“Hoje temos um Parlamento feito por eleitos que trocam com facilidade o mandato que os cidadãos lhe conferiram pelas mil e uma sinecuras que o poder sempre concede” – lia-se no SOBE E DESCE de há semanas, no Público.
E, nas páginas interiores da mesma edição, podia ver-se o seguinte destaque: “Entre renúncias e substituições, deputados que suspenderam o mandato e voltaram a assumir o lugar, registaram-se 198 alterações na Assembleia da República”.
O alerta é de Filomena Fontes, no DM 10.06.07, sob o ante-título: PARLAMENTO – CARAS DOS DEPUTADOS MUDARAM RADICALMENTE
Somando esta constatação a outras que os media todos os dias nos trazem e confirmam, a conclusão não é animadora: cada vez mais os nossos políticos galopam no sentido único do seu protagonismo e consequentes dividendos.
Ou seja, cada vez mais se extrema a dicotomia: políticos típicos/políticos atípicos.
Os típicos, todos os conhecem: atrabiliários, venais, oportunistas, autoritários. Autistas incuráveis. Umbiguistas irrecuperáveis, de fervorosa militância.
Os atípicos, por sua vez, agrupam-se em duas classes: atípicos por convicção e atípicos por exclusão.
Os atípicos por convicção formam uma já muito rara reserva, em vias de extinção. Os por exclusão de partes... são uns anjos que ainda se vão vendo por aí... Também rareando em crescendo.
Cadê o Zé Povinho?
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