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Donde o persistente retrato da criatura
O SAPO DO JARDIM
Da “pérola” nos contaram
haver um tal sujeitinho
tão gorducho e mal feitinho
tão careca e sem jeitinho
tão grosso e tão rasquinha
tão palhaço e sem gracinha
que todos s’espantavam!
De humanóide jeito e trato
ainda que bem pungente
até parecia gente
um tão repelente sapo
Quem havia d’imaginar
que nos tempos de agora
como até nos de outrora
houvesse, por ali fora,
tant’aqui como lá fora
tanta gente a toda a hora
de gozo a rebentar?
Sem parança, o seu festim
mergulhava em histeria!
Qual seria da alegria
o motivo em cada dia?
Ninguém mais se lembraria
Ser dos modos, quem diria,
desse sapo do jardim!
Proclamam chefe ess’ anuro
só por graça e sem tenção.
Mas p’ra grande admiração
da dita povoação
e p’ra grande espantação
do próprio, a impressão
foi a de desastroso furo!
Dum sapo, nem a virtude
s’ a ela houvesse lugar
e se fosse d’ aprontar!
vamos, sim, melhor pensar
e o batráquio despachar
de repente e sem olhar
para o fundo do talude.
Se da ‘stória houvesse moral
como soe acontecer
ela só podia ser
nestes termos tal e qual:
Que tal sapo se recolha
ao reino dos animais
pois não qu’remos outra escolha
do mundo desses iguais
PROSEMA elegíaco de um “cubano” do “contenente” amante da “pérola” e que acha que ela devia ter bem diferente sorte!
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