Estava longe de pensar que muitos anos depois, me deixaria deslumbrar, e vidrar, frequentemente, com a astronomia…
A soberba beleza das fotos e dos filmes acerca do Universo, de que somos uma insignificante partícula, deixa-me perfeitamente fascinado, perplexo, abismado, absorto.
Na minha fraca ideia, cuido que existe um chegado parentesco entre as duas disciplinas, e daí que me sentisse atraído, igualmente, pela física, a cujas rígidas regras, segundo suponho, obedece a organização e o movimento deste mundo infinito em que nos encontramos.
Donde, portanto, que tentasse penetrar nalguns textos sobre a matéria… Mas!... (Bahhhhhh!!!…) Se o texto tiver uma abordagem mais académica… Lá me sinto envolvido por uma névoa impenetrável.
Não é que a física seja uma matéria muito difícil de digerir. Pelo contrário: a coluna da passada SX 15AGO, no Público, do Prof Carlos Fiolhais (UC), intitulada Vem aí o Big Bang, mostra como se trata de assunto de uma chã facilidade. Por exemplo: no universo verificaram-se (verificam-se) colisões de partículas elementares a altíssimas velocidades, os hadrões…
“O que são hadrões? Ora toda a gente sabe que se trata de “partículas nucleares, que incluem os protões e os neutrões, ambos formados por três quarks, partículas que são blocos básicos que constituem a matéria. Toda a matéria é feita de quarks, electrões e neutrinos, os quarks no núcleo atómico, os electrões em volta e os neutrinos vadios por todo o lado. Os protões, ao baterem uns contra os outros libertarão uma prodigiosa energia, que, em obediência à mais conhecida fórmula de Einstein, se transformará em matéria e antimatéria.” Tudo isto provoca, muito seguramente, um feérico fogo-de-artifício das mais variadas partículas, o que torna o espectáculo ainda mais fantástico.
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Todos (os leigos na matéria) ficámos completamente esclarecidos e a compreender a mecânica celeste, e “de que são feitas as coisas”, depois deste excerto do que o Prof muito paciente e convincentemente nos explicou.
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Então a física não é mesmo uma daquelas matérias intuitivas e de fácil compreensão?
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Claro que sim, como logo se deixa ver deste pequeno exemplo que aí fica.
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E a astronomia?
Para além das minudências em que se traduz cientificamente, e que ensombram
o nosso entendimento de pessoas comuns, deve ser, antes de mais, um deslumbrante espectáculo.
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Porquê?
Ora vejam só...
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uma galáxia (Wikipédia)
fusão de galáxias (imagem captada pelo telescópio Hubble)
disco espiral gigante de estrelas, poeira e gás com 170.000 anos-luz
de diâmetro, ou seja, com mais de vez e meia o tamanho da galáxia
que habitamos, localiza-se na constelação da Ursa Maior,
à pequena distância de 25 milhões de anos-luz da Terra.
Calcula-se que esta galáxia (por enquanto denominada M101)
seja constituída por mais de um bilião de estrelas,
e destas, uns mil milhões delas poderiam ser equiparadas
ao nosso sol em termos de idade e temperatura
imagem da coroa solar, em raios x, captada por um telescópio
a bordo de um satélite (Wikipédia)
disco espiral gigante de estrelas, poeira e gás com 170.000 anos-luz
de diâmetro, ou seja, com mais de vez e meia o tamanho da galáxia
que habitamos, localiza-se na constelação da Ursa Maior,
à pequena distância de 25 milhões de anos-luz da Terra.
Calcula-se que esta galáxia (por enquanto denominada M101)
seja constituída por mais de um bilião de estrelas,
e destas, uns mil milhões delas poderiam ser equiparadas
ao nosso sol em termos de idade e temperatura
imagem da coroa solar, em raios x, captada por um telescópio
a bordo de um satélite (Wikipédia)
são as galáxias NGC 3808 (à direita) e NGC 3808A (à esquerda)
e a força gravitacional que exercem uma sobre a outra molda-lhes
os contornos e faz com que «dancem» uma com outra, na constelação de Leão,
a 300 milhões de anos-luz da Terra.
Este deslumbrante espectáculo foi descoberto nos anos 70,
mas só em Fevereiro de 2007 é que o pas de deux galáctico foi fotografado.
Foto: NASA, ESA, and the Hubble Heritage Team (STScI/AURA)
a galáxia “Sombrero” (M104), imagem colhida pelo Hubble
tem mais de 3 000 km de comprimento e cerca de 8 km de profundidade.
(Wikipédia)
imagem do nascimento de estrelas a 12 mil milhões de anos-luz da Terra
(importada da grande rede, tal como as anteriores cuja fonte não é identificada)
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Chegarão os exemplos agora aí deixados para explicar porquê o meu fascínio?
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Em duas das imagens fala-se de distâncias à Terra de, respectivamente, 300 milhões de anos-luz e 12 mil milhões de anos-luz.
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O universo observável tem um raio de cerca de 13 700 000 000 anos-luz.
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O ano-luz é uma medida de distância do espaço cósmico e corresponde a 9 460 536 207 068 km. Dito por palavras, temos que: a um ano-luz correspondem nove biliões quatrocentos e sessenta mil quinhentos e trinta e seis milhões duzentos e sete mil e sessenta e oito quilómetros!
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Se isto corresponde a realidades que o nosso “bestunto” dificilmente compreende, então da unidade de distância mais usada pelos astrónomos – PARSEC (uma contracção de PARalax mais SECond) -, dessa nem me atrevo a adiantar nada, pois que nem a entendi direitinho.
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Aquelas distâncias acima referidas de 13 700 milhões, 300 milhões e 12 mil milhões de anos-luz, para só referir estas, são valores que nos minimizam mais ainda, de inimagináveis que são.
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A nossa galáxia, a Via Láctea, tem cerca de 100 000 anos-luz de diâmetro. Imaginemo-nos instalados numa hipotética nave espacial (já nem digo confortavelmente, pois que, atendendo à imponderabilidade, a questão nem se deve pôr), viajando próximo à velocidade da luz (ou seja, à moderada e insignificante velocidade de 300 mil Km por segundo), a nave levaria pouco mais de 100 000 anos para cruzá-la.
Bom, para fazermos uma ideia de tal velocidade, à nossa escala, basta dizer que essa velocidade (300 000 Km/seg) é aquela com que num segundo daríamos sete voltas e meia ao perímetro da Terra. Pois, mesmo a essa impensável velocidade levaríamos mais de 100 000 anos para cruzar a nossa galáxia de lés.
Acham que vale a pena experimentar e esperar para ver se é verdade? (O que logo nos lembra a história contada acerca de Salazar e da longevidade da tartaruga)
É que nem valeria a pena ir à janela da nave a observar o espaço (o que deveria ser muito louco!), já que a uma tal velocidade não dava para ver coisa nenhuma. Assim, por mais livros, puzzles, su dokus, kakurus e MP3, jogos e paciências que se levassem para as horas de vigília, cem mil anos além de ser, garantidamente, uma canseira, era tremendamente fastidioso. Talvez seja mais aconselhável nem tentar.
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Em duas das imagens fala-se de distâncias à Terra de, respectivamente, 300 milhões de anos-luz e 12 mil milhões de anos-luz.
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O universo observável tem um raio de cerca de 13 700 000 000 anos-luz.
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O ano-luz é uma medida de distância do espaço cósmico e corresponde a 9 460 536 207 068 km. Dito por palavras, temos que: a um ano-luz correspondem nove biliões quatrocentos e sessenta mil quinhentos e trinta e seis milhões duzentos e sete mil e sessenta e oito quilómetros!
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Se isto corresponde a realidades que o nosso “bestunto” dificilmente compreende, então da unidade de distância mais usada pelos astrónomos – PARSEC (uma contracção de PARalax mais SECond) -, dessa nem me atrevo a adiantar nada, pois que nem a entendi direitinho.
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Aquelas distâncias acima referidas de 13 700 milhões, 300 milhões e 12 mil milhões de anos-luz, para só referir estas, são valores que nos minimizam mais ainda, de inimagináveis que são.
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A nossa galáxia, a Via Láctea, tem cerca de 100 000 anos-luz de diâmetro. Imaginemo-nos instalados numa hipotética nave espacial (já nem digo confortavelmente, pois que, atendendo à imponderabilidade, a questão nem se deve pôr), viajando próximo à velocidade da luz (ou seja, à moderada e insignificante velocidade de 300 mil Km por segundo), a nave levaria pouco mais de 100 000 anos para cruzá-la.
Bom, para fazermos uma ideia de tal velocidade, à nossa escala, basta dizer que essa velocidade (300 000 Km/seg) é aquela com que num segundo daríamos sete voltas e meia ao perímetro da Terra. Pois, mesmo a essa impensável velocidade levaríamos mais de 100 000 anos para cruzar a nossa galáxia de lés.
Acham que vale a pena experimentar e esperar para ver se é verdade? (O que logo nos lembra a história contada acerca de Salazar e da longevidade da tartaruga)
É que nem valeria a pena ir à janela da nave a observar o espaço (o que deveria ser muito louco!), já que a uma tal velocidade não dava para ver coisa nenhuma. Assim, por mais livros, puzzles, su dokus, kakurus e MP3, jogos e paciências que se levassem para as horas de vigília, cem mil anos além de ser, garantidamente, uma canseira, era tremendamente fastidioso. Talvez seja mais aconselhável nem tentar.