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Clara, que perfaz dentro de dias (30.01) os seus 50 anos, é bióloga (professora universitária), historiadora da ciência e orgasmante por necessidade, deleite, e exibicionismo, conforme é forçoso concluir desta peça.
«Está patente no Centro Cultural de Cascais uma exposição de fotografias de Pedro Palma, exibindo as expressões da sua mulher, Clara Pinto Correia, durante os seus orgasmos» - anunciaram as agências comunicacionais e veicula-nos a notícia José Ricardo Costa (JRC), no seu PP, onde deixou a foto que para aqui trouxemos com o máximo cuidado não fora dar-se o caso de provocarmos qualquer alteração na expressão da fotografada.
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Clara orgasmando, por Pedro Palma
É claro que um amante que fotografa a sua amada no estertor de experiência nada ficcional, presume-se, antes de desvairado arrebatamento e gozo do sétimo céu, bem pouco deve cobrar da sua participação em tão proparoxítono e super-deleitoso desenlace.
Espero não ter de concluir (cheirando-me que a positiva é muito mais provável) que em circunstâncias tais o fotógrafo não é mais que alguém que ali está mas “como um ausente”, seguindo a opinião abalizada do bom fotógrafo (artista) que é o citado co-autor do PP…
E se esse for o caso, creio que a Clara isso pouco lhe importará, desde que orgasme!
Creio que Clara teve a felicidade de ter um amante fotógrafo.
Ou terá tido o privilégio de ter um fotógrafo amando?
Ou será que lhe chega um fotógrafo a mando?
Do que acabo de dizer, é fácil imaginar que CPC é uma das estrelas que confessadamente protagonizam o amor louco, paranóico, esfuziante, esdruxulamente feérico, circense e espectacular, celebrado com um alarido e uma vozearia que se deve ouvir no bairro inteiro onde vive sob a inconfessável imaginação das suas cenas por parte de sorumbáticos cavalheiros e respeitáveis senhores, uns mais, outros menos viagrados, de vizinhas só aparentemente incomodadas com a vozearia, verdadeiramente, isso sim, umas, saudosas, outras, invejosas, assim como por banda de irreverentes adolescentes que por ali deambulam ao som de gritos, urros e outras manifestações de exaltação máxima da vizinha.
Mulher dada às ciências e experiências laboratoriais, sacrifica a sua intimidade em prol de um estudo intenso sobre o que pode significar um acto amoroso frouxo, baseado no hábito, ou sereno, conquanto vivo, em comparação com uma função orgástica de fêmea louca e insaciável…
Por enquanto, CPC ainda não vem para a varanda do andar exibir essa sua veia de fêmea clamorosamente entregue aos prazeres de Eros expressando com seus uivos lancinantes a libertação da sua incontida e incontornável libido. E compreende-se: pretende manter o mínimo dos mínimos do seu recato e o do seu – imagina-se – corpulento, machacaz e intrépido parceiro. Mas os sons que se soltam desse quase bordelesco recanto, ao serviço de uma imaginação normalmente dotada e fértil, são escape suficiente para a possibilidade de tirar conclusões sobre o que se passa na alcova.
Claro que a Clara sobra, todíssimo, o direito de amar e orgasmar como lhe aprouver: nos braços, no colo, às cavalitas (sei lá bem), do seu adonisíaco Eros, do seu perfeito (ao que se imagina) amante… a menos que, deste, o sentido e o dedo nunca saiam do disparador da máquina fotográfica.
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3 comentários:
Como sempre,o texto é exemplar.
Quanto à senhora,fiquei com uma dúvida:
será que ela engoliu a pastilha elástica??!!
Que se orgasme,porra,mas o que é temos a ver com isso??!!
Eh, eh!
JR
Muito bem. Eu confesso-me surpreendido com CPC. Sempre a julguei mais inteligente, pelo menos ao ponto de não se sujeitar a tamanha exposição, que este episódio é apenas o último. Suspeito que aceita mal o avançar dos anos.
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