quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

BRINCANDO, BRINCANDO...

Oportuno.
Certo que se fala de “ontem”.
Na esperança de que “amanhã” esteja desactualizado.

A política foi sempre o prato forte dos humoristas.
Por vezes os únicos que conseguiam furar o “cerco” e as malhas da censura...

Veja o “gato” RAP em forma, numa rábula divertida sobre questões muito sérias...




EM TEMPO

Hoje, QI 07FEV08, e por mero acaso, reparei que o vídeo - que era do SAPO - foi retirado (o que podem constatar com mais clareza se clicarem em cima do ecrã negro do vídeo). A extensa mão do BB chega mais depressa a alguns portais do que a outros. Por outras palavras, o Sapo está, pelos vistos, mais perto do BB do que outros. Ou está mais "atento, venerando e muito obrigado" que outros estarão.
O assunto era sério. Talvez tanto que é capaz de ter sido uma das causas próximas da demissão de Correia Campos...
Talvez daí o "melindre" sentido pelo Sapo. Ou o acatamento de uma instrução (vulgo: ordem) numa obediência que outros chamarão subserviência.
Tudo isto são conjecturas, claro. (Serão?)
A culpa é da conotação que o Sapo tem.

Sendo assim, e porque um documento é um documento (mesmo que neste estilo), volto a colocá-lo neste mesmo sítio, mas agora "transportado" do "YouTube" - talvez mais irreverente, menos "colaborante", mais independente, mais livre das amarras do Big Brother.
E então, podem voltar a ver:

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

SERVIRÁ A PAUSA PARA REPENSAR?


Sócrates referiu hoje que não abria mão das suas reformas na área da saúde.
Toda a gente reconhece que havia alterações a levar por diante. Como toda a gente sabe que, de uma forma geral, a gestão hospitalar é um caos no nosso país.
Mas os desperdícios que aí se verificam e os gastos excessivos que aí se fazem nunca são em favor dos utentes dos serviços. Esses (utentes) e estes (serviços) sobrevivem em condições de grande carência, a maioria deles (uns e outros).

(Mas, claro que há alguém que ganha... Há sempre quem ganhe à nossa custa.)

Por razões que não me regozijam nada, de há mais de um ano para cá que tenho sido frequentador assíduo de hospitais.
Da minha natural propensão para estar atento resulta ter constatado aquela realidade, tanto quanto ela pode ser detectada por um espírito observador, conquanto naturalmente mais desperto para aspectos mais superficiais, já que leigo na matéria. Mas o que é detectável mais à superfície dá para entender que, em profundidade, a gravidade da situação é muito maior.

Acerca dos exageros que tanto caracterizaram a actuação do ministro cessante – donde, naturalmente, os ruidosos protestos das populações mais atingidas por eles – veja-se a curiosa e esclarecedora declaração do primeiro-ministro de que
não haverá mais encerramentos de urgências sem alternativas.

Compreende-se, pois, bem, que aqueles exageros, os respectivos protestos e algumas aberrantes situações a que iam dando azo, tudo acrescido à falta de comunicação esclarecedora do ministro acerca das medidas que ia implementando, tenham contribuído para lhe desgastar a imagem pública.




Por outro lado...
Será possível que o primeiro-ministro esteja mesmo bem consigo, e com a sua política de educação, traduzida num grave facilitismo relativamente aos alunos e numa injusta e grave afronta aos professores? Humilhação que um muito importante número de docentes não merece de forma nenhuma?
Quando deixará o Ministério da Educação de ser um laboratório de experiências pessoais? Quando é que ele será dirigido por políticos que prescindem da vaidade de ter o nome ligado a uma reforma, em benefício de uma ponderada avaliação global coordenada, eficaz e adaptável, no terreno, à nossa realidade, nessa área?


O povo está cansado de esperar, de desesperar e de pagar! E aguarda, a cada momento, que deixem de mudar, apenas, as moscas.


terça-feira, 29 de janeiro de 2008

REMODELAÇÃO MINISTERIAL

imagem DD
as novas caras do Governo


Estes acontecimentos são dos tais que se precipitam, quando ainda os cidadãos mal se deram conta de que algo iria acontecer.

Isabel Pires de Lima e Correia de Campos foram demitidos da Cultura e da Saúde, respectivamente.

Na verdade os ministérios mais sob fogo têm sido o da Saúde e o da Educação.
Quanto ao da Saúde, parece ter chegado a altura de o primeiro-ministro compreender a séria contestação que a equipa de Correia de Campos tem provocado. Assim como de compreender o desgaste que os protestos, as manifestações e a contestação lhe provocaram.

O repúdio que se tem feito sentir da política da Educação, em muitos dos seus sectores, ainda não terão sido de molde a mover Sócrates do apoio à respectiva equipa.
Resta saber até quando. Se é que algum dia esse apoio e compreensão vão ser retirados à equipa de Maria de Lourdes Rodrigues.

Outro membro do governo que surpreende pela continuação no seu posto, é o ministro “Jamais” – tantas foram as suas calinadas e reveses.

A actividade da ex-ministra da cultura não foi, naturalmente, avaliada pelo vulgo.
No meio tinha mais antipatias que boas recepções. Mas esteve quase sempre debaixo de fogo e era geralmente considerada uma peça a abater, no governo, para esta área.

A nova ministra da Saúde, Ana Maria Teodoro Jorge, tem um apreciável currículo na área da Saúde, quer profissional, quer como coordenadora e gestora. Era actualmente directora do serviço de pediatria no Hospital Garcia de Horta, em Almada, e Já foi presidente da ARS (Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

O Advogado José António Pinto Ribeiro é sobejamente conhecido como um homem culto, conhecedor e frequentador da área da cultura: foi programador-geral da FKG, fundador do Fórum Justiça e Liberdade, esteve ligado ao Instituto Camões e era agora administrador da Fundação Berardo.
Além da língua pátria fala alemão, francês, inglês, espanhol e italiano, o que também tem a ver com a sua estatura intelectual.

Quer um quer outro dos novos ministros, não estão vinculados ao PS, mas estão-lhe próximos. Ana Jorge mais próxima da tendência Alegre, Pinto Ribeiro mais soarista.

Todos continuamos convencidos é de que a este governo não chega mexer em duas das suas pedras...
Mas pode talvez entender-se a decisão de Sócrates como o começo do repensar a política do seu executivo. De reequacionar os problemas, de ponderar acerca dos colaboradores.
Se assim for... Do mal, o menos. E ele não deve estar esquecido que em 2009 temos legislativas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

QUE A TERRA LHE NÃO SEJA LEVE!

imagem: site da SIC

Fruto, antes de mais, de uma favorável conjuntura, a relativa prosperidade dos mais de 200 milhões de habitantes das 17 mil ilhas que constituem a Indonésia, durante o longo consulado de Suharto, não podem chegar para lhe relevar o rol de crimes de que foi autor.
Não chega para branquear a sanha sanguinária e déspota do ditador e dos seus títeres.
Acusado de nepotismo, de corrupção e de genocídio. Ladrão (chefe de quadrilha) declarado (ver alusões de instâncias bancárias internacionais). Déspota implacável, ditador feroz e prepotente, não tinha direito à vida tranquila dos inconscientes.

Nos tempos que correm, não é só a morte que “limpa” qualquer passado. A atitude compassiva dos governos relativamente a figuras do género é injusta, já que lhes mantém privilégios e um tratamento comprovadamente imerecidos. Vivem uma vida tranquila e um conforto que se tornam aviltantes em relação às suas vítimas e respectivos descendentes. O que também já vale por uma “lavagem” da memória da criatura e dos seus actos.

Claro que não concordo com “justiças” como a que foi feita ao casal Nicolae e Elena Ceausescu...

Mas não compreendo que se poupem tais criaturas a diligências relacionadas, por exemplo, com a Justiça, por razões (ultrapassáveis) de saúde. E isto sem chegar ao exagero e ao desumano comportamento que eram as sua normais cartilhas de procedimento quando no poder.
Claro que estou a pensar também em Augusto Pinochet.

É um insulto, um ultraje ao Homem, à dignidade humana, a deferência com que semelhantes ditadores e assassinos são tratados no resto dos seus dias!

Pois se os criminosos, antes de serem condenados pelo tribunal, são objecto de especial vigilância e não são alvo de mordomias, porque hão-de ser diferentemente tratadas estas criaturas?

Não compreendo que figuras como Xanana Gusmão se tenham ficado por um “foi o promotor do desenvolvimento de um grande país”, mas “teve os seus lados fracos, sobretudo a violação dos direitos humanos, a ditadura e a corrupção”. Acho uma declaração complacente e desculpabilizadora.
Já mais frio e realista foi Ramos-Horta: “Suharto foi um ditador da família de Pinochet”, conquanto pedisse “para não se guardar rancor ao ex-líder”. Esqueceu o presidente de Timor que, embora possamos pedir aos cidadãos que tenham memória curta (a muitos nem é preciso pedi-lo), o mesmo não acontece com a memória da História.
(Timor-Leste, recordo, que foi uma das vítimas de Suharto, onde chegaram as suas atrocidades: dos milhões de vítimas assassinadas pelo sua “Ordem Nova”, duzentas mil foram timorenses)
Mais curioso (e revelador de certo perfil) foi a declaração do primeiro-ministro australiano que, apesar de tudo o que a História regista, se limita a considerar Suharto, apenas, como alguém “controverso no que diz respeito aos direitos humanos e a Timor-Leste.

Direi, por um lado, como, espontaneamente, soltou Ana Gomes: “até que enfim”!

Por outro, continuo a pensar que a figuras destas não podemos, de facto, augurar que a terra lhes seja leve.





PS: Já agora, deixem que me interrogue, uma vez mais: porque será que regimes e líderes destes têm sempre no governo dos EU grandes amigos, aliados e apoiantes?

domingo, 27 de janeiro de 2008

DA GENEALOGIA A UM MODESTO “OBSERVATÓRIO” - II



Antes de mais uma nota acerca de uma frase da crónica de ontem (não há dúvida que o povo tem razão: as conversas são como as cerejas...) quando referi a posição que a lei tomou em matéria de enterramentos de cadáveres: proibia-os quer no interior das igrejas, quer no seu exterior, no seu espaço envolvente, permitindo-os, apenas, nos cemitérios públicos. Adiantava eu, aí, que por acção de uma espécie de “asae” dessa época, nesse âmbito, se desencadeou a revolta popular da “Maria da Fonte”.
É claro que se impunha essa intervenção dessa “asae” (chamemos-lhe assim), pois que a nova regra se opunha a hábitos seculares, nada aconselháveis, das populações. Foi, portanto, oportuna e tinha de ser firme, em benefício da higiene e da saúde pública. (Já agora, como oportuna e de aplaudir é a acção da actual ASAE, de uma forma geral – se lhe retirarmos evidentes exageros e gratuitas medidas persecutórias que excedem os fins para que foi instituída).
E é claro que a “Maria da Fonte” (que, aliás, era ainda movida por protestos noutras direcções, como na da matéria fiscal), neste particular, foi mais a consequência de uma informação deturpada, mal intencionada, mesmo (dos padres, designadamente, como logo se deixa ver), e que, oportunistamente, se colou aos argumentos de uma população ignorante, conduzindo, inevitavelmente, aos excessos dos protestos populares.

E, agora sim, a abordagem sumária de uma das dificuldades, entre tantas, para a investigação genealógica nas famílias comuns: a repetição de muitos nomes (mesmo nome e apelido) em mais que uma família (diversas, por vezes), quer nos mesmos quer em diferentes lugares de uma mesma freguesia. (E por certo que em mais de uma freguesia).

A essa dificuldade acrescia, tornando-a mais gravosa, o facto de a maioria dos nomes serem constituídos, apenas por um nome e um apelido.

Hoje, mesmo, existem muitos nomes repetidos. Daí que, para contornar a situação e o embaraço, se atente igualmente, para além do nome, a outro elemento, necessariamente pessoal e irrepetível: BI ou outro.
A repetição de uns tantos nomes, entre os de tanta população, nem chega a constituir, propriamente, qualquer problema.

Mas imagine-se em recuados séculos. No século XVIII, por exemplo – que é o de que vamos mostrar um exemplo: uma acentuada repetição de nomes num universo populacional muito mais reduzido... Era uma confusão, mesmo. Problema solucionável, em geral, mas nem sempre com facilidade.

Veja-se, para exemplificar, o seguinte caso: uma criança cuja mãe e cujas avós, ambas, tinham o nome de Maria Ribeira.

Na verdade, os mesmos nomes repetiam-se, na mesma família e noutras, vezes sem conta. Imagine-se a teia complicada que não é!

Depois, além das Maria Ribeira, que as havia às dúzias, havia ondas de modas de nomes, hoje menos comuns, como, na mesma época de que falamos (e na freguesia a que me reporto), o de Iria Nunes. E então, nessa altura, havia dezenas de Iria Nunes.
Por outro lado, eram muitos os homens com o apelido Duarte, uns, José; Manuel, outros. Como neles se repetia com muita frequência o apelido Ribeiro, com os costumados nomes próprios.
(Curioso também é notar, aqui, que eram, nesse tempo, usados os dois apelidos, consoante o género do titular: elas, Ribeira; Ribeiro, eles).

Mais fácil - para melhor ilustrar o que pretendo dizer - seria imaginar uma reportagem.
Mas isso fica para amanhã, ou depois, para não arrastar mais o espaço deste apontamento.

sábado, 26 de janeiro de 2008

DA GENEALOGIA A UM MODESTO “OBSERVATÓRIO”

Há uns anos atrás, deu-me para ir procurar o nome dos meus antepassados, na linha do meu pai, apenas (apenas, porque já era ciclópica tarefa). Saber quem foram, como se chamavam, como e quando viveram, quando e com quem casaram, de quem foram pais, avós, etc., como de quem eram filhos, netos, e por aí adiante, quando e onde se finaram e se ficaram sepultados na igreja, no adro ou em cemitério público. (No caso – freguesia – sobre que me debrucei, até 1833, os defuntos eram enterrados ora na igreja ora no adro, opção que obedecia a algumas circunstâncias ou a certas particularidades do defunto – nalguns casos, nitidamente, por razões de condição social; a partir daquele ano até finais da década de 60 da mesma centúria, só no adro da igreja ou espaço próximo. Sendo os defuntos sepultados exclusivamente em cemitérios públicos a partir de então, mormente por razões de saúde e higiénicas – o que levou a que a acção de uma espécie de “asae” dessa época, nesse âmbito, desencadeasse a revolta popular da Maria da Fonte).

Para além do nome dos avós e de todos os bisavós (oito: quatro em cada linha de antecessores), registei vários dos 8 trisavós da referida linha (sendo 16 na totalidade de ambas as linhas), vários dos 16 tetravós (quartos avós) (32); assim como alguns dos 32 pentavós (64), poucos dos 64 hexavós (dum total de 128), também um ou outro dos 128 heptavós (que totalizam, em ambas as linhas, 256), igualmente um ou outro dos 256 octavós (512), um ou dois dos 512 nonavós (1024), um ou dois dos 1024 decavós (2048) e um dos 2048 undecavós da mesma costela (os das duas somam 4096). Não cheguei a encontrar nenhum dos 4096 dodecavós desta banda (do total de 8192, de ambas).

E desisti deste intento por várias razões. Não, por acaso não fui vencido pelo cansaço (foram horas e horas a fio, manhãs e tardes inteiras, na Torre do Tombo, meses a fio; assim como várias idas a Santarém, ao respectivo arquivo distrital, onde me enclausurei dias inteiros).
Cheguei foi à conclusão de que estava a fazer um trabalho sem um real interesse, para além da satisfação do ego e da curiosidade, tanto meus como dos meus 5 irmãos – certo que com o entusiasmo dos meus dois filhos e dos meus 13 sobrinhos, e provavelmente, mais tarde, dos meus, para já, três netos, além, também provavelmente dos meus 26 sobrinhos netos. Ou seja, pareceu-me ser demasiado trabalho (tempo perdido) para tão escasso e pobre objectivo.
Além de que esse seria sempre um trabalho incompleto: para o vulgo, só existem registos paroquiais de baptizados (alguns com a data de nascimento mencionada), casamentos e óbitos desde finais do séc XV. Eventualmente poderia encontrar-se um ou outro elemento na Biblioteca Genealógica de Lisboa (que também frequentei), um das centenas de braços da rica biblioteca dos mórmons (os fiéis d’A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias), em todo o mundo, nessa área. Mas logo me apercebi de que muitos são os elementos que estão em falta, ou são de duvidosa credibilidade, no que concerne aos registos relativos a Portugal nesse arquivo.
Assim, continuei a desenvolvê-lo mas com outras perspectivas e interesses, mais virado para um diferente e mais alargado universo de eventuais interessados.

É que alguns dos registos paroquiais (sobretudo os dos casamentos e passamentos) contém outros elementos, para além da simples referência aos nomes dos registados e seus parentes mais próximos: alguns são autênticas reportagens de factos e acontecimentos locais, nacionais ou mesmo internacionais (como relatos sobre a entrada e saída dos invasores napoleónicos numa dada freguesia; referências a mobilizados do regimento do Conde de Lipe; desentendimentos entre o poder civil e o religioso; informação sobre doenças de cada época, sobre a natalidade, como sobre a mortalidade e suas causas mais frequentes, assim como sobre a longevidade das pessoas; além de algumas autênticas crónicas sociais...)

Alguns dos problemas encontrados naquela primeira fase do trabalho eram os que decorriam do facto de se repetirem muito os nomes (nome e apelido), em diferentes famílias dos mesmos ou de diferentes lugares da mesma freguesia. Mas desta dificuldade deixarei um apontamento amanhã.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

PAVAROTTI E DALLA: CARUSO

Pavarotti e Dalla evocam o lendário tenor Caruso (1873-1921), num espectáculo ao vivo em Modena, na Itália.
Aliás, a canção chama-se mesmo: Caruso (do filme com o mesmo nome).
Espectaculares “a voz quebrada de Dalla e a voz límpida, diamantina de Pava”.



Emocionante!
Soberbo!
Arrebatador!



Luciano Pavarotti e


Lucio Dalla (ao vivo

em 1992): Caruso



quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

ESTÁ AÍ A CHEGAR A ERA PÓS-REDUTORA




Que diriam, entre tantos mais, Vasco Pulido Valente e Miguel Sousa Tavares (que por outras causas já estiveram de costas voltadas, mas agora se batem de mãos dadas por esta nova cruzada) se já cá tivesse chegado uma nova determinação anti-tabagista, como a que já chegou, ou está a chegar à Califórnia: alargar aquela proibição às residências dos cidadãos...? Se já cá tivesse chegado a época pós-redutora que já se vive noutras zonas do planeta? Que tal?

Haverá big brother mais preocupado com a nossa saúde e com um braço mais extenso?
Não tarda que ele não meta o bedelho e não condicione ou penalize o nosso pensamento...

Eu, traidor da classe, desde os começos deste século (poucos anos ainda volvidos, portanto) – numa altura em que as ondas de protesto contra os fumadores andavam bem longe daqui - convertido (quando pensava tal ser impossível, mas de minha livre e exclusiva vontade) ao grupo dos esterilizados, compreendo perfeitamente a posição dos fumadores contra os excessos da legislação e contra a respectiva incoerência, contra o estúpido e abusivo “asaeismo” reinante.

É absolutamente absurda a estigmatização e a marginalização que estão a encaminhar os fumadores para um novo gueto. Inadmissível.

Estamos entregues ao caprichoso talante de uns quantos tiranetes que fazem de nós humanóides descerebrados, abúlicos e autómatos.
Não restam dúvidas de que assistimos à postergação ou ao afunilamento de regras ditadas ao sabor de maiorias de duvidosa democraticidade...

A situação faz-me ocorrer uma frase de José Saramago, pronunciada por ele mesmo no encerramento do Fórum Social Mundial 2002, a 05.02 desse ano, acerca da democracia, «esse milenário invento de uns atenienses ingénuos para quem ela significaria, nas circunstâncias sociais e políticas específicas do tempo, e segundo a expressão consagrada, um governo do povo, pelo povo e para o povo»...

“Do povo, pelo povo e para o povo?”
Está bem. A ASAE (que entre nós já se chamou PIDE e que pensávamos enterrada desde ABRIL) já nos explica como é...


quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

UMA IMAGEM, MIL FACES






Hospital de Santa Maria, cerca das 9 da manhã. Dia de semana.
Passos perdidos, em frente ao balcão da recepção do hospital.
Três corredores sucessivos, separados por portas de correr, de abertura automática.
Num compasso de espera, sento-me numa cadeira para observar os passantes.
É impressionante aquela turbamulta, num constante vaivém, que se atropela, que corre, que se acotovela, que barafusta, que protesta, que reclama, que se interpela, que sofre, que se cala, que se perde na barafunda... são dezenas e dezenas de pessoas que se cruzam, que se ultrapassam, aos ziguezagues ou em pequenos segmentos de recta, intercalados de vários desvios, umas em passo acelerado, outras quase em corrida, raras pausada e calmamente, em regra por imposição da idade ou por visíveis condicionamentos. Há os que, apoiados em canadianas, se balanceiam e atiram em consideráveis distâncias, ganhando uma velocidade notória. Há os que, arrimados a bengalas, avançam a passo miudinho. Há os que, pés marcando dez para as duas, avançam em passos largos. Há os que se arrastam, aos saltinhos. E os que, balançando-se lateral e acentuadamente, mal avançam escassos centímetros.
Há os que, acabados de saltar da cama, há duas ou três horas, enfiaram a mesma roupa de todos os dias, desenfiando-se rapidamente para a rua, cabelos ainda com os jeitos ganhos no travesseiro durante a noite.
“Feios, porcos e maus”, ocorre-me.
De facto, quase todos feios. E muitos, com aspecto de porcos. Maus? Talvez nem por isso.
Gordos e disformes, tantos. Secos que nem carapaus, alguns. Para além dos apenas gordos ou somente magros.
Altos ou baixos, preocupados ou aéreos, muitos de cara fechada e ar ausente. Todos apressados.
As portas parecem umas doidas tontas, constantemente a ameaçar fechar, mas a desistir, a cada instante, desse intento, tal a pressão da chusma que avança. Clic-clic, clic-clic – é o som que ressalta daquelas doidonas nervosas.

A primeira constatação que faço é a de que os serviços públicos hospitalares só são utilizados, por gente feia, pobre e degradada.

Gente que se levanta às seis e que se deita às onze da noite; elas, depois de concluída a lida diária da casa e de avançadas várias tarefas do dia seguinte. Todos, depois de um dia sem parança e sem laivos de esperança. Todos cansados da ginástica de fazer esticar os euros de forma a que não sobre sempre dia, como habitualmente sucede.

Aqui ou acolá, hoje, amanhã ou depois, sempre os mesmo dias de desatino, de luta, de desespero, de triste expectativa, marcados pelas rotinas, quais repetitivos movimentos pendulares. Cansativos. Desgastantes.

Gente cujo passado já caiu no esquecimento e a quem o futuro se apresenta como uma parede ou um túnel escuro como breu.
O presente é quanto lhes resta. Sempre igual. Sempre difícil. Sempre mais preocupante. Cada vez mais arrasante.

Mais parecem, todos eles, sombras de fantasmas.

E a solidão que transpira dessa mole?

E o desespero a que tantos não conseguem resistir?

Feios e com ar muito degradado?
Pudera!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

PS, “UM PARTIDO SEM ALMA NEM VIDA PRÓPRIA”?






É um mistério quase insondável. Melhor, é um quase mistério.
Ora bom, bem vistas as coisas nem será mistério nenhum.

Todos sentimos que ESTE PS que nos governa e representa na AR, não é um PS de lei.
Todos sentimos que se assenhoreou dos sonhos, planos e projectos do PPD/PSD. Que na deriva neoliberal arrancou a bandeira ao maior partido da oposição.
Todos sentimos que faz a gestão da crise sem evitar que ela se reflicta sobretudo – para não dizer somente, por soar a radicalismo – nos mesmos: numa classe que já foi média e neste momento está em queda acelerada e desamparada.
Classe a que pertenceriam alguns – muitos – dos que hoje recorrem ao banco alimentar para poderem subsistir ou pelo menos evitar que os seus também passem fome. (Referem-se cada vez mais, nesse crescente número, os casos de licenciados de vários quadrantes das artes e ciências, igualmente em progressivo aumento numérico).

Admiramo-nos, alguns, com a complacente (ou apenas supostamente indignada) anuência de certos democratas que militam no PS a tudo quanto vamos assistindo...

Esperamos, a todo o momento, por um sinal de reprovação do que se passa – melhor: de discordância de muitos factos, episódios e acções DESTE partido que nos governa... – mas têm sido raros esses sinais.

A certos socialistas, que não acreditamos que pactuem com tudo o que está a acontecer, vemo-los pegar nesta matéria com muitas cautelas: de luvas e pinças. É o caso paradigmático de Brederode Santos. Limitam-se a admitir que algo se vai fazendo, ainda que com algumas distorções, erros e outros desvios.

De Manuel Alegre ouvimos, perplexos, por exemplo, que se absteve (APENAS) na votação da lei eleitoral autárquica.

De João Cravinho tivemos uma chispa de declaração em que define uma sua mais clara distância DESTE Partido Socialista...

De Ana Benavente lemos uma expressão mais clara acerca do descontentamento de uma boa parte do PS acerca de muito do que se passa neste momento com o partido que nos governa.

Há elementos cuja inacção é bem preocupante: Ana Gomes, por exemplo, que dirá ela?

E Jorge Sampaio, se livre estivesse de especial estatuto que, geralmente, se traduz em grande moderação e maior independência, que diria ele?

De Mário Soares – que nem sempre foi o melhor exemplo de coerência - tivemos o recado, em tom bem-humorado, de que talvez já fosse altura de o primeiro-ministro, agora, se voltar um bocadinho para a esquerda...

Creio que as cautelas de alguns dos que, seguramente, não estão satisfeitos com o que se passa têm a ver com a intenção de evitar grandes tormentas ou desgastantes crises no interior do partido.

Mas há uma frase, de Elísio Estanque (um militante do PS de Coimbra – cidade onde o partido está cada vez mais decadente), que me deixa aturdido: “no actual contexto político, como sabemos, o PS é um partido completamente domesticado perante o governo e o seu líder (isto é, um partido sem alma nem vida própria)” – cfr O partido, as causas e os protagonistas, in Diário de Coimbra, 28 de Dezembro de 2007 (apud CES/Centro de Estudos Sociais, da U de Coimbra).

Sei que nestas matérias sou demasiado primário e muito pouco “político”, mas a minha alma pasma perante tão conformada declaração.

Será mesmo de lançar uma pá de cal sobre a urna do PS?

Será verdade e inevitável que dele apenas reste e se venha a manter este simulacro de socialismo triunfantemente levado a cabo por estes neoliberais social-democratas que nos governam?

A esse “partido completamente domesticado” de que fala EE não haverá, mesmo, ninguém capaz de dar o murro na mesa e dizer: basta!?

Dou a palavra aos contestatários e inconformados.
(Embora sem grandes esperanças de que o silêncio seja quebrado)


sábado, 19 de janeiro de 2008

DA QUESTÃO DE “BOM NOME E HONRA PESSOAL” E DO NOVO “TRATADO DE TORDESILHAS”

No Público de hoje, Paulo Teixeira Pinto vem exercer o seu direito de resposta. Em síntese, contradiz:
“... sou a esclarecer, em defesa do meu nome e honra pessoal, que: (i) Não recebi qualquer "indemnização de 10 milhões de euros", nem "à cabeça", nem a qualquer outro título, pela renúncia ao cargo de presidente do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português;(ii) Também não recebi qualquer indemnização pela rescisão do contrato de trabalho enquanto quadro do banco, com a categoria de director-geral;(iii) Foi-me paga a remuneração total referente ao exercício de 2007;(iv) Passei à situação de reforma em função de relatório de junta médica.Paulo Teixeira Pinto”
Seguindo-se a seguinte“ND: Como "indemnização", o PÚBLICO pretendeu referir-se ao acerto de contas imediato efectuado aquando da saída do banco.Os números que deverão constar do Relatório e Contas do BCP são os seguintes: Compensações - 1,9625 milhões de euros; Remunerações Variáveis - 7,770 milhões de euros; Pensão Vitalícia - 37,5 mil euros mensais durante catorze meses por ano.Nas contas de 2007, apenas serão contabilizados os encargos com pensões durante os primeiros 14 anos.”

Por mor das dúvidas fui confirmar, aos códices, o sentido e o significado de “bom nome e honra pessoal”... Não me pareceu encontrar, , diferenças.

Seria a registada, e talvez só aparente, diferença de umas centenas de euros, no que respeita à indemnização, que “ofendeu o nome e honra pessoal” de PTP?

Talvez não tenham sido, apenas, esses trocados que mexeram com o “excepcional” gestor...

Talvez possamos levar mais longe a mensagem do “magoado” administrador!

Talvez confirme bem mais do que alguns pretenderão que não se trata, de todo, da propalada e imaginada inveja do portuguesinho de lei!

Talvez venha mais em abono da mais que exaustivamente referida injustiça que reina, nesta matéria, entre nós...






2. Levanto-me para aplaudir o editorial de hoje de Manuel Carvalho (Público).

O “tratado de Tordesilhas” em matéria de domínio autárquico é um reflexo do país que temos neste momento: ESTE PS que lidera este governo e a situação actual, manifestou uma gula e um apetite devorador que nem ao de leve assomou ao espírito de qualquer dos monarcas, português e castelhano, nos finais do séc XV.
ESTE PS pretendia que 360 º a Este ou a Oeste de um dos (dois) principais partidos concorrentes, tudo ficasse sob o domínio do partido vencedor.
Seja dito em abono da verdade que menos insaciável (e mais equilibrado) se mostrou o PPD!!!

O que aos novos “
tordesilhistas” interessava “de facto – recorda o editorialista, – era afastar convivas indesejáveis da partilha”. E conclui, MC: “a nova lei, que nasce mais de um apetite do que de uma urgência, consegue-o”.

Directamente ou por atalhos, o que se pretende é institucionalizar “o caudilhismo dos presidentes, fonte de nepotismo e de corrupção”, assim como a “mentalidade plenipotenciária de muitos autarcas” que não escondem não tolerar a vivência democrática nos seus “principados” e que pretendem perpetuar as perversões desse sistema, a “claustrofobia da vida partidária”, o domínio dos meios de comunicação locais, dos empregos e da economia, a “ausência de condições para o exercício da oposição eficaz e sistemática”.

Ou seja, e por semelhantes palavras, Manuel Carvalho observa, por último, que onde o bom senso e a experiência aconselham “a combater os perigos que minam o poder local”, ao invés, “a nova lei exacerba-os”...

Até quando?


sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

“QUESTÕES DE MORAL, DE PUDOR, DE DINHEIRO...”




O mote foi a notícia acerca de Paulo Teixeira Pinto: com uma veterania de pouco mais de 10 anos de BCP, uma passagem meteórica de uns meses como CEO do banco, deixou recentemente estas funções com uma indemnização de 10 milhões de euros e uma pensão anual de 500 mil euros, o que equivale a 35 mil euros por mês, 14 meses por ano!
[O meu amigo, que ainda faz a conversão em escudos para melhor avaliar as situações, concluiu bem: mais de 7 mil contos por mês (incluindo os dois subsídios). Isto para não falar nos tais dez milhões de euros que, no velho escudo, se traduzem por um valor quase indizível!...].

É evidente que não se trata da insinuada inveja do portuguesinho de lei!
Nada disso.
Nem se trata, ao que parece, de ver a questão por nenhum dos ângulos por que ela foi recentemente referida pelo PR: considerada, geralmente, pelos media, ou como uma palissada ou como uma argolada (para usar linguagem mais ligeira).

A questão é mesmo de moral, de pudor, de escrúpulo e de seriedade intelectual. (Certo que valores hoje pouco entendíveis, nada apreciáveis e pouco aconselháveis!)

Claro que se deve pagar bem a quem demonstrar saber, competência, capacidade de análise e de decisão, e boa performance.

Mas parece-me um erro de cálculo imaginar que a natureza divina se limitou a moldar criaturas destas apenas em Portugal, já que é aqui que, certos crânios mais se distinguem, sobretudo pelos réditos do seu labor.

Isto em termos comparativos relativamente a outros países, nomeadamente tendo em atenção os restantes níveis de vencimentos.

Não é, de todo, compaginável com o sucesso de certas empresas, que este apenas seja devido a um ou dois cérebros especial e unicamente dotados.

O resto dos contratados dessas instituições, nomeadamente os seus quadros, serão acaso, todos eles, tão só verbos de encher?

Acaso será indispensável pertencer a alguma secreta organização ou a ter de experimentar alguma carreira política ou a ter de passar pelo crivo dos cartões partidários, para se passar de pessoa comum, de ilustres desconhecido, a grande cabeça ganhadora de grande fama e de maior proveito?

Serão apenas estes a ter direito a uma remuneração digna, enquanto que todos os mais – igualmente bons e superiores, mas desconhecidos – mais não merecem receber que o seco rabo de uma petinga?

Não. Temos de convir que é indecorosa a situação que se gerou e se está a sustentar!



quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

JÉRÔME MURAT



Jérôme Murat
Um artista. Um criativo sensacional.
A estátua. Mas a estátua viva!
O criador e a criatura.
Espectáculo. Magia.
Mimodrama de grande excelência.
Arte e ilusão.
Realidade e sensação.
As fronteiras difíceis de definir entre elas.
Mas a criação no seu fulgurante esplendor.
A estátua que se move. O diálogo que avança.
A força do criador. O domínio da criatura.
A fantasia. A realidade. A realidade-fantasia. A fantasia-realidade.
O jogo do domínio do criador pela criatura. Desta que se impõe àquele.
O criador que resiste. Que anula a criatura.
O criador que a recupera... Que por ela se deixa substituir.
A criatura que subsiste. O criador que se ultrapassa

Vitória?
A do génio. A da arte.
Prenhe de simbologia.

Mérito?
O de Jerôme Murat!

Soberbo, simplesmente!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

A ÚNICA CERTEZA É DE QUE SAI BUSH


“Haverá, nas eleições presidenciais americanas deste ano, outro motivo de interesse para além de saber se os EUA vão ter, como presidente, a primeira mulher, o primeiro afro-americano ou o primeiro mórmon? A verdade é que para demasiada gente não importa quem vai entrar na Casa Branca. O que importa é quem vai sair: Bush” – lembra hoje Rui Ramos que, no entanto, sublinha: “Os americanos exigem "mudança" - a mudança necessária para que nada mude”.

Os mandatos de Bush fizeram-me lembrar uma frase do escritor norte-americano autor do
Exodus

"Muitas vezes não temos tempo para dedicar aos amigos,
mas para os inimigos temos todo o tempo do mundo".
Leon Uris


Para se ser presidente dos EU não se torna necessário ter um currículo especial, uma certa cultura, uma “folha” rica de feitos e conquistas que enobrecem o candidato.
Da mais pura mediania têm saído presidentes da maior potência do mundo.
Geralmente concorrem os espíritos audazes e “vencedores”.
Acontecendo que outra é a audácia de um eterno perdedor como sempre foi o presidente que está de saída.
Apesar de sempre ter sido uma negação em aproveitamento escolar, e de ver recusada, portanto, a sua admissão na Universidade do Texas, acaba por entrar nesta instituição em atenção ao pai e ao avô que lá se formaram.
Apesar da sua mediocridade, conseguiu uma licenciatura. Mas, espírito irrequieto, e dependente de vício preocupante, e volúvel, torna-se piloto da Guarda Aérea do Texas.
Em 1978, seguindo as pisadas do pai, Bush dedicou-se à prospecção de petróleo e criou uma empresa petrolífera: outro desaire, até porque levaria uma empresa “amiga”, que salvara a sua da derrocada final, também ela a uma difícil situação.

Assim, de insucesso em insucesso, desiste de lides mais exigentes para se dedicar ao negócio desportivo.
(Pelos vistos, não é só neste canto “à beira mar plantado” que o desporto e a política vivem em promíscuas relações).
Para o agora presidente Bush poder concretizar o seu sonho – a presidência da Federação de Basebol, o desporto rei nas terras do tio Sam – foi-lhe sugerido que se tornasse, primeiro, governador do Texas.
Certo que já antes, em 1978, sofrera um desaire na candidatura a um cargo político, mas homem decidido que é (sobretudo para o erro e para o fracasso) avançou mesmo com a candidatura, e desta vez tornou-se governador do Texas, em 1994, cargo para o qual foi reeleito em Novembro de 1998 (um feito inédito e misterioso, para quem só conhecia o sabor da derrota e do insucesso).

Claro que quando da mais vulgar mediania pode sair um presidente dos EU, é porque outros valores mais altos se levantam.

O grande capital não tem distracções. E sabe escolher os seus peões.

É conhecida a reviravolta que teve a sua vida, quando completava os 40 anos de idade: o abandono do álcool foi decisivo. E severamente imposto.

Da sua vergonhosa vitória nas presidenciais de 2000, todo o mundo ficou conhecedor. Foi por decisão judicial que Bush ganhou ao seu opositor, Al Gore, na Florida, governada pelo seu irmão.

«Assumindo o papel de “líder do mundo ocidental” e recorrendo a um discurso simples mas extremamente eficaz - os que estão connosco são “os bons”, todos os outros são “os maus” - ele reuniu uma formidável coligação internacional e, em escassos meses, escorraçou os Taliban do Afeganistão e eliminou o principal “santuário” da al-Qaeda. Agora chegou a vez do Iraque» - noticiava o CM de 27.12.2002

Em Janeiro de 2005, Bush tomava posse como 44º presidente dos States e anunciava a sua política. "A América neste novo século", disse ele, "proclama a liberdade para todo o mundo". E disse mais: que a América não vai ignorar a "tirania", seja ela qual for, nem principalmente desculpar os tiranos.

Era demasiado evidente ter-se esquecido dele próprio.

Para não alongar excessivamente o rosário de tropelias, baixezas e outras acções graves do mandato do «chefe cruzado Bush» (segundo Bin Laden), basta recordar que “O governo Bush tem sido marcado por polémicas e por uma acção que (se praticada pelo inimigo) ele chamaria terrorismo”.


Recordemos, para sublinhar o brilho da inteligência e a sensatez, e o pudor do dono e Intendente do mundo, duas pequenas passagens de outras tantas declarações suas:

"A ideia de que os Estados Unidos se estão preparando para atacar o Irão é simplesmente ridícula."
(Em entrevista na União Europeia)

"Os nossos inimigos são inovadores e engenhosos, e nós também. Eles nunca param de pensar em novas maneiras de prejudicar nossa nação e nosso povo, e nós também não."
(Discurso de 05AGO2004)

Acho que estamos todos – o mundo todo – esclarecidos.

Atentos, reverentes e obrigados!

Claro!


Costuma lembrar-se que Bush se julga um importante interlocutor de Deus... Pois recorde-se que os unificacionistas, da Igreja da Unificação (Coreia do Sul), chefiada por Sun Myung Moon vêem nele (G. Bush) alguém superior a “Cristo, a Deus e à Bíblia”...


Às vezes não parece... Mas estamos no séc XXI!

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O GOVERNO, A SAÚDE E A SAÚDE DO GOVERNO

O azedume cresce. As vozes, mais de fora que de dentro do partido, fazem-se eco de um mal-estar que se vai avolumando cada vez mais.
Mas mesmo as de dentro vão crescendo em número e em tom.

Ou estamos perante a figura ímpar e genial de um primeiro-ministro que, contra tudo e contra todos (contra tudo o que se tem visto e contra todos os críticos), chega ao fim do mandato e apresenta obra, e se não aquela que anunciou em campanha, algo de muito próximo e equivalente... Ou teremos de dar razão a todos os que o têm vilipendiado.

O que alguns críticos têm dito a seu respeito não é muito abonatório. Bem pouco, aliás. Nem lhe traçam um perfil digno de qualquer aplauso. Muito ao contrário.

Aliás, e a propósito, a opinião que lavra por esse país fora, mais que por ele galgam os incêndios da época estival, é a de que a classe política se tem revelado tão ousada como incompetente.

O que se tem dito e redito (sobretudo fora dos meios da oposição) ou corresponde a uma verdade indisfarçável, sendo de indiscutível justiça... E aí quem está mal não são os críticos. Ou é de uma fantasiosa e condenável injustiça... E aí têm de ser os mesmos críticos a corrigir a mão e o verbo.

Assim, por exemplo: no último DM, 13JAN, reuniu o colectivo para julgar José Sócrates e ESTE PS: um jurista, um sociólogo e um escritor. Ou seja, e respectivamente, Nuno Brederode Santos, António Barreto e Vasco Pulido Valente. Todos eles colunistas em dois periódicos de referência no nosso meio: o primeiro no DN, os outros dois, no Público.

Com a bonomia que o caracteriza, NBS defende que algo se tem avançado, nesta legislatura: a contenção do défice; a reforma da Segurança Social e a reforma do Parlamento.

Para VPV, geralmente, tudo está mal. E é corrosivo até mais não. Porquê?
Ora, porquê... Porque sim.
Para ele, antes de mais, Sócrates «reduziu o Governo à menoridade, liquidou o partido, controla parte da imprensa e da televisão, absorveu a direita e tornou o PSD facultativo. Tirando Cavaco, e até esse com prudência, ninguém o limita.» E em termos de resultados de governação sintetiza: «o "reformista" não reformou coisa que se visse: apertou as pensões de reforma e espremeu o contribuinte. O "modernizador" ficou pela farsa do Simplex e distribuiu computadores pela província.» (E nesta crónica PV estava muito contido, relativamente a outras).

Barreto, que de há muito se não contem na sua apreciação negativa DESTE partido e deste governo, apresenta assim o primeiro-ministro: «todo o seu raciocínio é megalómano e pueril. As suas demonstrações não têm lógica. Das premissas, não resultam as conclusões. Os factos não são os que ele recorda. A cronologia não é a que ele invoca». Mas AB vai mais fundo e sustenta: «os sistemas de decisão vigentes em Portugal são tais que estes [falara da OTA] procedimentos, recheados de demagogia, erros, mentiras e disparates, são possíveis e não são alterados. Estuda-se pouco, estuda-se mal e estuda-se secretamente. Mas, sobretudo, estuda-se apenas o que se quer fazer. Primeiro decide-se, depois estuda-se. E só se estuda o que confirma a decisão. E pagam-se os estudos que a fundamentam. O Governo não é regularmente assessorado por gente capaz, politicamente independente e tecnicamente competente. O Governo não acredita nas virtualidades do debate público permanente e da libertação de toda a informação necessária a qualquer decisão.»

Os colunistas do Público não se encolhem nas críticas. Mas o pior é que NBS, naquele seu artigo de opinião, além de ser parco – muito parco – nas boas referências, relativamente ao executivo e ao partido que o suporta, ensimesmado e um tanto perturbado, não deixa de se questionar:

E «aqui chegados, a pergunta é: por quê, então, os protestos: na rua, no interior, nas corporações? É só défice de informação, que é a tese preferida de todos os Governos? Penso que não. Creio que houve uma deficiente avaliação das congénitas resistências à mudança e um excesso nas promessas (em que toda a oposição incorre). Há reformas que pedem já os sacrifícios mas ainda patinam, porque não eram compagináveis com o esforço de combate ao défice, não eram possíveis antes dele ou a par dele. Há medidas de mero apoio a esse combate que são dissimuladas em reformas. Há uma tendência nefasta para seguir a ideia do menino holandês: se tirar o dedo do buraco na parede do dique, todo o país é inundado.» E, antevendo alguma razão nos generalizados protestos, chega mesmo a propor: «agora era o bom momento para mostrar ao país (...) as razões de alguns erros cometidos».

A sentença do colectivo (algo convergente) ficou adiada para ocasião mais propícia.






Um dos dois ou três maiores alvos de protestos deste governo têm tido a ver com “as reformas” na área da Saúde. E, aí, está imparável hoje (Público) José Vítor Malheiros nos “Excertos do diário íntimo de Correia de Campos” que ele imaginou, com uma graça e uma realismo impressionantes. Imagine-se, só, CC falando de si para os seus botões (e para os colaboradores, claro): “há pessoas muito estúpidas. Há pessoas tão estúpidas que nem sequer percebem que, quando se fecha o serviço de urgência do hospital da sua terra, isso é para o seu bem.” “E há mais: há pessoas tão supinamente estúpidas que nem percebem a diferença entre Serviços de Urgência Básica, Serviços de Urgência Polivalente e Serviços de Urgência Médico-Cirúrgica (como se eu já não tivesse explicado o que significam estes conceitos) e que dizem que tudo o que querem é poder ter acesso rápido a cuidados médicos em caso de necessidade. Uma tristeza”. Ou seja: “há pessoas tão estúpidas que nem percebem a diferença entre um SUB, um SUP e um SUMC”.
Mas o delírio do imaginador, avaliando o do imaginado, vai num crescendo espectacular.
“Mas isto ainda não é tudo: há pessoas que são tão estúpidas que nem percebem que não tem a mínima importância terem de se deslocar umas dezenas de quilómetros até ao SUB ou SUP ou SUMC, conforme o caso, porque podem apanhar um táxi ou uma ambulância ou mesmo um helicóptero. Algumas destas pessoas são tão indiferentes às prioridades da organização da rede de urgência que levam o seu egoísmo ao ponto de se queixarem da despesa e do incómodo que essas deslocações lhes causam. O que são 200 ou 300 euros quando é a saúde que está em causa?”
“E até há pessoas tão estúpidas (algumas delas altamente colocadas) que acham” que em matéria de saúde, o país está um caos!
E para rematar este paranóico conjunto de excertos das cogitações do arrebatado ministro, conclui:
“Há outras pessoas que são tão estúpidas (incluindo pessoas que fazem parte de comissões técnicas que até deviam perceber destas coisas) que acham que as intervenções na rede de urgências começaram a ser feitas antes de se ter pensado no quadro global e que se está a pôr o carro à frente dos bois e a tomar decisões avulsas conforme as pressões locais.Há tantas pessoas tão estúpidas que acho que a única solução é mesmo dissolver o povo. Ia reduzir o acesso às urgências.”

E aqui, que dizer?
E que fazer?


sábado, 12 de janeiro de 2008

LUÍZ PACHECO





Foi um post recente, do José Ribeiro, n’ O VOO DA CORUJA, que me deu a deixa para o meu apontamento de hoje.
Luiz Pacheco.
A sua aparência, por vezes grotesca, a sua permanente irreverência, a indigência tantas vezes exibida (E VIVIDA) não lhe retirara a lucidez que igualmente sempre lhe foram, por tantos, reconhecidas.Uma lucidez como poucos seriam capazes de revelar.

Não conhecia o sofisma nem a linguagem indolor...
Explorava e exibia mais o avesso do que a lisura do política e socialmente correcto.

Era um homem inteiro, de espinha direita, incapaz de substituir a palavra dura, talvez agressiva, corrosiva, mesmo, pela preferida pela tranquilidade das boas consciências.

Mas quantas pessoas são capazes – e a quantas isso será permitido – de dizer o que, como e quando pensam?

Enigmático? Excêntrico? Talvez.
É que não se adequava aos clássicos e subtis figurinos.

Era. Não pretendia – muito menos fingia – parecer ser.

Lúcido.
Corajoso.


sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A REALIDADE PARA MILHÕES!

Recebi há pouco por mail…

São cada vez mais os sinais, no mesmo sentido, que nos chegam de toda a parte!

PERTURBANTE!

ATERRADOR!

Certo que, quem, principalmente, deveria reflectir nisto, deveriam ser exactamente os que não vêem estas reportagens.
Mas eles conhecem os factos, embora a sua cegueira lhes não permita meditar sobre esta dura realidade.


«A nation blind to their disgrace

The lyrics are quite haunting and in light of Ms Bhutto's fate, this clip appears more poignant than ever. Man's inhumanity to man. And women. And children. Can we dare hope for some sanity in the year ahead?

click on:
No Bravery»

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

APESAR DE TUDO: “CONFIANÇA NA AMÉRICA”, DISSE

um símbolo


“Não ao nuclear, dizemos, enquanto possuímos o maior arsenal mundial. Respeitem a lei, exigimos, enquanto menosprezamos as Convenções de Genebra. Ou estão connosco ou estão contra nós, declaramos, enquanto ignoramos o impacto das nossas acções na Turquia e no Médio Oriente. Tirem as mãos do Iraque, avisamos, enquanto as nossas tropas ocupam Bagdad. Cuidado com o poderio militar chinês, clamamos, enquanto gastamos em defesa quase tanto como o resto do mundo inteiro. Honrem o futuro, pregamos, enquanto desertamos em relação às mudanças climáticas” (Madeleine K. Albright, em artigo de opinião, hoje no Público, sob o título “Confiança na América”)

Quem esperava que a confissão da ex-Secretária de Estado do Presidente Bill Clinton fosse tão longe?
Ah! Mas os americanos são assim: gostam de exibir uma grande liberdade de expressão.
De qualquer forma o que, a muitos, nos parece ver em cada americano... é uma criança crescida: instável, perplexa, delirante, imatura, hilariante nas suas contradições e nos seus caprichos.


TR 11SET2001: abria-se uma brecha na "superfortaleza"
.
.
Um dia aconteceu que a “fortaleza inexpugnável”, o campeão da segurança, de repente se viu à mercê de qualquer ataque. Mais: ataque que talvez não tenha, tanto assim, de surpreendente e de inesperado!

Albright, depois de falar na cultura do medo, (irreversivelmente) instalada, com a maior inocência deixa entender que “o presente mais precioso que o próximo Presidente pode oferecer aos Estados Unidos é o fim da política do medo”!...
Madeleine Albright dá a impressão de ter perdido a compostura, de não saber de que fala. Parece ter esquecido que os EU sempre se guiaram por padrões que em nada se prendem com a paz e com o fim da política do medo. Outros interesses, sobejamente conhecidos, se sobrepõem a tal desiderato: não é para nenhum cidadão do mundo uma afirmação merecedora de crédito, não é uma atitude séria, aquela que, por vezes, os EU têm o despudor de proclamar: a paz. Não é sério que se fale em paz promovendo a guerra, já que o motor dos norte-americanos é o petróleo e o armamento e uma soma de interesses geoestratégicos que se prendem com a sua tradicional, e incurável (?), ânsia de domínio do planeta (dentro e fora dele), esta a verdade indesmentível.
(Sei, lembro-me, que o JR me recordou – E BEM! - que desde, pelo menos, a concepção de política de Maquiavel que, ninguém de senso, neste mundo, espera que um político seja sério... Mas estou com enorme dificuldade em adquirir esse senso! Creio ser inevitável morrer, um dia, sem ter conquistado esse pingo de inteligência!)

O que a ex-Secretária de Estado se terá esquecido de referir é que foram os EU quem deu formação, quem armou e quem preparou, para a guerra ou para a guerrilha, todos ou a generalidade dos seus inimigos.
O que a ex-Secretária de Estado terá omitido é que os EU deram importante e decisivo contributo para o clima de medo que o Mundo vive hoje.
O que à memória da sra Albright não ocorreu - ou as suas palavras não ousaram acompanhar o seu pensamento -, foi que os EU estão directa ou indirectamente ligados à política de terror, que uma linguagem
soft não permite classificar de terrorista.

Palavra do tio Sam – tirando a que respeita à guerra e à retaliação ao aumento do seu poderio – não é para levar a sério.

“Não podemos ignorar”!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

MIGALHAS

foto Yasuyoshi Chiba/AFP



“Largos milhares de habitantes de Kibera, uma cidade de barracas de zinco nos subúrbios de Nairobi”, lutam pelo alimento que a Cruz Vermelha distribui.

Na verdade, à agitação política que se seguiu à eleição de Mwai Kibaki, em 27DEZ último, e que já teria provocado a morte de, pelo menos, um bom milhar de quenianos, seguiu-se o espectro da fome.

“Grassa a fome no Quénia”, referia, hoje, em grande título, o Público. “Julgava-se há alguns meses que o Quénia era um país relativamente calmo, num continente muitas vezes em ebulição; mas agora as perturbações que ali se vivem estão a juntar-se às da Etiópia, Somália, Sudão e outros territórios”- esclarecia o mesmo periódico.

Aliás, estas instabilidade e agitação políticas vieram agravar a, já de si, dramática situação vivida nessa área do Continente (Corno d’África) e imediações, no que à base logística de auxílio lhe respeitava. E é assim que “as camadas mais desprotegidas da Somália, Uganda e República Democrática do Congo terão agora de esperar longos dias até que lhes cheguem algumas migalhas de socorro” – explicava o mesmo artigo.

“Migalhas”...

É o reverso da medalha.


terça-feira, 8 de janeiro de 2008

MATURIDADE

Dos jovens tem o gosto da polémica. É inteligente. É sabedor. De alguns dos mais velhos cultiva a sensatez.
É humano. Claro que é humano: mas a falha que o prova é difícil de encontrar.

Tem, com Helena Matos uma página no Público de Segunda a Sexta. Em que jogam um pingue-pongue de palavras. De ideias, melhor dito.
Ainda não ouvi júri que se pronunciasse sobre a matéria, mas creio que ele – Rui Tavares, que é de quem falo – tem marcado mais pontos. Embora muitas das “bolas”, bem puxadas por HM, mesmo rentinhas à rede, pareçam levar o selo do ponto certo a seu favor. Mas não; na volta, RT apanha a “bola”, mesmo a rasar a barra branca do limite da mesa, mas devolve-a com um poderoso e, muitas vezes, indefensável remate.

Hoje RT fala – para os verberar – na precipitação de juízos e de conclusões, no exagero de catalogação de actos e atitudes, na inverdade de afirmações que, venenosamente ou não, se pretende fazer passar por verdadeiras.
E não se coíbe de enunciar nomes.

Não faz o meu género o culto da personalidade, mas aprecio a firmeza de convicções quando convincentemente fundamentadas. Aprecio a lucidez, a serenidade, o saber de quem se apresente no terreiro da discussão, sem atender a “galões” nem “penachos”. E sem empáfia.

A razão e o acerto nem sempre sopram do mesmo lado: do dos mais velhos e supostamente mais experientes. Porque a experiência não se prende, necessariamente e só, com a idade.

Aquela conjugação de saber, lucidez e serenidade é que confere elevação à troca de argumentos entre opositores. Uma vez que cimentada pela tal bem assimilada experiência.

A idade não é tudo e a senioridade pode ser alcançada muito cedo.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

“OBSESSÃO NARCÍSICA”


há vários tipos de espelho





Há dias, não me recordo quando, ouvi ou li algures, nem sei onde, uma referência a umas jornadas de reflexão de que não sei que celebridades ou pensadores, numa qualquer localidade, do interior, creio...
E, de raspão, ouvi ou li que um dos ponderados perscrutadores dessas matérias graves e sérias da vida e da política, um dos conceituados e mais respeitados intervenientes nessa reflexão era Santana Lopes.

Não mais ouvi referir tal assembleia de pensadores, nem acompanhei as respectivas conclusões.

Não sei bem ainda como nem porquê, mas por vezes temos “brancas” que nos fazem perder o rasto das coisas verdadeiramente importantes...

Mas alguém deve ter registado as máximas aí pronunciadas por esse mago da sensatez, da maturidade, do sentido de responsabilidade e de Estado...
.
.

.
.
.

Dias depois, não li nenhuma acta da magna sessão, mas li - e não a propósito, se bem cuido -, de Pacheco Pereira a seguinte passagem, numa sua crónica habitual que, desta vez se intitulava “Documentos para a década triste”: «(...) No YouTube mantém-se esse fabuloso documento para a história portuguesa que é o "Menino Guerreiro", a que se deve somar o "discurso da incubadora" e o blogue Pedro Santana Lopes, todos dominados por uma pulsão de crise, vitimização, afirmação, obsessão narcísica, verdadeiros mostruários psicológicos e humanos de uma década que conheceu o seu autor como primeiro-ministro de Portugal. Quer o karma, quer a repulsão se percebem muito bem nestes exemplos ingénuos do efeito da espectacularização da vida pública e da sua "patologia".»

Obnoxius delirium premens, diria Catilina.


domingo, 6 de janeiro de 2008

“SÓ SE FOR MEDO...”



É a voz de um democrata!
É o desespero de um socialista!
É mais uma reacção a uma preocupante, confrangedora e perturbante passividade!
Pode parecer um grito agressivo. Nada disso. É antes a voz serena da razão de um cidadão que não se conforma com o juízo DE ALGUÉM de que todos somos cadastrados, assassinos, malfeitores. Mas que deixa os malfeitores à solta, que não permite que os cadastrem ou que lhes branqueia a folha.
É a voz de quem não aceita ser governado por uma criatura tal, como a ali descrita!

É um texto exemplar. De António Barreto.
Definidor de uma época e da sua principal personagem.

Dele retiro o sublinhado da própria edição:

«O primeiro-ministro José Sócrates é a mais séria ameaça contra a liberdade, contra a autonomia das iniciativas privadas e contra a independência pessoal que Portugal conheceu nas últimas três décadas»

Como trago também, de lá, a seguinte reflexão: “Não sei se Sócrates é fascista”, “sinceramente, não sei”.

Depois, não posso, ainda, deixar de destacar a última e perturbadora conclusão do autor: “tão inquietante quanto esta tendência insaciável para o despotismo e a concentração de poder é a falta de reacção dos cidadãos. A passividade de tanta gente. Será anestesia? Resignação? Acordo? Só se for medo...”


(“SÓ SE FOR MEDO...”)


Como se deixa ver, é um texto que merece ficar arquivado no APOSTILA. Trata-se de “SÓCRATES E A LIBERDADE”



SAÚDE...







O estado da saúde visto pelo bisturi e pelas parcas palavras de Luís Afonso, hoje, no Público
(Mais difícil de ler é o aviso fixado na porta, que diz:
ATENÇÃO
Encerrámos este serviço a pensar no seu bem. Há um óptimo Hospital a 50 quilómetros.)

sábado, 5 de janeiro de 2008

COMO? NÃO HÁ ALTERNATIVA?

Zé Povinho e a sua albarda
de R. Bordalo Pinheiro




Não me resigno. ESTE PS, afinal, parece ter a benevolente compreensão do PS. De algum PS.
Foi com grande estranheza que vi que para Ferro Rodrigues (!) ESTE PS, se apenas se tornasse mais humilde, até estaria bem. Pelo menos é o que se infere da sua afirmação de que não existe alternativa!

Não me conformo. Pode lá ser verdade?
Não me basta, já, a lábil esperança!
O desespero parece ser a única hipótese de reacção.

Não pode ser.
Outros há que têm de pronunciar-se.
Quando se decidirão eles a fazer uma pausa nos seus “afazeres” para dizerem de sua justiça?
É preciso que alguém mostre a este governo que a besta que suporta toda a sua fúria e toda a carga, está prestes a vacilar, a sumir... E depois?
Será preciso chegar a este estádio para, então, distribuir a factura por outros e mais qualificados e reais devedores?
Será necessário chegar a tal ponto para deixarmos de sustentar parasitas?
Não deveria ter chegado, há muito, a hora de serem os próprios partidos, à sua custa, a pagar os favores que devem, as fidelidades conquistadas?

Aguardamos ansiosos que gente sensata e isenta do PS se pronuncie.
Sei que ainda por lá há quem tenha coluna vertebral!
E cuido que ainda por lá há quem não tenha medo!

Mas já não há muito tempo para esperar...



sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

UM VOTO

Quando teremos no Mundo a Paz, a Harmonia e a Beleza que o Universo nos transmite?

Não são os títulos com que se anunciam, nem o fausto, a exuberância que exibem, nem os milhões de que são detentores, nem a extensão, a grandeza ou a importância dos seus domínios que a sua mão aponta que lhes dão aquela aura de vencedores. É o ar mais saudável que conseguirem demonstrar nesse momento.
É que, sem saúde, tudo isso não passará, afinal, de mais alguns tormentos...
Para os próprios, claro.

Saúde para todos. Paz para o Mundo. Pão para todos. Solidariedade para o Mundo. Uma vida minimamente dignificante para todos. Que a alegria de viver possa regressar ao Mundo – mesmo que tantos e tantos tenham de reaprender a sorrir! E que muitos mais o tenham que aprender, mesmo.
Que 2008 não doa, apenas, aos mesmos. Que não doa tanto como os mais têm doído aos do costume!

Que o desespero deixe de ser o sentimento mais dominante. Que haja lugar à esperança.

Que o Homem algum dia consiga trazer ao Mundo a Paz, a Harmonia e a Beleza que caracterizam o Universo.


 

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