiantes reflexões do “miúdo da Ajuda” trazidas para aqui pelo “miúdo de Alcântara” (como um dia nos tratámos).

sábado, 28 de junho de 2008

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS





Trago a imagem e o destaque de um artigo de André Freire, de há umas semanas atrás, no Público: “Além da crise e da nova liderança do PSD, o que mudou foi que o BE e o PCP parecem imparáveis e que a maioria absoluta parece uma miragem“.

As tais manifs e os tais números, argumentos a que o sr engenheiro e a sua equipa governamental (ministro Vieira da Silva incluído, para grande surpresa de alguns) dizem não atribuir a mais remota importância, são bem reveladores do enorme fosso que cada vez mais fundo se cava entre governantes e cidadãos comuns.
Desfiles como os organizados pelo PCP ou de gentalha como os reformados, professores ou outros grupos indefesos não valem nada nem podem algum dia comover os governantes, mesmo emergidos de um partido socialista que nem este.
Mas quando se trata da “paralisação” (não digo lockout para não ir preso) dos patrões de grandes ou pequenas frotas (ou de um único camião, acumulando com o “estatuto” de trabalhador – patrão, contudo, no caso em apreço) de transporte de combustíveis e de produtos abastecedores do mercado da alimentação... Então, aí, os opositores do patronato na mesa das negociações “piam mais fininho” (passe o plebeísmo) e são capazes de dar um jeito para serenar o espírito (chantagista, há quem diga) de tais senhores e sossegar a populaça que começava a ver as prateleiras do supermercado vazias e a sentir-se um bocado cerceada nos seus movimentos...

“O que se exigia a um governo socialista era o máximo de equidade na distribuição dos custos do equilíbrio orçamental” – discorria, em antetítulo ao artigo Desigualdades sociais e governação socialista
, o mencionado politólogo.

Dois pesos e duas medidas?
Quem se atreve a pensar (ou, pior ainda, a afirmar) semelhante heresia?

quinta-feira, 26 de junho de 2008

QUE LIDE!!!




Mas que triste ideia a minha de me aventurar a debitar uns ligeiros considerandos sobre o que se passa no PPD. (Perdão: PSD) (Desculpem: PPD/PSD).

Como é que vou agora desembrulhar-me deste espinhoso e delicado debate?

Terei de enfrentar as sortes a que me candidatei e os passes de belo efeito que os meus urros provocaram.

Sem dono e sem norte, desgarrado e sem qualquer parentesco com os outros lá do curro, soltaram-me na arena para defender uma casta que não é a minha...
Sai de lá da porta dos cavaleiros a Bet, montando o seu cavalo alado, deslizando como o vento, rodopiando em meu redor, cravando-me os compridos e curtos que bem lhe aprouve e que eu, descuidado, bem mereci. Da montada, só se lhe adivinhava o halo e a fogosidade; da cavaleira o empenho posto na lide, a bravura com que cravava os ferros certeiros. Justérrimos! Revelando toda a garra que a caracteriza.

Eu bem procurava defender-me e protestava não pertencer àquele circo, não ser o meu papel aquele que incautamente proporcionei que alguém me atribuísse...
Esqueci-me, claro, que “quem não quer ser lobo...” Isso!

Mas em vão reclamava... Alea jacta est... Havia que receber, resignado, o merecido castigo a que me expus.

De seguida foi o Rui que saltou a trincheira e após me dar um baile de umas vistosas chicuelinas, umas quantas verónicas e uns tantos “capotazos” me despachou, completamente enrolado, com uns bons pares de bandarilhas, passes mais carregados de efectiva ironia que de intenção de castigo.

Ambos mereceram sair em ombros, depois das honras no centro do redondel.

Regressando ao tempo em que os animais não falam, e já fora da praça, nem foi preciso garantir aos meus dois impiedosos observadores, que não tratara ali (ontem) de defender a bondade da política da avozinha, nem a correcção das intenções de um dos mais recentes “senadores” lá da turma. (Fora de causa estava a euforia - que não é, realmente, uma feliz característica dos rapazes da minha idade - que demonstrava pelo knockout do da incubadora).

Como nem tive necessidade de invocar que não tinha o “ferro” de qualquer “ganadeiro”.

Mais: que se acho importante a existência de uma oposição de direita (melhor: de uma posição mais de direita), nem será para a ver ganhar eleições e gerir os nossos destinos, mas tão-somente para acicatar os nossos ânimos, lembrando falhas, sugerindo novas acções...

Os meus interlocutores, percebendo a minha intenção, não se pouparam a esforços para sublinhar o que eu queria dizer - mas que não deixei (desta vez) tão explícito - e para recriminar (muito justamente) a responsabilidade da turma laranja na situação que vivemos, designada e particularmente a, ora, vencedora: com a serena bravura que lhe é conhecida, e, naturalmente, sem a bela linguagem poética dos seus posts, a minha compassiva leitora. (Bravo, grande Bet, um abraço). Com a ironia e a calma que o caracterizam, o meu velho amigo Rui L (um abraço, também).



Nota: como logo se deixa ver, refiro-me aos dois comentadores da minha postagem de ontem.
Se o meu post teve algum mérito, foi tão apenas o de ter provocado as duas peças que eles aí deixaram.
Essas, sim, de gabarito.
O meu bravo e o meu abraço para eles.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

OS PARTIDOS E A MATURIDADE POLÍTICA

o novo símbolo do partido, visto por alguns críticos internos, recentemente




Em princípio poderia dizer-se: “com o mal dos outros posso eu bem".
Não é, exactamente, o caso.
Em qualquer país onde se viva em democracia, a oposição ao governo em exercício é sempre uma peça necessária e importante no equilíbrio das instituições, na discussão das políticas que visam prosseguir os interesses nacionais e no doseamento das medidas a tomar nesse sentido.
Fala-se, obviamente, de partidos credíveis, i. é, cuja organização, “nomenclatura” e líderes visam os referidos objectivos.

Tudo isto me veio à ideia, hoje, ao ler o artigo de Miguel Gaspar (MG), “O próximo ciclo”, no Público.
Falava aquele jornalista das recentes directas do PSD que, se não revelaram ainda um partido coeso (bem ao contrário, bastante fraccionado ainda por facções, capelas, baronatos e um jardim de infância), demonstraram, de algum modo, uma tendência para uma certa hegemonia da responsabilidade. Na verdade elegeu (sem grande folga, mas de forma algo convincente) a avó (é ela que faz gala no recente qualificativo) Manuela, deixou ficar em banho-maria o recém-senior Passos Coelho (para ganhar maior traquejo na gestão da coisa pública e alguma experiência na área da governação) e despachou de vez, devolvendo-o ao infantário, o rapazola que não desarma de “andar por aí”, na boémia e a coleccionar colos.


A fórmula é basto intuitiva, mas a verdade é que é da autoria de MG, que a sintetizou assim:
“O PSD voltou a ser um partido de pessoas crescidas”.

A eventual alusão a Marques Mendes só pode ocorrer a mentes perversas e mal intencionadas, já que, tenho a certeza, não é dessa estatura que fala o autor, não é esse líder que está a ser posto em causa, mas antes, seguramente, o da incubadora e o outro da mesma turma, o pouco gaio e falhado pediatra.

Será que o partido laranja estará, mesmo, disposto a não se dispersar por sensibilidades inconsequentes e a deixar a falar sozinhos tantos cérebros flamejantes que nele se reproduzem como cogumelos, todos eles detentores da verdade e da solução única?

Os testes não tardam.
Ainda que um deles – o mais decisivo, dentro de meses – possa ficcionar uma unidade que além de enganadora só pode ser oportunista.

domingo, 22 de junho de 2008

ALFORRECA SENTENCIA: BLOGUES… TERRORISTAS DA INTERNET



Os escritores, essa massa acéfala de intelectuais de pacotilha e meia tigela, na frivolidade de diarreicas expressões, única matéria que se extrai das suas mirradas e definhadas mentes, que pululam na generalidade da nossa literatura, tornando-a light, ou rósea, ou de cordel, ou a atirar para o piroso lugar-comum, que alimenta um escasso universo de consumidores, "batatas", apoucados, frívolos, carentes de matérias menos exigentes e mais triviais, as únicas que a cusquice e a debilidade das suas pobres mentes suportam e que devoram toda a casta de literatura barata, novelas incluídas, que enxameia um certo mercado…

Que diria uma (felizmente) grande parte dos escritores, que se não revêem nessa maragaridesca e re(m)elosa pintalgada?

Uma injusta e perigosa confusão, reverbariam os nossos celebrados escritores de mão cheia! Naturalmente.
Da mesma forma que terão lido e considerado a intempestiva e sórdida e exactamente injusta sentença da criaturinha que sponte sua, confessa
Sei Lá, e que, mais explicitamente, concorda que Não Há Coincidências, mas que asseverou impensadamente (?), há tempos, a um jornal responsável, mas que, por momentos, se esqueceu dessa sua condição de jornalismo de referência:
“[Os blogues] são um território de guerrilha suja, protagonizada pelos terroristas da Internet”.

A excrescência foi de tal ordem que logo foi engrossar a transcrição das tristes tiradas.

Se MRP quiser eu dou-lhe exemplo de umas mãos cheias de blogues de grande qualidade, onde se cultiva um bom e escorreito português, onde não há lugar àquela banalidade, trivialidade ou vulgaridade que proliferam na sua escrita, mas antes se apela a uma exigente capacidade de análise dos seus leitores, à realidade, ao mundo que nos preocupa…
Alguns deles da autoria de escritores, jornalistas, pensadores e cientistas que não resistem, também, ao exercício de blogar onde a absoluta liberdade e o infinito é o horizonte.

Há-os bons e maus bloguistas?

Mas qual é a área onde não subsiste (para nosso desconsolo) uma margarida rebelo pinto?
Daí que haja sempre quem não se esqueça das Couves & Alforrecas.
E daí, do mesmo modo, que alguém não tenha resistido a transmitir o ressaibo de “uma tão pura e virginal alforreca”

Nem tanto seria necessário, mas é (também) porque estas existem que maior realce ganham os prosadores de grande e reconhecido (entre os exigentes) gabarito…




sexta-feira, 20 de junho de 2008

ORA BEM: ASSIM, SIM: RESPEITINHO E DÓCIL SUBMISSÃO! PROVA DE FORÇA... SÓ COM A RALÉ INDEFESA!



Uma prova mais: não são as reais preocupações sociais que presidem às decisões do presente governo, que se diz socialista – são antes os empresários, o insaciável capital, quem comanda, indesmentível e escarrapachadamente (o termo é mais expressivo que elegante, desculpem) a acção deste PS, que suporta o actual governo.

Exemplos? Para já bastam os dois mais recentes, eloquentíssimos, dos camionistas-grandes-patrões e dos camionistas-pequenos-patrões-trabalhadores, e agora o dos laboratórios farmacêuticos.
Destes últimos, o próprio secretário de Estado da Saúde não conseguiu conter a revoltante revelação: «o aumento extraordinário (no tempo e na amplitude) do preço de 121 medicamentos” foi feito por pressão e sob a ameaça de represálias dos laboratórios.
“Meninos obedientes”. Marionetas perfeitas.
Assim, sim. O dedo em riste é o suficiente.

O povo, respeitador, sobretudo o mais carenciado e o comum dos reformados, de reconhecido desafogo e prosperidade, agradecem, resignadamente.

Até quando?


terça-feira, 17 de junho de 2008

IRLANDA: OUTRA BORBULHA



De entre as expressões de opinião, uma das que mais gosto, a par de bons textos, é do cartoon.
Se tenho vários colunistas preferidos (com alguns dos quais, no entanto, nem sempre concordo), do mesmo modo são vários os cartoonistas da minha eleição. Seria fastidioso – e, seguramente, melindroso – enumerá-los a todos, mas de entre eles empolgam-me mais aqueles cujo traço, só por si, são uma autêntica e suculenta crónica. É o caso, por exemplo, de Luís Afonso. Designadamente o seu trabalho do último Domingo, no Público, em sede de “opinião”, na sua rubrica semanal “preto, branco... e também cinzento”, um dos tais em que o “compadre” trabalha sem rede nem bengalas. Sem balões nem uma única palavra. Em que o mero “risco” vale por mil palavras. Um “tratado” sobre “... Lisboa”!

Que está soberbo!



Créditos e um abraço a Luís Afonso pela sua paciente simpatia com o autor destas linhas.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

ANIMAIS?... QUAIS DELES?...



Creio que já começam a ser incontáveis as vezes que recebi, vi e reenviei este vídeo.

Pasmo (como tantos) como ainda é possível ele não ter perdido actualidade.
Interrogo-me sobre quando deixará de ter sentido a brutal reflexão sintetizada na sua única e derradeira frase!


Donde que nunca seja de mais rever e reflectir... E divulgar... E discutir.

Não deveria alterar-se a conhecida e repetida frase "mundo cão" para "mundo homem"?

Nunca será de mais revisitar o pequeno spot.

Para a eloquência das imagens, não há, nos nossos glossários, termos suficientemente capazes de lhes traduzir o conteúdo e a mensagem.



.
.
.
.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

PARALISAÇÃO É MAIS SUAVE, MENOS OFENSIVO




Escandaloso, escandaloso, é uma greve. Isso, sim. Uma cambada de malandros, uns madraços, os trabalhadores.
Lockout? Que é isso?
Ah, não! Isso não acontece! Lá agora!?...
Os patrões? Não, impossível!

Primeiro, dias atrás, eram as parangonas do costume: Greve dos camionistas!!!
GREVE, imagine-se!
Lockout? Não, isso não se pode dizer. Cuidado.

Depois, as pessoas - conversa aqui, leitura ali, televisão acolá - começaram a ver mais clarinho.
Até porque em lugar do negrito de tamanho garrafal, aludindo greve, começaram a aparecer referências à paralisação desencadeada pela associação de transportadores rodoviários de mercadorias (e afins, porque com o mesmo estatuto e objectivos).
Mas com todo o respeitinho, sem falar em lockout, coisa que seria impensável, não tanto por ser ilegal, mas sobretudo por não estar na índole de tais personalidades (alguns deles patrões-trabalhadores, proprietários de um veículo, ou de uma pequena frota, a maioria das vezes, como acontece na Antral, a associação correspondente para os táxis).

Aliás, veio hoje, pressuroso, o Sr Fernandes, com o seu editorial no Público, decretar que “não há exactamente um lockout”...
“Exactamente”, diz o sr... Claro que entendemos: faltam uns mgs de peso bruto, talvez uns cms de caixa fechada, quem sabe uns quantos zeros entre os algarismos e o cifrão ou uma maior capacidade de voto na associação.

Bem certa a sabedoria popular: “... só é cego quem não quer ver”.
Valha-nos Santa Engrácia.
Talvez também S. Cristóvão, o patrono dos motoristas.

domingo, 1 de junho de 2008

DE NOVO POR AÍ...

ciranda cirandinha ... e livraram-se do aborto


Foi há pouco: confirmou-se há umas duas ou três horas atrás.



Dizem que vai ressuscitar e voltar a andar por aí...



Kaos, autor do “boneco” chama-lhe “política de alterne”...
Bem apanhado. Que óptima definição!

Deus nos acuda!

É o nosso karma!

(As boleias que o bom do kaos tem dado, sem querer, a tudo o que é direitinha!)

 

Web Site Counter
Free Dating Services

/* ---( footer )--- */