terça-feira, 31 de julho de 2007

AINDA A APLICAÇÃO DA LEI DA IVG NA MADEIRA

Anteontem ficaram aqui os traços caricaturais de uma séria e grave questão: a aplicação da lei da IVG no arquipélago da Madeira. Em território nacional, como de todos é sabido.
Bom, não apenas os traços caricaturais, como certos comentários trazidos pela pena do subdirector do Público, Amílcar Correia, ou a propósito dos mesmos.

Hoje, deixo uma síntese de um artigo de 900 palavras, de Vital Moreira, sobre a questão. Vou mesmo deixar, apenas, o destaque, o lead do trabalho:
“É inadmissível que o Estado pague a uma região autónoma o cumprimento de leis que elas estão obrigadas a executar”

O pomo da questão foi já adiantado, no post de antes d’ ontem: as “autoridades” e os representantes da força política que governam a região autónoma, não negam a existência da lei e a sua aplicação no arquipélago. (Não terão, por qualquer motivo, coragem para tanto. Talvez só neste instante). Dizem é que os cofres regionais não podem suportar o encargo que resulta dessa aplicação. (Outra forma – a costumada “esperteza saloia” – de negar a sua aplicação naquela área jurisdicional).

Daí os comentários que já aqui ficaram registados.

A perspectiva hoje abordada pelo prof de Coimbra é um reforço aos argumentos da unidade nacional no respeitante à legislação em certas matérias. E à respectiva incumbência de as competentes autoridades as fazerem cumprir e aplicar. Em cada parcela do território da República.

Parece que se vai fazendo tarde para arrepiar um caminho que já leva grande percurso: o da complacência dos órgãos de soberania da República e dos líderes nacionais do partido de que saiu a maioria que governa a região autónoma de que ora se trata, relativamente ao seu “eterno” dirigente local.

Ontem, mesmo, se dava aqui conta da degradação a que se chegou no que concerne à atitude da última daquelas referidas entidades: o presidente do PPD/PSD.
Impossível que “o filme” passe pela sua mente sem sentir náuseas.

O chefe do governo regional da Madeira de há muito revela falta de senso, de equilíbrio, de dignidade, de sentido de Estado; de maneiras, mesmo; de seriedade e de honorabilidade. Bem ao contrário, desde sempre mantém uma conduta de permanente afrontamento com os órgãos do poder nacionais. Não são apenas os modos agressivos e grosseiros que utiliza em declarações quer oficiais quer oficiosas. Públicas, de todo o modo. É nomeadamente a falta de carácter e de lealdade que o levam a exigir que, em vez de se enquadrar a região no todo nacional, quer um tratamento diverso, como se de dois países se tratasse.

De complacência em condescendência, de cedência em transigência, os representantes dos órgãos máximos da República vão dando azo a que o regabofe se perpetue naquela parcela nacional.

Espectáculo triste. Situação absurda. Inadmissível.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

"NOSSO GRANDE LÍDER"

imagem de Gregório Cunha/Lusa(foto da edição impressa do Público e da edição online, para assinantes)

Exactamente "nosso grande líder" - foi como ele disse.

A expressão não se refere a O QUERIDO LÍDER Kim Jong II. Nem a devoção é, propriamente, a de um desconhecido militante extremista.

A idolátrica alusão parte, por incrível que pareça, de um português que almeja estatuto de homem de Estado. E relativamente a quem? Presumivelmente, ainda que por extravagante hipótese, em relação a qualquer grande e carismático líder nacional do PPD ou, quiçá, do PSD.
Mas é que não.
Foi assim que Marques Mendes, no Chão da Lagoa (Madeira), se referiu… A Alberto João Jardim!!!

(Ai, os votos, que caros que estão!)

Mas, vendo bem, nem será caso para espantar tanto quanto tudo isso. É que se a veneração do líder nacional do PPD/PSD (parece que ficamos nisto, por enquanto) pelo dirigente regional do mesmo (???) partido é o que vê pela expressão utilizada, a deste por aquele não lhe fica a dever muito.
“Onde está esse sacana?” “É tão pequenino que ninguém o vê” – diz, com o maior enlevo, cheio de visível ternura e admiração, o anfitrião, acerca do seu convidado.
“Vem ali atrás…”, respondem a Jardim, com Mendes perdido entre os militantes” - prossegue o relato de Tolentino de Nóbrega.
“Olha o Ganda nóia”, diz a pequenada quando identifica o político que passa quase despercebido entre militantes apinhados para cumprimentar o “nosso líder” Jardim.”

Bom, isto não é uma democracia, é uma promíscua bandalheira, um convívio degradante, de “capelinha” em “capelinha”, em que o suposto líder indígena é assim descrito: “mais moderado no consumo, mesmo quase irreconhecível em relação a anteriores edições, Jardim confessa que não está nos seus dias. “Está muito calor. Nem dá para beber”, justifica. Isto depois de algumas linhas antes, o mesmo T. de Nóbrega ter anotado:
“Isto é mesmo fantástico. É muito melhor do que imaginava, comentava Mendes para os seus colaboradores a quem passava os copos, sem ingerir qualquer bebida.

(E a crise que está aí? E o preço a que estão os votos?!!!)

Tudo isto se passa, sublinho, na “festa da autonomia”, em que o bombo foi Sócrates (sempre provocatoriamente referido por sr Pinto de Sousa – o nome de um dos acusados no processo do Apito Dourado), recorda ainda o mesmo jornalista.

Enquadrando melhor, sigamos o relato de Tolentino de Nóbrega: “presente na maior festa” do partido, de que fora afastado em 2005 por criticar os desaforos de Jardim contra a presença de chineses na Madeira e contra os “bastardos e filhos da puta” na comunicação social, Marques Mendes seguiu as pegadas do líder regional na via-sacra pelas seis dezenas de tasquinhas, antes de partilhar com os principais dirigentes regionais o palco onde actuaram Tony Carreira e duas dezenas de artistas.”

Na verdade, fica-se perplexo

Ser-se baixo, não é preocupação de monta. Estar-se de cócoras perante alguém, isso sim, devia ser preocupante.

(E os votos, meu Deus! Quem lhes chega?! Que carestia de vida!...
E o que uma pessoa tem de aguentar, os sapitos que tem de engolir para os conquistar?!...)

É a degradação no seu máximo!

É a política no seu pior!


domingo, 29 de julho de 2007

O ABORTO E AS PRIORIDADES DE AJJ

o governante madeirense, em pose adequada, pela "pena" criativa de kaos

Há coisas que se não podem esperar nem exigir de certas criaturas: verticalidade, por exemplo. E seriedade. E hombridade.
Não é coisa que se aprenda. Ou se nasce com elas, ou nada a fazer.
O que o mundo nos ensina, o que os outros nos recomendam, isso sim, é a noção de ridículo. E quando esta se perde… Mais nada há a esperar.
O patrão da “êlha” enxerga-se muito mal. Perdeu-a por completo. Assim como os seus acólitos.

As bacoquices, os dislates, as grosserias, o destempero, a alarvice, a absoluta ausência de senso, o incontornável despotismo, a desmedida insolência do chefe do executivo madeirense são uma constante na sua postura e actuação.

Agora – os pretextos para contumácia dos irreverentes e indisciplinados nunca faltam – é a desculpa de que o orçamento da região autónoma não tem maneira de suportar as acrescidas despesas com a aplicação da lei da IVG.
Como todas, desculpa de mau pagador. De farsante. De demagogo. Rasca.
Contudo, alguém se deu ao cuidado de desmontar o artifício e mostrar a demagogia e o arbítrio do indígena. E demonstrou que tais despesas representam a “astronómica” fracção de 0,07 (ZERO VÍRGULA ZERO SETE) do orçamento regional para o sector da saúde e um QUARTO DO SUBSÍDIO que o governo da região atribui ao RALI da Madeira…
Mas o subdirector do Público, Amílcar Correia, vai mais além e explica: fala-se – entendamo-nos – de uma verba de 230 MIL EUROS, a destinada a fazer face à aplicação da nova lei. Valor que significa, apenas, “7,7 por cento dos três milhões de euros que o governo regional irá economizar com a redução do número de deputados”, “ou MENOS 96 SEGUNDOS [ESCASSOS MINUTO E MEIO!!!] DE FOGO-DE-ARTIFÍCIO com que Jardim celebra todos os anos (de forma pomposa) o final de ano!”

Trata-se, afinal, de uns trocados, para os cofres da região.

E Amílcar Correia recorda, hoje, mais, ainda. Trata-se da região acerca da qual “O Tribunal de Contas chamou a atenção, várias vezes, para a política de subsídios praticada pela Quinta da Vigia, devido aos seus presumíveis despesismos e ausência de rigor, que costuma privilegiar instituições mais propícias a bajular o eterno presidente regional.
Financiar rádios, jornais, clubes de futebol, ralis ou o fogo-fátuo da última noite do ano são opções que não surpreendem neste circo em que o Funchal há muito se transformou, com a contemporização silenciosa de quem habita Belém e São Bento ou se senta na cadeira de líder do PSD”.

As verdades são incontornáveis. As prioridades… Essas, sim, andam à vontade do freguês.

Tudo mais que esclarecido.



sábado, 28 de julho de 2007

DIZ-ME O QUE LÊS…




Para sabermos, mesmo, o que de relevante se passa no mundo, é preciso saber procurar e encontrar os bons meios de comunicação. Óbvio.

Hoje quis dar uma olhadela mais atenta pelo jornal que mais se vende no país. Claro que falo do Correio da Manhã (CM).
(Curiosamente, vejo-o debaixo do braço de pessoas que nunca imaginaria…!)

Na verdade, como poderia saber da (es/ins)tabilidade da vida conjugal da Bárbara e do Manuel Maria (e dos progressos do Dinis Maria) se não fosse pegar no CM? Bom, e aí, logo em caixa (cacha, dá muito mais sainete), na 1ª página, sou encaminhado para o Correio Vidas. Uma vez aí, sim, passo a pente fino tudo o que qualquer cidadão que se preze deve saber acerca da nata dos cidadãos do seu país.
Outras notícias, igualmente importantes e equiparáveis, ressaltam daqueles destaques sóbrios que, para além do CM, só podemos encontrar no melhor jornalismo nacional: no 24 Horas e no Crime.

Uma página adiante, eis que deparamos com um editorial extraordinário: uma voz se ergue no deserto proclamando aquilo que na “Cidade” todos contrariam.
Mas porque me habituei a respeitar as vozes clamantes no deserto (pudera, se não me habituara!), li com toda a atenção que um insigne Emídio Rangel merece, o seu editorial. E, sem qualquer equívoco ou sinal de hesitação, constatei: “acho injusto que Manuel Alegre olhe para o melhor Governo que se formou em Portugal depois do 25 de Abril com olhos de cego.”
Mas não é tudo. Acerca do artigo do velho senador, Rangel perorava, ainda: “a postura diletante de Manuel Alegre (…) não se compatibiliza com um Governo determinado e organizado. O MEDO É PURA FICÇÃO.”
Podia não ser. Era natural que não fosse: mas é mesmo meu o sublinhado.

E Rangel usa como termos de comparação Governos de antes e depois do 25 de Abril. É uma leitura possível. Bem provável.

E fala de Manuel Alegre com uma postura diletante. Aí sem conceder qualquer dúvida nem permitir quaisquer comparações.
Rangel dixit.
Ámen.



Mas há mais. Há muito mais e mais importante, talvez. Há um caderno de Economia.
Entrei.
“Bancos lucraram 4,7 milhões por dia”.
Como sou provinciano, como a maioria dos portugueses, fiquei de boca aberta. Mas não me engasguei.
Mais esmiuçado, podia constatar: “BES, BCP e BPI ganharam 867,8 milhões de euros no primeiro semestre de 2007.”
Podia lá mostrar espanto. Menos ainda indignação. Isso deixei para os que têm menos anos de “civilidade” que eu (ou que estão mais próximos das raízes provincianas).
Mais explicadinho?
Pronto: “BES, 307; BPI, 193; BES, 366.” Milhões, é evidente. Euros, claro está. Como na nossa doméstica contabilidade.

Bem tentei matérias menos dolorosas. Mas é difícil num diário que cuida da nossa actualização. Primando pela qualidade da mesma, é evidente.
Coisas agradáveis… Só se procurarmos o País de Alice.
Que eu não desespero.

E então entrei na área do noticiário nacional.
E em PORTUGAL encontrei os seguintes títulos, subtítulos ou destaques:
“Dor e emoção no funeral de Ricardo”. "Sacerdote recorda os Pastorinhos de Fátima para aliviara dor da família."

Como não sabia do que se tratava (não li o CM de ontem, nem acompanho os noticiários da TVI) procurei esclarecer-me minimamente: trata-se de um miúdo de 11 anos que foi “assassinado pelo irmão, em Caranguejeira.” (Pela minha saúde e “pelas alminhas que lá tenho” que falo a sério. Até porque nem são coisas com que se brinque. Mais: é matéria tratada pelo jornal que mais vende no país!)
(Com franqueza, nem sei onde fica Caranguejeira – ainda por cima, o Michelin recusou-se a uma ajudinha – nem conheço mais pormenores sobre o acontecimento. Mas creio que se alguém pretender saber mais detalhes poderá, com proveito, ler as anteriores edições do CM ou, quiçá, o 24 Horas ou o Crime.)

Outros títulos, subtítulos e destaques?
Pois não.
“Sequestrado aparece de calções no Alentejo”
“Baleado ao defender prima”
“Ex-GNR geria casa de meninas”
“Acidente mata casal e fere sete”
“Camião cai de viaduto no IC2”
“Bebé atirado de janela recupera”
.

(É tal e qual como quem “apanha” uma vacina!)

Mudei de ares. Que é como quem diz, virei a página.

Correio Vidas.
Ah, bom! Finalmente. Eu não falei no país da Alice?! (Tenho sempre razão.)

Em relevante e merecidíssimo destaque:
“Teresa de férias”
(Confesso: o nome provocou-me uma certa ansiedade. Mas, bem vistas as coisas…)
“Depois de ultimar os preparativos para a telenovela “Chiquitas”, Teresa Guilherme [foi aí que eu respirei mais fundo, descansado] PERMITIU-SE UNS MOMENTOS DE DESCANSO. Ausente uma semana, a produtora vai estar de férias fora do País…”
(Óbvio que o destaque não é da lavra do periódico, sóbrio que é. Mas meu. E preocupado: tadinha da criatura: PERMITIU-SE UMA SEMANITA!!! E pensar que há gente capaz de pensar certas coisas! Ele há pessoas tão incompreendidas!)

Mais adiante, de novo Carrilho. Que não faz mais barato: “é um absurdo!” (acerca da eventual crise no casamento).

Outro destaque:
“Casamento de 12 anos em risco.” “Ex-comandante da «1ª Companhia» e Elsa Gervásio podem estar à beira do divórcio.”

(Eu bem dizia à tia Ambrósia que havia razão para suspender aquele conselho de ministros e aquela sessão da Assembleia da República… É que não se tratava da Leonor Beleza, ou da Edite Estrela ou da Zezinha Nogueira Pinto… Não: era SÓ da Elsa Gervásio… [Valha-nos Deus!])

Mais?
Pronto.
“Cinha Jardim” “Romance com Mário Esteves chega ao fim.” “Namoro nunca foi aceite pela família Jardim, principalmente por Pimpinha”.
(Se já se viu! Um riquíssimo “colo” à mercê dum Mário qualquer! Depois… A Pimpinha, meu Deus!!!)

Bom, mas nem só de coisas importantes é feita a vida. Há também espaço para o lazer e os temas ligeiros, no CM.
Mas, dentro destes… Atenção! Os que merecem espaço pelos nomes carismáticos e de primeiro plano envolvidos.

Daí que também o CM tenha uma secção voltada para a política.
Assim, espreitei, e vi:

"Senhora Política"
“Marta Rebelo e Paula Teixeira da Cruz concordam que a direita não precisa de regeneração depois dos resultados em Lisboa. Reflexão é a palavra comummente aceite. Já quanto ao artigo de Manuel Alegre, Teixeira da Cruz fala em “claustrofobia democrática” e Marta Rebelo aconselha o deputado a ir mais vezes a reuniões do PS para verificar que não há medo”

(Deixemos a gentalha, os Sócrates, os Marques Mendes, os Mário Soares, os Cavacos… Etc.
Gente de primeira água, como Paula Teixeira da Cruz (PSD [ou PPD?]) ou, sobretudo, e acima de todos – tal a sua projecção intra e extra muros – Marta Rebelo)

E depois desta “volta” pelo jornal mais vendido em Portugal… Fiquei matutando: muitos se interrogam: jornal mais lido? Porquê?
Ora… Está na cara. Mais que justo.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

DESGARRADA



«"O que é que tens de urgente para me dizer?"

É que há contingências: o que se diz ser "da vida": de repente te é precioso o dom de ouvir: por demais precioso: para o desperdiçar: com coisas não urgentes: sobra-te silêncio: preferes ver.»


bet









Exacto. Quantas vezes preferimos parar. Ver, apenas. E sobra o silêncio porque a urgência de dizer algo não se coaduna com o momento, a circunstância, a pessoa.Por vezes é a urgência de dizer algo que, HOJE, não soa! Que a OCASIÃO não merece, que AS PESSOAS não entendem e também não merecem...Necessariamente que, então, terá de sobrar silêncio, tão só. (E falamos para nós. Para dentro). Mas AGORA posso falar para TI e dizer - porque é urgente que se diga e recorde: HÁ UMA VIDA QUE VALE A PENA VIVER. O MUNDO CÃO É O TRISTE REVERSO DESSE VIVER. VAMOS OLHAR PARA O VERSO, O NOSSO MODELO... E RECONSTRUÍ-LO... COM EMPENHAMENTO. ESFORÇADO.

Abrs
zl

Devia antes rubricar, como há pouco me definiste: "lobo solitário". Assim,zl-lobo solitário. Ou, tão apenas,


lobo solitário

quinta-feira, 26 de julho de 2007

SINAIS DE CRISE

imagem Wikipédia
Póvoa de Varzim: Avenida dos Banhos em meados do século XX.
Era, nos anos 70 e 80, a praia dos meus filhos: a Póvoa de Varzim.
De Julho a Setembro, a maioria dos anos.
O Passeio Alegre era um vaivém contínuo de gentes, sobretudo do Norte, mormente das zonas de Famalicão, Felgueiras, Fafe e Guimarães. Ou de residentes do mesmo e próximos paralelos, mas mais para interior. Mas também de gente do Sul que tinha, nessas paragens, as suas raízes.
Nos fins de tarde cálidos e nas noites amenas, aquele fluir contínuo de veraneantes transformava-se num autêntico mar de gente.

Longe disso, nos tempos que correm. Muito longe, mesmo.
Não que, então, fosse maior o culto do lazer. Nem que, nesse tempo, houvesse mais pessoas de férias do que hoje. Sequer, ao menos, que nesses idos fosse maior o número de jovens, esse motor imprescindível da animação.
Não estará aí a razão principal.
Nada disso.

Só que, hoje – Julho de 2007 – a Póvoa pouco menos é que um deserto. Mesmo ao Sábado e Domingo, quando, às famílias que aí passam férias, se vêm juntar outros dos seus elementos, que as têm noutra ocasião, ou quando, outros mais, aproveitam os fins de semana para retemperar forças e gozar uns banhos de sol, aumentando, em número significativo o número de população flutuante da cidade. Mesmo nesses dias, o pico de afluência é muito mais reduzido, actualmente.

Estou em crer que nem a súbita banalização (há uns vinte e tal anos atrás) das férias gozadas no estrangeiro, ao mesmo tempo que (em boa hora) se democratizou o transporte aéreo e se socializaram os preços das respectivas passagens, nem esse fenómeno terá, na conjuntura que vivemos, um peso significativo.

A verdade é que o mês de Julho é, por tradição, um dos meses mais fortes de afluência de veraneantes, nas nossas praias, designadamente, na que foi berço de Eça de Queirós.
E, certo, igualmente, é que, este ano, na Póvoa, são inúmeras as casas de arrendamento sazonal que se encontram disponíveis. Além de que é geral, por ali, o desânimo e a situação aflitiva dos comerciantes: para além de um ou outro restaurante, de um ou outro café, que mantêm um movimento razoável (mas muito menor que em anos anteriores), a generalidade do comércio vegeta, vive uma angustiante agonia. E são em cada vez mais crescente número os estabelecimentos que vão fechando as suas portas… Por toda a cidade se vêem lojas fechadas.
E isto, em Julho!

Os comerciantes locais dizem que, além de ser muitíssimo menor o número de veraneantes, que eles não têm capacidade de consumo.
O que tudo confirma a crise, descrita pelos experts na matéria, de que os portugueses cada vez mais passam as férias na sua residência habitual, vivendo esses dias com a mesma parcimónia com que se habituaram a viver o resto do ano…

Tempos difíceis… Até nesta perspectiva!!!

(Curioso é que, a larga maioria dos carros que por aí se vêem circular são daqueles a que raríssimas bolsas têm acesso… E não são os tripulantes nem os ocupantes desses carros que vão encher os passeios, as lojas, os cafés e os restaurantes de que falo atrás…)


quarta-feira, 25 de julho de 2007

O ALARME QUE TARDAVA

Manuel Alegre



Não era sem tempo.
Tardou. Mas alguma voz “autorizada” do velho PS se levantou para o necessário alerta.
Foi Manuel Alegre.

Demorou muito, pois, que alguém, representante da velha guarda, da reserva republicana e democrática, viesse esclarecer o que se passa para lá da fronteira e do novo invólucro deste PS, que suporta, alimenta e mantém um tal governo como o que exerce, neste momento, a sua autoridade sobre este país.

Da súmula do seu artigo de hoje, no Público, retiro os seguintes destaques do próprio periódico:

“Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á. Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê?

Sottomayor Cardia escreveu, ainda estudante, que "só é livre o homem que liberta". Quem se cala perante a delação e o abuso está a inculcar o medo. Está a mutilar a sua liberdade e a ameaçar a liberdade dos outros. Ora isso é o que nunca pode acontecer em democracia. E muito menos num partido como o PS

Os debates desse congresso, entre Sócrates, eu próprio e João Soares, projectaram o PS para fora de si mesmo e contribuíram em parte para a vitória alcançada nas legislativas. Mas parece que foram o canto do cisne

(Para melhor se entender esta última passagem, será de recordar a que a precede: “na campanha do penúltimo congresso socialista, em 2004, eu disse que havia medo. Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores (nacionais ou locais) para assim conquistar ou não perder posições (ou empregos). Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado. No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra.”)

E, prosseguindo os aludidos destaques, pode ler-se:

[“Não por acaso ou coincidência],
há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história, desde os esbirros do Santo Ofício até aos bufos da PIDE



Não adiantarei muito mais.
Mas convirá recordar o proémio desse artigo. Que reza, ainda:
Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira.”

E, logo de seguida, ponderava:

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.
(Perante este desabafo de Alegre, inquieta-me uma questão: como classificar esta resposta tão tardia?
Não, por certo, de medo…
Mas como, então? De quê? [Gostaria bem que o autor me esclarecesse quanto a este ponto…] A que atribuir esta demora?)


A verdade é que um certo temor ronda por aí…

A sensação é, na realidade, de insegurança, em geral.

Será uma eventual menor dimensão numérica que tolhe e “amordaça” os velhos socialistas?

terça-feira, 24 de julho de 2007

DITO… E CONFIRMADO



Dizia ontem, no Jornal de Notícias, Honório Novo: “a verdade é que o PSD não tem, na conjuntura actual, espaço político, nada pode oferecer que o PS e o seu Governo não estejam já a fazer.(Apud PÚBLICO/FRASES DE ONTEM, presente data)

Exactamente.
Daí o desespero do PPD/PSD. E uma grande fatia do êxito deste PS.

Daí, ainda, o desespero da esquerda que não se consegue rever, minimamente, no partido que suporta este governo. Ou mais rigorosamente – e para ser mais justo – na facção do partido que apoia o presente executivo.

Talvez não consiga fazer-me entender (creio que não serei absolutamente fiel ao meu feeling), mas diria que, do mal o menos, sempre se aceitaria um PS social-democrata… Mas um partido da área do socialismo democrático com prática neo-liberal, como o PS de Sócrates e seus companheiros”?! … Valha-nos Deus!



Por outro lado, no Jornal de Negócios, igualmente de ontem, Melo Rocha (apud ID/ID, id) falava das “direitas pulverizadas em torno de actores menores”.
Uma terrível maldade!
Actores menores, essas proeminentes criaturas que andam por aí a adejar, que se pavoneiam por esse país além, e que, conquanto “menores” (vamos conceder), engordam que nem cachorros em casa de ricos?
Menores?
Mauzinho - Melo Rocha!
Veja bem, M Rocha, se aprende a dobrar a língua e a respeitar tão ímpares figuras…
Além disso: atenção! Tenha cuidado! Por vezes são "os olhos e os ouvidos" de um qualquer BB que nos controla…

segunda-feira, 23 de julho de 2007

SUSPENSE INSUPORTÁVEL




Há pessoas muito desumanas. De uma impiedade indescritível. Duma crueldade (passe a tautologia) que roça o mais atroz sofrimento.
Menezes, avança ou não avança?
Candidata-se ou não concorre?
Salva o partido ou abandona-o à sua infelicidade?
Consegue a vitória da democracia no seu grémio, ou prefere que ele continue mergulhado num profundo obscurantismo?
Consegue o regresso dos que “andam por aí”, ou concede que continuem a governar-se os que andam por aqui?

Não se faz!
Não se deixa o país, assim, neste suspense!
Não se castigam as pessoas, desta forma, não lhes deixando uma réstia de esperança, mergulhando-as na dúvida e na insónia!

Por favor, sr Menezes: decida-se.
Pelas alminhas, conceda-nos o sossego: diga-nos se se candidata ou não à liderança dos sociais-democratas…
Vá! Tenha pena de nós, dos cidadãos deste país.
Como diz o zé povinho, resolva: sim ou sopas… Mas não nos faça sofrer mais, caramba…

domingo, 22 de julho de 2007

ARTE

Espectacular!
Fantástico!
Fabuloso!

Vejam: WOMEN IN ART

Que maravilha!

sábado, 21 de julho de 2007

CONSTATAÇÃO

A assertividade das mulheres, em geral, é fenómeno recente, de poucas décadas.
Tirando raras, bem conhecidas e muito bem proclamadas excepções.
Isto, na vida pública. Ou em público.
Porque, na vida privada (maxime como reflexo da intimidade/alcova), é de todos os tempos a marcante influência da mulher. Donde, a velhíssima máxima: “cherchez la femme...” – vejam-se nela marcas (resquícios?) de machismo ou não.

Curiosa e felizmente aquelas excepções têm vindo a converter-se em regra. E aí temos, de novo, mas agora infelizmente, algumas excepções.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

FLEXIGURANÇA… SISTEMA POLÍTICO… E OUTRAS REFORMAS INADIÁVEIS




Regressando à matéria.
(Por mais que se volte lá… Nunca se esgota o seu tratamento)

Há os que nos embalam com os cantos da sereia… Nos adormecem com promessas e miragens…
Mas há os que não gaguejam. Que não disfarçam com cautelas ou quaisquer preocupações de comiseração. Que não estão com rodeios ou ambiguidades.
Que nos olham nos olhos e nos falam verdade.

Um exemplo?

Bem fácil:

“Patrões querem que Constituição facilite despedimentos e limite greve” – era o título de um artigo sobre o tema, de João Manuel Rocha, na edição de hoje do Público.
“As pretensões fazem parte de uma posição comum ontem divulgada pelas confederações da indústria (CIP), comércio (CCP), turismo (CTP) e agricultura (CAP) sobre a próxima revisão do Código do Trabalho” – transmitidas pelo respectivo porta-voz, F. Van Zeller.
Assim, o patronato quer varrer da lei fundamental o execrando artº 53º, que proíbe "o despedimento sem justa causa por motivos políticos ou ideológicos"…
Ou até religiosos, ou étnicos, ou de sexo, ou de estado – adivinha-se, logo, pois que disso se devem ter esquecido (se é que os não consideram ali, de alguma forma, abrangidos) – certamente.
E isto para não consagrar, já, constitucionalmente, os particulares e especiais “apetites” ou inclinações dos patrões.
O que não é, de forma alguma, compaginável com o desenvolvimento económico – para os patrões – é a garantia constitucional de segurança no emprego. De jeito nenhum.
Isso acarretará, infalível e invariavelmente, a degradação, o definhamento e a morte anunciada do comércio, da indústria e dos serviços.
Já quanto ao direito à greve, a CIP, CCP, CTP e CAP “consideram necessário modificar a passagem da Constituição que, no artigo 57º, atribui aos trabalhadores a competência para "definir o âmbito de interesses a defender através da greve".
É óbvio, para as confederações, que é "absolutamente necessário definir adequadamente a greve, circunscrevendo-a à finalidade de defesa dos interesses colectivos profissionais dos trabalhadores directamente implicados, demarcando baias para a sua licitude".
É evidente que a legislação regulamentar terá, depois, de dar o tratamento devido àquelas “definição adequada” e demarcação de limites à respectiva licitude. Ou para se ser mais claro: limitar a licitude da greve.
Nada mais claro, também.

Mas é evidente que não é tudo.

Também há que pôr freio e travão (pôr termo, entenda-se), segundo o entendimento do patronato, ao artº 56º da Constituição acerca de direitos das associações sindicais e contratação colectiva. Tal como ao artº 54º do mesmo diploma, no respeitante às competências das comissões de trabalhadores.

Tudo – é preciso que se entenda - por mor - exclusivamente - do desenvolvimento económico do país e engrandecimento da nação.

Isto, em matéria de legislação laboral (onde muito e muito mais é reclamado pelas entidades patronais).

Porque noutras áreas…

Bom… Cada vez mais depressa se caminha para a reinscrição de um único artigo na Constituição da República em matéria de direitos, liberdades e garantias: o artº 8º da Constituição de 1933.
Não, evidentemente, no respeitante à sua letra. Que sim ao espírito que presidia à sua aplicação – vejamos se nos entendemos.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

SISTEMA POLÍTICO

Que sistema políco? – interrogava-se, um dia destes, Rui F Lucas

Como dar a volta a isto? Ora atrevam -se a dizer alguma coisa! – desafiava o mesmo autor, no dia seguinte

Pragmaticamente, e de uma forma geral, bastará dizer que se têm de afastar do circuito os políticos venais – contrapunha na minha superficial análise da questão.Como? Antes de mais denunciando-os publicamente. Doa a quem doer.Sugeria eu, mas bem consciente que nos termos do autor daquele blogue, isto continua, na verdade, a ser muito ligeiro e insuficiente.

Volto atrás: há os senhores do mundo, que dominam habilmente, e com grande proveito, as marionetes que são os senhores da guerra.
Ma há, além dos senhores do mundo, os “presidentes das juntas” (de “freguesia” ou pouco mais)

Um presidente da junta é, por exemplo um Dos Santos – nome que parece corresponder a um tratamento de excelência, que lhe agrada.
E, acerca dele, recorda-nos Boaventura Sousa Santos, hoje, na “Visão”: “em Angola não se vislumbra o mínimo gesto de redistribuição social (…), quando é certo que uma migalha (digamos o equivalente a um dia dos rendimentos do petróleo) permitiria à população dos musseques de Luanda comer uma refeição digna diária durante um ano. (!!!???!!!)

Um cidadão nem sabe se acreditar na conjectura ou não.
Mas parece ser confirmado por quem sabe.

É, tão só, uma achega para uma alínea a ocupar o Think Tank que se debruce sobre o tema, como conviemos…

quarta-feira, 18 de julho de 2007

OS SENHORES DA GUERRA

imagem copiada do "buraco da fechadura"







Falávamos de senhores da guerra, não era?
Exactamente.

Pois.
Por exemplo: George W. Bush passou a apoiar a opinião do vice-presidente, Dick Cheney, a favor de uma acção militar para neutralizar o programa nuclear iraniano, ao passo que a secretária de Estado, Condoleezza Rice, o chefe do Pentágono, Robert Gates, e os aliados europeus se mostram favoráveis à via diplomática, sobre cuja aceitação tinham, mesmo, conseguido convencer Bush.É uma síntese do eco das agências noticiosas de ontem.
A reviravolta de Bush (por incrível que possa parecer) terá ocorrido durante um debate na Casa Branca, em data bem recente, na sequência de uma exposição do subsecretário de Estado responsável pelo dossier iraniano, Nick Burns, em que este anunciava, como certa, a continuação dos contactos diplomáticos até Janeiro de 2009.
(Bom, Janeiro de 2009… Altura da posse do próximo presidente dos EU…)
Dick Cheney, porém, opôs-se, frontalmente, ao arrastamento de tais conversações, no que foi seguido por Bush, para surpresa (?) dos que defendiam a tese contrária.

É assim: tudo o que se passa na aldeia global é observado e discutido e decidido pelos donos do mundo: os senhores da guerra…

segunda-feira, 16 de julho de 2007

GAVIDEZ DO PS E DO PSD


Os partidos socialista e social-democrata estão prenhes. Indisfarçavelmente.
Não vale a pena corar nem pôr asas: irremediavelmente pejados.

No PS de há muito que se notam os sintomas: de diferentes etiologias, os fenómenos Felgueiras e Alegre são uma realidade insofismável. A barriga vai crescendo, não se sabendo ao certo é para quando o (in)feliz momento. E palpita-me que não serão só os rebentos que se anunciam… Talvez mais, ao que tudo leva a crer, de tal forma este partido, na sua actual modalidade, “socrática”, está longe das suas origens…

Igualmente antiga – talvez, mesmo, mais – é a prenhez do PSD. De que os trigémeos Isaltino, Loureiro e Carmona são, já, uma certeza.
A respectiva gestação tem sido um pouco longa, mas tem decorrido sem sobressaltos e com resultados espectaculares para os próprios.
Além de que não tem provocado enjoos nem sinais de qualquer preocupante rejeição, pelo que a família se sente feliz, ansiosa e realizada.


Creio que se impõe, aos dois maiores partidos nacionais, a indispensável reflexão.
Ou seja, e boutade à parte, já não falamos de gravidez, mas de gravidade.
Até para não descredibilizar, mais, ainda, a nossa, já de si, tão débil e tão frágil democracia.

Agora que a lusa idiossincrasia, politicamente falando, é um espanto… Lá isso é.

domingo, 15 de julho de 2007

TUDO ISTO EXISTE… TUDO ISTO… É FADO!

imagem manipulada (mosca?): autor desconhecido





Diz-me com quem andas…
É o que se pode, com toda a propriedade, dizer de Carmona Rodrigues.
Uma turma de rapazes apressados, e pouco sensatos, levaram a barca lisboeta a bater no fundo como nunca alguém o havia conseguido. Nem mesmo o da incubadora o alcançara, apesar de tanto se ter esforçado.

Parece um destino trágico o nosso, dos portugueses: porfiar por quem menos porfia. Conceder o benefício da dúvida a quem repetidamente deu sobejas provas de o não merecer. Apostar no cavalo errado: coxo, ainda que aparentemente veloz; sempre concorrente, mas inevitavelmente perdedor. Aplaudir quem o ignora. Dar de comer a quem lhe morde a mão. Lamentar-se da desventura de um mau governo mas renomeando-o, a cada passo, premiando o desgoverno e apoiando os que se governam…

Reincidente na pior escolha. Contumaz na ineficácia. Obstinado no desatino e na desgraça!

É o nosso fado.

Prova?

Não fora assim e qual o “carmona” que se atreveria a voltar a dar a cara?

A ser verdade, eles aí estão, os “carmonas”, se não vencedores e campeões… Vice-campeões, pelo menos.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

ÚBERES MUSAS

imagem JR/JT











… Nem parece difícil que “as musas mais estéreis se mostrem fecundas e ofereçam ao mundo partos que o cumulem de assombro e de contentamento.
Seria uma derradeira instância. A última das últimas.

Porque as musas, na sua perene e viçosa fecundidade, vão dela oferecendo-nos maravilhosas peças da arte de talhar a palavra. A cada instante.

Como em
Era Torres Novas e anoitecia ou em Paraísos artificiais.

Até de factos comuns e banais do dia-a-dia de uma mulher que se desdobra em actividades de vária ordem e dos acontecimentos mais vulgares que cruzam o nosso horizonte diário, se fabricam, na oficina do verbo, peças de beleza rara e de profundidade bastante. Como hoje mostram, no Jornal Torrejano, a Ivone e o José Ricardo nos referidos textos.

Não é preciso empolar a matéria para empolgar o exercício. Eles o demonstram.

E que bem o fazem!...







quinta-feira, 12 de julho de 2007

ALGUMAS DAS MARAVILHAS DO MUNDO

imagem sacredsites
Angkor Wat
(A campeã que ficou fora do podium)
Embora, juntamente com o morro do Pão d’Açucar, o Cristo do Corcovado constitua o ex-libris da cidade do Rio, a verdade é que a estátua (38 m) do Redentor está muito longe, na minha opinião, de constituir uma das maravilhas do mundo. Só mesmo um poderosíssimo lobby (matéria em que os brasileiros não são aprendizes) podia tê-lo guindado a uma tal distinção.
Pena que os critérios de selecção não tenham sido mais rigorosos, mais isentos, mais de acordo com “a verdade” (artística e científica).

Como tantos cidadãos do mundo, também votei.

A minha escolha recaiu sobre: Acrópole; Angkor; Chichen Itza; Coliseu de Roma; Hagia Sophia, Ópera de Sydney e Taj Mahal.

Votei, assim, nos monumentos que mais me impressionaram, no respeitante a cinco deles.
E apenas baseado em informação alheia, em dois: ópera de Sydney, monumento de rara e impressionante beleza arquitectónica, projecto de Jorn Utzon, que o abandonou em 1966, foi inaugurado em 1973. Mais que símbolo da cidade mais cosmopolita da Austrália, Sydney, é bem um dos mais marcantes ex-libris do país.

Sydney fez parte da viagem programada para este ano,
e recentemente levada a efeito, pelo grupo em que,
com o objectivo de conhecer um pouco da nossa “aldeia global”,
me integro há já bastantes anos, mas que, desta vez, não me foi possível acompanhar.


E o outro foi o conjunto de Angkor Wat
(onde espero que, ultrapassados pequenos problemas de saúde, para o ano possa visitar).


Reconheço que para votar no Taj Mahal é preciso ter tido a experiência de o visitar e de lhe conhecer a história.
Pode parecer um “palácio” como tantos. Que não é.
É um mausoléu monumental mas de linhas sóbrias. Todo construído em mármore branco.
Desconhecem-se os nomes do arquitecto que planeou tão grandioso projecto e dos milhares de artífices que o ergueram e nele deixaram a sua arte. Mas sabe-se que foi mandado construir pelo imperador mongol Shah Jahan, muçulmano de religião e de cultura persa, naquele local (Agra), então capital do reino (hoje, na Índia, a cerca de duzentos km da capital, Nova Deli). Em memória da sua favorita, de entre as mulheres do seu harém, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A jóia do palácio"), que morreu de parto, com 39 anos, ao dar à luz o 14º filho de ambos, em 1631.
O mausoléu, hoje fazendo parte do Património Mundial da UNESCO, foi construído em cerca de 20 anos. Na sua construção e decoração foram utilizadas as maiores riquezas até então conhecidas no mundo: “o mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa do Tibet, Lapis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico”.
Na penumbra de uma cripta, “a câmara mortuária está rodeada por finas paredes de mármore incrustado com pedras preciosas que forma uma cortina de milhares de cores.” A cúpula esplendorosa, que remata o monumento, está rodeada por quatro cúpulas mais pequenas, e nos extremos da plataforma sobressaem quatro minaretes que foram construídos com uma pequena inclinação, para que em caso de desabamento, nunca caíssem sobre o edifício principal.
Enquadramento magnífico, como se deixa adivinhar, e a previsão dos mais pequenos detalhes, como se vê.

O mausoléu poderia, à primeira vista, parecer mais um de tantos e tantos monumentos, não fora a sua história e o inebriante espectáculo que é o reflexo do Sol nascente naqueles mármores brancos que o revestem. A cambiante de matizes que o, então (à aurora), translúcido mármore nos oferece, é de indiscritível espectacularidade, raríssima e inesquecível beleza.
Como é referido também (e esse não a cheguei a constatar) o extraordiário encanto que é o reflexo do luar nos mesmos mármores.

Doente e saudoso da sua amada, o imperador foi afastado do trono por seu filho Aurangzeb, que o encarcerou numa fortaleza, em 1658. Dessa fortaleza, situada numa colina, sobranceira e não muito distante do mausoléu da sua amada, o imperador podia contemplá-lo directamente ou, segundo a lenda, através do reflexo de um espelho que tinha sempre à sua mão.

A aura romântica de um amor eterno, que lhe subjaz, cruzado com inevitáveis lendas, tem atraído milhares e milhares de turistas ao local.


Voltando a Angkor, compreendo que tenha sido com um certo alívio que as autoridades cambojanas viram a sua rara preciosidade, a cidade templo e mais importante monumento do império Khmer, ser afastada do podium das sete maravilhas do mundo da actualidade, recentemente votadas. Contando, já, com assinalável número de visitantes, o famoso complexo de Angkor, o maior templo sagrado do mundo, ainda em fase de restauração, talvez seja poupado a uma mais avassaladora e poluidora avalanche de turistas. Quem sabe se, mesmo, à sanha rapinadora e destruidora de certos vândalos (sendo que alguns se revestem, mesmo, dum verniz de turistas...).
Tenho-a visto classificada, a cidade templo de Angkor Wat, como de uma rara e avassaladora beleza, capaz de suster a respiração de qualquer admirador da natureza e da arte.


segunda-feira, 9 de julho de 2007

“COMPROMISSO PORTUGAL”

imagem Rui Gaudêncio/Público que ilustrava o referido artigo na edição desta data






Eu acho que Sarsfield Cabral está cheiérrimo de razão: “Nada irrita mais o cinzentismo nacional do que alguém que dá nas vistas. E, tratando-se sobretudo de gestores e empresários, logo o português esperto concluiu haver ali interesses económicos ocultos.
Mais grave, a gente do Compromisso
[Portugal] foi acusada de arder em ambição política.”


Ó Francisco! Lá que nada mais irrite o cinzentismo nacional do que alguém que dê nas vistas... Convenhamos: é mais que verdade!


Agora que as pessoas duvidem do patriotismo dos gestores e empresários, vendo ou adivinhando, na generalidade deles, interesses económicos ocultos ou imaginando-os ardendo em ambição política... Isso é que nunca, Francisco!

“Ni hablar, hombre!” Nem por sombras!

Olhe, Sarsfield Cabral, sabe que mais?

Que Deus nos acuda!

(Francisco sabe bem melhor que alguns, mas não tão bem como muitos, o que quero dizer!)

domingo, 8 de julho de 2007

OPAGAME






Perante as mais recentes insistências no mote, recordo, aqui, o que noutro lugar postei há já bem mais de um ano: OPAmania

De notar que quando aí falava da Flash, falava da
revista-rosa-tia-irremediavelmente-doméstica-e-vazia.
Não, claro, do blogue que entretanto surgiu com o mesmo nome, mas de feição bem diferente, assim espero e assim Deus me ajude!
(E assim Deus me valha!)


Agora, que a OPA continua na moda... Disso não resta dúvida.


Certo que a OPA é, cada vez mais, o “video game” dos grandes capitalistas, o jogo (OPAgame) pelo qual – utilizando palavras de alguém – se faz “diminuir o pouco que é de muitos e aumentar o muito que é de poucos”.


Mas surge sempre, e em crescendo, a hipótese de outros apostadores entrarem, não no jogo, mas no faz-de-conta, pretendendo abafar outros que os incomodam.


Daí que, de momento, a OPA que mais temo, seja a eventualmente feita por AJJ sobre Sócrates, arrematando o Contenente à custa dos seus próprios contribuintes. (Cavaco passaria, naturalmente, a ser o Ministro da República, na reserva contenental...)


Ou, quem sabe, um Take Over de Lagos (no Allgarve) sobre Lisboa!


Como há um ano e tal, recomendo: CUIDADO!


sábado, 7 de julho de 2007

PAS-DE-DEUX

Neste pequeno vídeo do You Tube, a directora do Ballet da Ópera de Paris, Claude Bessy, apresenta, ela mesma, um fantástico pas-de-deux, com bailarinos do Circo de Ballet Chinês, que participou no Festival de Circo de Mónaco, onde a bailarina dança em pontas sobre os ombros e a cabeça do bailarino.



São 7min e 30 sgs de suspense! Inesquecíveis!


Que beleza!
Que soberbo!
Que fabuloso!
Que precisão!
E que domínio!
Que maravilha!
Que espectacular!
E que dimensão de arte!


(É o “êxtase”, na expressão da apresentadora!)


Apreciem. Deliciem-se. Curtam


A arte no seu clímax!
A expressão corporal no seu zénite!



Obrigado, Caetano, pela sugestão. De facto, é de se ficar vidrado!
Um abraço

sexta-feira, 6 de julho de 2007

RETRATO

(... E, então, a fotografia!!!)


Retrato mais bem traçado!
Só mesmo pela pena de artista!


(... E, então, a fotografia!!!)


Um molde como poucos serão capazes de trabalhar!


(... E, então, a fotografia!!!)


Talhado à medida do objecto, sem folgas nem falhas!


(... E, então, a fotografia!!!)


Retrato ousado?
Não. Antes, completo.
Conquanto contundente e impiedoso qb!


(... E, então, a fotografia!!!)


Mas... E estará lá tudo, tudo?


Tudo, absolutamente. Não só pelo texto...
Que também – e tanto – pela fotografia escolhida!


Na escolha da foto e do casamento dela com o verbo está a mão do escritor, a fibra do artista.


Descreveu-lhe o perfil, cáustico, cru...
Para o que faltasse – poupando-se a termos mais cruéis – deixou a chapa de hilariante, desmedida eloquência. E, sem mais, sacudindo as mãos, apresentou:


Ecce homo!


Leia, então, A DOUDA IGNORÂNCIA, de José Ricardo Costa.



Sei que a partir da próxima SX, 13.07.07, o artigo terá outro endereço. Mas desconheço qual. Trata-se, porém, de texto publicado no semanário JT ol/Jornal Torrejano online, nº 574, da presente data.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

QUANDO A ÁGUA É NOTÍCIA PELAS PIORES RAZÕES

foto Jayanta Dey/Reuters/Público/Ecosfera

05.07.2007 - 15h10
Quando a água é um perigo
Uma mulher chega a um centro de saúde montado em Gandacherra, 190 quilómetros a Sul de Agartala, capital do estado indiano de Tripura. As autoridades da Saúde alertaram que foram registadas mais de dez mortes naquela região devido a um surto de doenças causadas pela má qualidade das águas. Foto: Jayanta Dey/Reuters




Agartala é a capital do estado de Tripura, Índia, situada na margem do rio Haroa, a dois quilómetros da fronteira com o Bangladesh, no extremo oriental do sub-continente.

Aqui, a água mata por ser de má qualidade.


No extremo oposto, mais ocidental, no estado indiano de Gujarat ou Guzarate, mais exactamente na cidade de Dhadhuka, as chuvas torrenciais já mataram, nos últimos dez dias, 240 pessoas e obrigaram a socorrer mais de 2500, que foram levadas para áreas mais elevadas.

A esta catástrofe aludem as imagens seguintes:


foto Amit Dave/Reuters/Público/Ecosfera



foto Amit Dave/Reuters/Público/Ecosfera


foto Amit Dave/Reuters/Público/Ecosfera


foto Amit Dave/Reuters/Público/Ecosfera


foto Amit Dave/Reuters/Público/Ecosfera

O que sobressai das notícias?
Uma constante: as vítimas são sempre as mesmas.

Neste caso, trata-se fenómenos ocorridos numa grande potência emergente...
Porém...

quarta-feira, 4 de julho de 2007

«PEDIDO COM "MÉRITOS"» - ENTENDIDO?







Não compreendo a surpresa.
G W Bush sempre se confessou e proclamou um "conservador compassivo".

De repente salta a notícia.
«O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, comutou a pena de prisão de dois anos e meio aplicada a Lewis "Scooter" Libby, seu ex-conselheiro e antigo chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, que tinha sido condenado pelos crimes de perjúrio e obstrução à justiça no âmbito de uma investigação à exposição da identidade da agente secreta da CIA Valerie Plame.»

«O Presidente usou a sua autoridade constitucional para comutar a pena de dois anos e meio de prisão que considerou "excessiva".
Mas Tony Snow, o porta-voz da Administração, não excluiu a hipótese de um perdão total, se Libby apresentar um pedido com "méritos"»
- dava-nos conta, de Washington, Rita Siza (Público, desta data)


Em termos mais plebeus e brejeiros, dir-se-á que o Presidente lhe perdoará o crime, se Libby souber “mamar”. Na verdade, parece que todo o mundo entende o que é «apresentar um pedido com "méritos"».


Na coluna do mesmo diário, intitulada Sobe e desce, há um comentador que visivelmente se excede numa contundente apreciação, pondo em dúvida a seriedade e a imparcialidade do Presidente: «Se a condenação se devesse a uma questão técnica menor ou se o crime tivesse sido cometido em nome de um bem maior, o perdão de Bush a Lewis Libby, antigo chefe de gabinete de Dick Cheney, poderia ser compreendido. Mas não foi isso. O crime de Libby teve feias motivações políticas e este perdão presidencial apenas mostra que a lei não é igual para todos».


E como se não bastasse a falta de pudor daquele comentador, vem ainda Rui Tavares, na mesma edição, tasquinhar sobre a matéria: Muita gente perguntou de imediato se este não era o mesmo George W. Bush que, enquanto governador do Texas, se recusou a comutar a pena de qualquer condenado à morte, incluindo deficientes mentais.» Como recordou, também, aquele caso em que Bush ridicularizou e chalaceou com uma condenada que apelou à sua clemência...


Não resta qualquer dúvida: os norte-americanos são únicos. Desconcertantes.
A única e sacrossanta matéria em que não permitem uma beliscadela é no respeitante à liberdade de expressão.
Mas não se afrontam com situações destas. Que com facilidade deixam cair.
Só não perdoam que se lhes barre, minimamente que seja, aquela liberdade. Quanto ao resto... Tudo tem o seu preço.


«Apresentar um pedido com "méritos"»... Pelos vistos não é só em Portugal que os políticos fazem do povo uns trós-trós...


Bush um "conservador compassivo".

Claro!

“Conservador” como o “bom” norte-americano exige. “Compassivo” quanto baste aos seus amigos e apaniguados.


Afinal, está tudo certo.

terça-feira, 3 de julho de 2007

UNIÃO EUROPEIA


Grande texto, o de hoje, do Miguel Portas...


«Europa minimal, não obrigado!»- é o título, que se segue ao antetítulo:
«Defendo o referendo porque é urgente que os povos entrem na equação europeia»



Comecemos pelo final do artigo: «Foram sábios os governantes que deram vida à CEE. Entretanto, a "coisa" cresceu, com virtudes e defeitos, e os cidadãos ficaram mais exigentes. Pensar que a UE pode continuar a ser obra de uma vanguarda iluminada é, pior do que uma ilusão, uma aventura que a ata aos egoísmos dos interesses que os governos representam.»


A maneira de contornar a questão?


Até a insuspeita Helena Matos (ainda, e também hoje, no Público) a descortina: «a UE corre o risco de ser cada vez mais um projecto dos líderes e uma abstracção para os povos. A UE é certamente um espaço de democracia, mas é simultaneamente o espaço político cujos líderes evitam por todos os meios que seja sufragado pelo voto popular.»


A solução?


Dar prevalência ao “instinto democrático”, como ontem (trazido para um destes espaços) acentuava Rui Tavares.


O referendo, sugere Miguel Portas. «Eis porque defendo o referendo - porque é urgente um novo paradigma onde os povos entrem na equação europeia, e dela se possam apropriar.»


Até como fórmula para evitar que «a globalização "asiatize" a Europa em vez de "europeizar" o mundo» - sustenta, ainda, MP.




(Que passagens, que acessos... Que portas tão diferentes... Razão tinha a tia Ambrósia: “coitada da Leninha S Cabral!...”)

segunda-feira, 2 de julho de 2007

“A UNIÃO”

Comecei a ouvir falar das sementes desta enorme herdade nos anos 40/50.

A adesão, nessa altura, em Portugal, por certa gente, à acabada de nascer EUROPE UNIE, fez-me ficar de pé atrás, como o Sr dos Passos.

O símbolo EU corria por tudo o que era sítio, em autocolantes ou gravuras do género. Até em chapa, nos carros...

Tinha sido assim:

«Em 14 de Maio de 1947 era criado em Londres, no Albert Hall, o United Europe Comittee, sob a presidência de Winston Churchill, marcado por uma perspectiva unionista da Europa, que defendia o modelo confederacionista de commonwealth.

De cariz também confederativo era criado em França, em Junho desse mesmo ano de 1947, o Comité Français pour l'Europe Unie, com Édouard Herriot, André Siegfried, Paul Bastid, Paul Ramadier, Paul Reynaud e René Courtin. Também na Alemanha ocidental surgia o Deutsch Rat der Europaeischen Bewegung.

Em Junho de 1947, democratas-cristãos de dez países da Europa lançaavam em Chaudfontaine as Novas Equipas Internacionais (NEI) que, em 1965, se transformam na União Europeia dos Democratas-Cristãos (UEDC).»

(fonte: site do ISCSP, www.iscsp.utl.pt/)

A direita europeia andava delirante e empolgada com a ideia.

Em Portugal era o único tema de conversa admissível, tirando os louvores ao regime.

(Não, de futebol, de Fátima e do fado, assim como do tempo e de banalidades, também se podia falar. Desde que a conversa não enviesasse, claro. E desde que do tempo se não culpasse o Tenreiro ou outro mais alto “responsável”.

Porém... Passaram-se muitos anos...

As dúvidas passaram, mais recentemente, a ter mais razões e talvez maior consistência, acompanhando alterações, evoluções.

A marcha não me parecia segura. Mas estávamos “todos” mais convencidos da inevitabilidade do processo. Encontrávamo-nos numa língua estreitíssima entre dois abismos. E tínhamos de dar o passo.

Ora, porque o acho, dentro da temática, um texto exemplar, transcrevi para o Apostila o artigo de hoje de Rui Tavares, no Público: “A UNIÃO”.

Estou, de facto, com o jovem historiador: espero que os instintos se conformem. Mas nunca em prejuízo da democracia.

 

Web Site Counter
Free Dating Services

/* ---( footer )--- */