segunda-feira, 26 de julho de 2010

O SAPO

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primeiro, pela notória falta de jeito, logo se nota o toque de snobeira que significa a charutada;
segundo, a mesma nos recorda a parábola do sapo fumador
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Não param as tropelias do prepotente, rasca e falto de verticalidade “patrão” da ilha: desta vez com a “grande farra” e o regabofe que é a FSDM (Fundação Social Democrata da Madeira), que leva à mudança do cenário da rentrée do Chão da Lagoa para uma herdade de 720 mil metros quadrados (aliás, sob investigação!) que integra um vasto património da fundação, composta por 32 prédios e um parque automóvel que inclui viaturas topo de gama, inclusive um Rolls Royce, tudo avaliado em mais de 10 milhões de euros (onde, como é de esperar, reinam as isenções de impostos e os negócios “fantásticos”!).

Donde o persistente retrato da criatura

O SAPO DO JARDIM

Da “pérola” nos contaram
haver um tal sujeitinho
tão gorducho e mal feitinho
tão careca e sem jeitinho
tão grosso e tão rasquinha
tão palhaço e sem gracinha
que todos s’espantavam!

De humanóide jeito e trato
ainda que bem pungente
até parecia gente
um tão repelente sapo

Quem havia d’imaginar
que nos tempos de agora
como até nos de outrora
houvesse, por ali fora,
tant’aqui como lá fora
tanta gente a toda a hora
de gozo a rebentar?

Sem parança, o seu festim
mergulhava em histeria!
Qual seria da alegria
o motivo em cada dia?
Ninguém mais se lembraria
Ser dos modos, quem diria,
desse sapo do jardim!

Proclamam chefe ess’ anuro
só por graça e sem tenção.
Mas p’ra grande admiração
da dita povoação
e p’ra grande espantação
do próprio, a impressão
foi a de desastroso furo!

Dum sapo, nem a virtude
s’ a ela houvesse lugar
e se fosse d’ aprontar!
vamos, sim, melhor pensar
e o batráquio despachar
de repente e sem olhar
para o fundo do talude.

Se da ‘stória houvesse moral
como soe acontecer
ela só podia ser
nestes termos tal e qual:

Que tal sapo se recolha
ao reino dos animais
pois não qu’remos outra escolha
do mundo desses iguais


PROSEMA elegíaco de um “cubano” do “contenente” amante da “pérola” e que acha que ela devia ter bem diferente sorte!

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terça-feira, 20 de julho de 2010

TO BE OR NOT TO BE…

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De há já bastante que circulam na rede certos textos de marcada qualidade literária e de conteúdo de grande profundidade que são propostos à nossa reflexão, em vídeo ou em power point (pps), como se foram escritos por grandes nomes da literatura… Mas que, afinal, ao fim e ao cabo, são antes textos de “ilustres” anónimos.

Amigos meus que me enviaram alguns textos desses como sendo da autoria de grandes celebridades do mundo das letras, receberam a minha resposta acerca da falsa paternidade atribuída nesses casos.

O que se passa é que há pessoas que encontram textos anónimos, ou que os produzem ou plagiam porque tiveram capacidade e ou ocasião para isso, e, para terem uma grande divulgação usurpam nomes celebrados do mundo da Literatura.
Muitas dessas situações já são sobejamente conhecidas, outras tornam-se de fácil detecção.

Há tempos – muitos, muitos meses já – recebi por e-mail uma dessas peças como sendo do nome maior do universo literário da língua inglesa.
Tratava-se de um uma “mensagem” nada mais nada menos que “de” William Shakespeare, intitulada «aprender».

Perante um texto destes, sobretudo se de rara divulgação ou, pior ainda, se desconhecido ou quase, a primeira coisa que me ocorre é admitir que seja apócrifo.
Foi exactamente a primeira coisa que me ocorreu ao ouvir o belo poema: será, mesmo, na verdade, ou não, do autor de Hamlet.

Daí que não o tenha nunca reencaminhado pelo correio electrónico, noutras direcções.

Desfiz, entretanto a dúvida: como li algures, na rede, trata-se de um poema feito (plagiado) por Verónica Shoffstall sobre um outro em língua inglesa de autor desconhecido.

Poema bonito, sem dúvida, mas de W. Shakespeare coisa nenhuma, como o próprio texto, até ele próprio, se bem analisado, deixa logo adivinhar.

Nestas coisas, como sabemos, “tropeçam” mais os brasileiros que vão, de imediato, a correr pôr em curso a sua descoberta.

Este, agora em apreço, é interessante, pois, e com matéria de reflexão, como deixei dito e entendido acima; e mais: muito bem dito.
Por essa razão, sim, trago-o para estas páginas. Não por motivo da paternidade que lhe atribuem que, tudo leva a crer, é falsa.

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"Aprender" - é o título que trazia.

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

O ESTADO DA NAÇÃO

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O Alfredo é um génio.
Não colecciono todas as suas argutas observações porque o Luís Afonso merece melhor arauto do que eu da sua obra. Mas algumas das que eu acho mais geniais… Vou-as deixando aqui… Sempre há quem dê umas espreitadelas.
O meus novos obrigado e abraço ao Luís Afonso

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(Luís Afonso, Público, hoje, Opinião, Bartoon)

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segunda-feira, 12 de julho de 2010

A QUESTÃO PALESTINIANA

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O Holocausto não faz esquecer nem ajuda à compreensão da questão palestiniana.
E para condenar a insustentável posição israelita neste processo não é preciso ser anti-semita.

A força da razão dos palestinianos é a mesma dos israelitas.
Por mais ameaçados que estes se sintam, nunca a força das armas será, definitivamente, aceite em substituição da dos argumentos.

A negociação equilibrada terá, forçosamente, que ser aceite por Israel e seus aliados.

O pequeno vídeo que, de seguida, mostra como os israelitas resolvem esse problema, está extraordinariamente bem conseguido.

Israel não pode, por todo o sempre, pretender fazer valer o seu poderoso braço armado nesta questão.

A paz é possível, necessária, urgente.

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quinta-feira, 8 de julho de 2010

A VERDADE DÓI? É FÁCIL: IGNORA-SE

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Recebi-o – este vídeo – por e-mail. Aí uma meia dúzia de vezes. Ou mais.
Ainda hesitei postá-lo, por estar muito divulgado. Mas logo me decidi pela positiva: haverá sempre alguém que o não conhece e que vai gostar de o apreciar.

Trata-se de uma séria e frontal intervenção, sem termos, nem expressões, nem atitudes apenas de fachada, sem vozes melífluas nem punhos de renda como nesses areópagos se está habituado.

O assunto da Grécia (para além de certos aspectos que terão a ver, mesmo, e só, consigo mesma) é ali tratado chamando aos “impressionados” crocodilos europeus pelos seus nomes, sem qualquer complacência e com uma verdade que, se eles tivessem pudor, se envergonhariam.
Daniel Cohn-Bendit não esconde a cara nem escolhe palavras elegantes e chama às situações e às pessoas pelos respectivos nomes, por exemplo doidos e hipócritas.
Assim, tal e qual.

Alguns “senhores” eurodeputados devem ter ficado chocados com semelhante “desconchavo” (na sua “sensível” opinião). E devem ter continuado bem com as suas consciências (de chumbo).

Ben(d)i(t), Daniel


Veja, então:O PESO E O INCÓMODO DA VERDADE!



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quarta-feira, 7 de julho de 2010

A LUCIDEZ E ASSSERTIVIDADE DE JORGE SAMPAIO

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Jorge Sampaio foi esta noite entrevistado na RTP por António José Teixeira, sobre o que não deixo mais que um apontamento.

JS não se ficou, como a maioria dos mais comentadores, pelas afirmações de vagas de optimismo.

Para ele a questão está essencialmente nas pessoas. E disse que tinha confiança nos portugueses que hão-de tudo querer e tudo fazer para se entenderem na tomada das medidas necessárias para enfrentar seriamente a crise e seriamente lhe encontrarem soluções. E a uma pergunta (uma apenas, para exemplo) concreta sobre a sua opinião acerca do que se passa, “quer em cima”, “quer em baixo”, sobre o mau, injusto, por vezes escandaloso uso de benefícios sociais (sistemas de saúde incluídos) que de todo deviam ser negados em certas situações muito concretas, o ex-presidente respondeu que não iria fazer o comentário directo à situação, pois que tem grande respeito pela regra da universalidade. Mas que acredita na possibilidade de as situações serem concretamente avaliadas e objecto de novas e indiscutíveis medidas, óbvia e necessariamente aplicáveis sobre o afastamento tal princípio em casos bem definidos.

Jorge Sampaio, que os detractores descreviam como pessoa de discurso redondo e ininteligível, foi convidado a pronunciar-se sobre tudo aquilo que os media ultimamente nos tem oferecido, envolvendo acusações, suspeitas, versões antagónicas, e tudo o mais que ajuda a confundir o que realmente se passa, ou seja, ali esteve sob fogo apertado, mas acho que foi muito assertivo e muito claro quanto à sua avaliação da situação em que nos encontramos e sobre a forma harmónica e solidária sobre que cada um de dos actores sociais, dos diversos quadrantes e plataformas, se deviam encontrar e discutir a perigosa situação. E acerca desta possibilidade falou em duas características indispensáveis para que a análise e a acção comum pudessem desenrolar-se e frutificar: em humildade e em ninguém se colocar de fora ou à margem da origem de os problemas.


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terça-feira, 6 de julho de 2010

… E, JÁ AGORA…



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Não é só nas suas obras maiores, monumentos únicos lidos em dezenas de línguas estrangeiras em tantos países do mundo, que se sente o pulsar de Saramago, preservando a sua memória, é até mesmo nos “Cadernos de Lanzarote”, o seu diário, repositório de reflexões avulsas, de críticas e opiniões sobre diversos assuntos, de pensamentos e máximas sobre os mistérios da vida e o decurso dos dias que delimitam a nossa curta existência.

Neles toma posição indisfarçável de violenta repulsa acerca do que são os meios e os pretextos para tornar a vida no Mundo cada vez mais insuportável para a maioria dos seus habitantes.

Assim, ao ouvir falar num eventual projecto, do parlamento peruano, de privatizar a exploração de importantes zonas arqueológicas, como Machu Picchu e a cidadela pré-inca de Chan Chan (“la loca carrera privatista de Fujimori”), corria o ano de 1995, logo verte no dia 1 de Setembro toda a raiva e a revolta que lhe vai na alma, ao ponto de rematar a sua indignação com uma frase nada comum na sua fraseologia habitual!
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«Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan, privatize-se a Capela Sixtina, privatize-se o Pártenon, privatize-se o Nuno Gonçalves, privatize-se a Catedral de Chartres, privatize-se o Descimento da Cruz de António da Crestalcore, privatize-se o Pórtico da Glória de Santiago de Compostela, privatize-se a cordilheira dos Andes, privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for o diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo… E, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

(cfr Cadernos de Lanzarote, Diário-III, págs 147/148, Ed Caminho, 2ª edição, 1996)



segunda-feira, 5 de julho de 2010

O PRIMEIRO-MINISTRO… VÁ LÁ: VICE-PRIMEIRO-MINISTRO PASSOS COELHO

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Com muita frequência, algumas vezes até várias vezes ao dia, vemos Passos Coelho na TV rodeado de jornalistas, em declarações sobre matéria decisória de Governo.
O recentemente eleito líder do PSD é claramente o novo primeiro-ministro, cada vez melhor dominando os diversos dossiers e sobre eles tendo a palavra definitiva.
Só nominalmente Sócrates é o chefe do governo, o que aliás não deixa de ser da melhor conveniência para Passos Coelho: é na realidade muito mais vantajoso não sofrer o odioso de eventuais medidas tomadas/a tomar e o desgaste de imagem que a governação traz.
Ou seja, Passos Coelho “governa” ganhando pontos sucessivos e sem quaisquer desvantagens. As que eventualmente aconteçam vertem, inexoravelmente, contra Sócrates.

Demais, tem sido deprimente a imagem que este governo tem dado, sobretudo desde a ascensão do líder do PSD: por todas, veja-se o triste espectáculo dado pelo governo e pelo retórico Jorge Lacão no “Prós e Contras” da passada Segunda-feira, 28.06, acerca das SCUTS, um completo desnorte entre o que afirmava o governo, através da tutela, e o que transmitia Lacão, naquele programa, acerca de um mesmo ponto.
Assim, é fácil encontrar terreno para compreender um incurável e inexplicavelmente optimista primeiro-ministro em comparação com as vozes mais sensatas que se vão ouvindo, tornando-se aquele cada vez mais descredibilizado.
Passos Coelho chegou a afirmar que não vai “andar com o Governo ao colo”… Mas não acredito que faça grande esforço para o evitar, pois é bem capaz de lhe dar algum jeito que isso aconteça.
Até porque lhe dá um certo traquejo durante este “estágio”.

Uma tristeza, um desastre, uma farsa este governo deste PS!
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

SEMPRE OPORTUNO E ATENTO, O BARMAN

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(sempre com a gentil compreensão e de Luís Afonso: em Bartoon, Opinião, Público, hoje)
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