sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

DEMAGOGIA?

MAAaaaaiiisssss
(a questão é de substituir alguns dos nomes referidos por Paresh - apud Público)


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A proposta de Lei do OE prevê a “cobrança de uma taxa autónoma de IRC de 35 por cento sobre os gastos ou encargos relativos a bónus e outras remunerações variáveis pagas a gestores, administradores ou gerentes de empresas, quando representem mais de 25 por cento da remuneração anual e ultrapassem os 27.500 euros”.

Esta medida, segundo Filipe de Botton, “é totalmente demagógica”.
(Não, o leitor leu e compreendeu bem: não é o comentário do sr Botton que é demagógico -… lá possível! -, é a “atitude” do legislador!)

Há profissionais de grande gabarito no reino das ciências e dos seus cultores. Encontram-se entre os engenheiros, os médicos, os advogados, os administradores, os gestores, os economistas, os financeiros e tantos mais. Porém, para Ricardo Salgado, para além destes, e apenas entre os administradores e gestores, existe uma plêiade de sobredotados cujo brilho de inteligência deixa a nossa galáxia na penumbra.

foto Enric Vives-Rubio

Segundo o patrão, ou confrade, do sr Botton, isto pode até transformar-se numa tragédia terrível se tais sumidades, aparentadas com os deuses do Olimpo (Salgado, Jardim e quejandos), resolvessem emigrar.
Certo que se trata de cérebros que foram incapazes de prever e ou travar a crise que se abateu sobre o mundo.
Mas cérebros super competentes, contudo, “gente muito valiosa” "que pode abandonar-nos" (na afirmação de Salgado), para cúmulo da nossa infelicidade.
É claro que R Salgado queria acompanhar o seu discurso com um ar sério, como conviria na circunstância, mas não se conteve e deixou escapar um ligeiro sorriso, como a imagem ainda deixa entender.


Já alguém (medianamente inteligente e informado) terá admitido o que seria emigrarem de Portugal gigantes em matéria de gestão do gabarito de um Oliveira e Costa, Rendeiro, Dias Loureiro, Arlindo de Carvalho e outras estrelas que por aí vão cintilando, ainda que, por enquanto, com menor brilho? (Com um brilho ainda muito baço, mas já pagos a peso de ouro!)

No dia em que empresas da envergadura de uma Bosh se lembrarem de “cortar com os bancos que mais bónus pagam aos gestores”… Ou em que uns milhares de pme’s e particulares cancelarem as suas contas nos ditos bancos…

Demagogia?
Quem falou em demagogia? Quem foi?

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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

«BANCO MAIS BANCO NÃO HÁ»

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... e assim nasceram os bancos...
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Os trogloditas de todos os tempos, de qualquer longitude ou latitude, são todos iguais...
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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

POIS! TEM RAROS DIAS!

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Público, SX 22.01.2010/Opinião/Bartoon/Luís Afonso
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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

IVONE COSTA - UM NOME A FIXAR NA POESIA

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Gostaria de ter o saber do crítico para, tocando na palavra, ela me revelar as entranhas do seu ser e eu conhecer o seu sortilégio, o porquê do ritmo e da ênfase da melodia que da sua conjugação o verso me transmite.

E gostava de poder explicar como, dos despojos do verbo, em contraste com as vestes tecidas a ouro e escarlate, com que a poeta mos apresenta, sinto dela, e da sua criação, o enlevo e o encanto da obra.

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"Apostila" é o meu repositório da palavra por excelência, a minha colectânea de textos exemplares pelo conteúdo e pela forma, aí cabendo, com igual ou maior valia, o poema, que me enche e me trasvaza. Eis, destes, o primeiro. Com inteira justiça e enorme prazer.

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Ivone Costa é poeta do presente que nos lega uma obra, que, estou certo, vai ser tão perene como já é bela e marcante.

Ora veja o exemplar que verti no "apostila": LÉXICO.

Belíssimo.

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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

ORGASMAR, EIS A QUESTÃO

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Clara, que perfaz dentro de dias (30.01) os seus 50 anos, é bióloga (professora universitária), historiadora da ciência e orgasmante por necessidade, deleite, e exibicionismo, conforme é forçoso concluir desta peça.

«Está patente no Centro Cultural de Cascais uma exposição de fotografias de Pedro Palma, exibindo as expressões da sua mulher, Clara Pinto Correia, durante os seus orgasmos» - anunciaram as agências comunicacionais e veicula-nos a notícia José Ricardo Costa (JRC), no seu
PP, onde deixou a foto que para aqui trouxemos com
o máximo cuidado não fora dar-se o caso de provocarmos qualquer alteração na expressão da fotografada.




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Clara orgasmando, por Pedro Palma

É claro que um amante que fotografa a sua amada no estertor de experiência nada ficcional, presume-se, antes de desvairado arrebatamento e gozo do sétimo céu, bem pouco deve cobrar da sua participação em tão proparoxítono e super-deleitoso desenlace.
Espero não ter de concluir (cheirando-me que a positiva é muito mais provável) que em circunstâncias tais o fotógrafo não é mais que alguém que ali está mas “como um ausente”, seguindo a opinião abalizada do bom fotógrafo (artista) que é o citado co-autor do PP…

E se esse for o caso, creio que a Clara isso pouco lhe importará, desde que orgasme!

Creio que Clara teve a felicidade de ter um amante fotógrafo.
Ou terá tido o privilégio de ter um fotógrafo amando?
Ou será que lhe chega um fotógrafo a mando?


Do que acabo de dizer, é fácil imaginar que CPC é uma das estrelas que confessadamente protagonizam o amor louco, paranóico, esfuziante, esdruxulamente feérico, circense e espectacular, celebrado com um alarido e uma vozearia que se deve ouvir no bairro inteiro onde vive sob a inconfessável imaginação das suas cenas por parte de sorumbáticos cavalheiros e respeitáveis senhores, uns mais, outros menos viagrados, de vizinhas só aparentemente incomodadas com a vozearia, verdadeiramente, isso sim, umas, saudosas, outras, invejosas, assim como por banda de irreverentes adolescentes que por ali deambulam ao som de gritos, urros e outras manifestações de exaltação máxima da vizinha.

Mulher dada às ciências e experiências laboratoriais, sacrifica a sua intimidade em prol de um estudo intenso sobre o que pode significar um acto amoroso frouxo, baseado no hábito, ou sereno, conquanto vivo, em comparação com uma função orgástica de fêmea louca e insaciável…
Por enquanto, CPC ainda não vem para a varanda do andar exibir essa sua veia de fêmea clamorosamente entregue aos prazeres de Eros expressando com seus uivos lancinantes a libertação da sua incontida e incontornável libido. E compreende-se: pretende manter o mínimo dos mínimos do seu recato e o do seu – imagina-se – corpulento, machacaz e intrépido parceiro. Mas os sons que se soltam desse quase bordelesco recanto, ao serviço de uma imaginação normalmente dotada e fértil, são escape suficiente para a possibilidade de tirar conclusões sobre o que se passa na alcova.

Claro que a Clara sobra, todíssimo, o direito de amar e orgasmar como lhe aprouver: nos braços, no colo, às cavalitas (sei lá bem), do seu adonisíaco Eros, do seu perfeito (ao que se imagina) amante… a menos que, deste, o sentido e o dedo nunca saiam do disparador da máquina fotográfica.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

DEMAGOGIA, DIZEM ELES

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recessão, pela pena de Rick Wolff

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Há um ano, o governo e os parceiros sociais assinaram um acordo para, em 2010, aumentar o salário mínimo de 450 para 475 euros. Menos de 1 euro por dia! Mas agora, as confederações patronais – que assistem mudas e quedas ao escândalo dos vencimentos dos gestores – vêm ameaçar que se o salário mínimo subir para 475 euros será um desastre nacional. E, em contrapartida, propõem 460 euros! Isto é, uma subida de 33 cêntimos por dia!
Estes senhores exageram na sua egoística cegueira e na total falta de sensibilidade relativamente às necessidades daqueles que garantem os seus altos proventos


Um recente relatório da CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) revela que o salário anual médio dos administradores da banca e empresas cotadas na bolsa foi, em 2008, de 64.750 euros por mês (cerca de 13 mil contos mensais ou 426 contos/dia).
64.750 euros por mês equivalem a 136 salários mínimos. Isto é, para atingir o valor do ordenado mensal de um desses gestores, um trabalhador que receba o ordenado mínimo terá de trabalhar mais de 11 anos!!!

2008 e 2009 – todos o sabemos e sentimos – foram anos de crise, de falências, de desemprego galopante, de apertar o cinto. Mas, enquanto a esmagadora maioria dos Portugueses deitava contas à vida, cortava nos gastos, fazia sacrifícios ou – nos casos mais dramáticos – cortava no seu mínimo de subsistência e passava fome, os senhores do dinheiro tiveram, em média, aumentos de 13 %.
13% dos 777 mil euros que em 2008 constituíam o o salário anual médio dos administradores da banca e empresas cotadas na bolsa são cerca de 100 mil euros, qualquer coisa como 20 mil contos por ano e para cada um. Só de aumentos!


Depois vejam-se as escandalosas regalias e mordomias que ultrapassam todos os limites do imaginável e do decoro que o autor do artigo enumera!
E são muitos destes umbiguistas incorrigíveis e insaciáveis pessoas de prática religiosa, mas membros de instituições muito intimamente ligadas ao poder terreno e material da igreja de Roma
Mas quem não está, de há muito, habituado a ver em tantas dessas virtuosas criaturas uma prática bem ao invés dos princípios por que dizem reger-se? E bem longe dos valores pregados por J Cristo?

É esta a matéria versada num interessante e realista recente artigo de José Niza no jornal O Ribatejo e que verti no Apostila..

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Ler,pois, O NATAL DOS BANQUEIROS

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sábado, 9 de janeiro de 2010

BOM, BOM!...

foto Nuno Ferreira Santos
- ... e juizinho, ouviu bem?
- prometo, sr professor...

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

NA MOUCHE

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O meu amigo 'Alfredo' (o barman do Bar que frequento todos os dias, a quem eu chamo assim sem o patrão saber) tem uma agilidade intelectual que não é vulgar nos rapazes da nossa idade...

No Público de ontem lá nos deixou mais uma seta na mouche!

"Fino que nem um alho" - diria um amigo que já não pertence a este mundo!

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fonte: Opinião/Luís Afonso/Bartoon/Público, TR 05.01.2010
créditos: Luís Afonso

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

«SÍMBOLO DO FIM DE UMA DÉCADA DE EXCESSOS»

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«Foi pensado para ser um símbolo de optimismo e pujança» - escrevia, hoje, em termos (talvez contidamente) soft, no Público, Alexandra Prado Coelho, para logo prosseguir a introdução do seu artigo: «Mas o Burj Dubai (Torre Dubai), o edifício mais alto do mundo, inaugurado ontem no emirado do Dubai, arrisca-se a ser o símbolo do fim de uma década de excessos».

Veja-se a seguinte imagem, para ficarmos com uma ideia da altura da torre em termos comparativos…


O Burj Dubai (Torre Dubai), inaugurado a 4 de Janeiro de 2010, é o mais alto edifício do Mundo e a mais alta estrutura construída por mão humana. Mede 828 metros. (Convém ampliar a imagem)
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Em termos comparativos domésticos, repare-se em quantos dos nossos mais altos (!) edifícios se têm de empoleirar uns nos outros para atingir o cume da Burj Dubai.
Depois compare-se a mesma torre com outros campeões das alturas internacionalmente.

Falamos do Dubai e dos seus escandalosos excessos.

O assunto é recorrente nestas páginas, pois já sobre ele se disparou um flash anterior.

O Dubai, a rocambolesca e afrontosa manifestação de riqueza que ele representa, é o ícone máximo da crise que verga, ainda, a uma penosa existência, uma importante parte dos habitantes deste planeta. Ainda que os ratos (sim, também esses, os pequenos mamíferos roedores) sejam os (quase) únicos habitantes que restam dessa babilónia de ilhas artificiais e exóticas, e edifícios gigantes (hotéis de 7 estrelas incluídos) onde o proclamado luxo asiático não tem coragem de pedir meças.
O Dubai foi um coio de vorazes bandidos, de pequena, média e grande “estatura”, ao pé dos quais um Maddof se sentia um bebé e um Oliveira e Costa, uma formiga.
Ficam os ratos (os pequenos mamíferos roedores, que os outros, os grandes mamíferos roedores, esses cruzaram-se com os pequenos, pondo-se a salvo), as baratas e as areias do deserto para darem cabo dessa mirífica e ultrajante visão.

Talvez resista mais algum tempo a torre Dubai ontem inaugurada e talvez apenas festejada por alguns basbaques e (só na aparência) por uns tantos (desiludidos) proprietários a quem os comparsas do grande negócio deixaram a castanha escaldante nas mãos, e a criança, nua, nos braços.

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Mas não há como ver a grande paranóia megalómana (e, sobretudo, ultrajante da pobreza que grassa exponencialmente no mundo) nos relatos do media.
Desde logo este.
(Não sei porquê, sem som. Não, provavelmente, para se não ouvirem os raros “Ahhh!...”, talvez antes para encobrir os muitos “Uiiiiiiiiiiiih!...)

Já naquele primeiro disparo do flash se deixava antever (por palavras próprias ou “emprestadas”) o futuro daqueles hotéis com um número de estrelas nunca visto… Daquelas estâncias paradisíacas subaquáticas… Daquelas enormes pistas de gelo construídas, a coberto dum sol escaldante do deserto, sobre as dunas de areia… Daquelas deslumbrantes mansões construídas sobre caboucos assentes em ilhas artificiais, umas em forma de palmeira, outras dispostas por forma a representarem o mapa-mundi!
Um desvario desafiando as imaginações mais hilariantes, os apetites mais extravagantes, as bolsas mais recheadas, as exigências mais inacessíveis.
O despudor mais indescritível e mais gratuitamente ofensivo das mentes mais sensatas.

Entretanto, o esdrúxulo Dubai era notícia, já não pelas mais mirabolantes razões, mas pelas piores.

Há duas semanas atrás, no dia 21 do passado mês de Dezembro, as agências informavam: “A Dubai World, empresa governamental do emirado que entrou em situação de crise de pagamentos, não deverá apresentar ainda hoje um plano de recuperação aos credores, apesar de estar prevista uma reunião para o efeito.

E oito dias antes, a 14 do mesmo mês, o Público anunciava:
O governo de Abu Dhabi vai injectar dez mil milhões de dólares no Fundo de Apoio Financeiro ao Dubai, permitindo ao emirado vizinho pagar parte da dívida financeira, incluindo uma emissão obrigacionista de quatro mil milhões de dólares da promotora imobiliária Nakheel.
Segundo explicou o governo do Dubai, em comunicado, o resto do dinheiro será utilizado para pagar despesas de juros e capital da concessionária pública Dubai World até Abril de 2010 e fazer pagamentos a empreiteiros e credores comerciais.
A Dubai World e a sua participada Nakheel têm em curso um processo de reescalonamento da dívida de mais de 26 mil milhões de dólares. No final de Novembro, a notícia das dificuldades financeiras da ‘holding’ estatal do Dubai e a perspectiva de falência daquele emirado árabe lançou o pânico nos mercados de capitais, afectando principalmente os títulos da banca na Europa.”

Isto é o que se sabe dentro do que se pode dizer.

E revela um brilhante presente que ajuda a adivinhar um promissor futuro.


Já agora, para além dos referidos atrás, vejam-se mais alguns números esclarecedores da Burj Dubai (Torre Dubai):

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A Burj em números

1,5 mil milhões
O Burj Dubai custou um total de 1,5 mil milhões de dólares, ou
seja, qualquer coisa como 1048 milhões de euros. Cada andar
custou cerca de 6,2 milhões de euros (nove milhões de
dólares). Durante o período de construção, foi acrescentado um
andar de quatro em quatro dias.

8 graus
A torre é tão alta que as temperaturas no topo chegam a
estar oito graus mais baixas do que as temperaturas no solo.

78
É o andar onde os visitantes podem encontrar uma piscina
exterior. Mas para observar melhor as vistas – e comprar
algumas lembranças – é melhor subir até ao andar 124.

15.200
É o número de peças de porcelana Rosenthal que o
hotel desenhado por Georgio Armani encomendou
para o seu restaurante. A Miele forneceu 7650
electrodomésticos para o edifício (a maior
encomenda na história da empresa alemã) e a Duravit
vendeu 4000 peças de loiça de casa-de-banho.

14 mil
Número de trabalhadores envolvidos na
construção do Burj Dubai. Provenientes
de 45 países, gastaram um total de 22 milhões
de horas de trabalho, sendo que alguns
receberam 12 euros ou menos por cada dia de trabalho.

25 mil
A torre está preparada para suportar a presença
de 25 mil pessoas ao mesmo tempo numa área
de quase 527 mil metros quadrados.
Existem 57 elevadores, incluindo um “supersónico”,
que viaja à velocidade de 10 metros por segundo.
Fonte:
Spiegel on-line
(apud Público, hoje)

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Espantoso, não é mesmo?


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