segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

DAS “SEBENTAS” AO DICIONÁRIO DOS “ISMOS”



I.
«O Nobel contra a política de austeridade vai ser homenageado por três universidades

Paul Krugman, Nobel da Economia em 2008, vai receber dos Reitores das Universidades de Lisboa, Técnica de Lisboa e Nova de Lisboa o grau de Doutor Honoris Causa


imagem do Público


Discurso de Krugman Segunda-feira vai ser sobre a economia na crise
Nobel esteve em Lisboa a convite do Governo em 1976» - lia-se no Público de ontem, que acrescentava:
“Dois anos após o 25 de Abril e dois anos antes da primeira intervenção do FMI, Paul Krugman, então um jovem estudante de doutoramento no MIT [Massachusetts Institute of Technology], visitou Portugal a pedido do Governo para, em conjunto com outros colegas, aconselharem o país na condução da sua política económica.”
Tratou-se de uma experiência “marcante” e inesquecível para o jovem Krugman, pois demonstrou-lhe que nem sempre as teses dos teóricos têm aplicação prática no “terreno”. Ele próprio o confessou.
Em 1995 o célebre economista lembraria que aquando dessa sua visita “, “Portugal estava num caos considerável depois de uma revolução, e o grande desafio era simplesmente perceber o que se estava a passar”, o que o levaria a reconhecer “a inutilidade das teorias” quando se lhes não pode atribuir “qualquer conteúdo operacional”. E sublinhou acontecer-lhe isto – a recusa da aceitação cega de modelos sem correspondência às realidades “no campo” – exactamente “num país [Portugal, no caso, recordo] onde até mesmo perceber se a economia crescia ou recuava era um desafio enorme” que o levou a considerar a teoria como um desafio à inteligência e não uma “bíblia” a que se adere acriticamente.
Paul Krugman vem, assim, demonstrar que não é bom, por ter ganho o Nobel [2008], mas que foi por ser bom que o recebeu.

Passando para uma exemplo mais ligeiro da questão de fundo (as “bíblias” como única forma de aprendizagem) recordo-me dos meus tempos de jovem quando passávamos uns serões numas partidas de King. Havia um amigo nosso – coitado, finou-se cedo… Já “lá” está – que não atinava com as regras do jogo, nem por mais uma. E um outro amigo comentava, gozando-o: «pois é… Não vem nas “sebentas”…»








II.
Outro “ismo” (aliás, agora, com mais rigor “ysmo”) nasceu para referir a dupla
Merkel-Sarkozy que – e talvez não só na aparência – está a dirigir os destinos da Europa: “merkozismo”, que em melhor rigor e transparência refiro por “merkosysmo”. Dupla que a história registará como um “casamento” de conveniência em que os noivos assumiram, por vezes, manifestações (públicas) que fazem supor outras intimidades.
Politicamente – e agora a sério - união oportunista entre uma potência forte, e outra nem por isso, mas em que ambos conluiaram a penalização dos mais fracos. 
O autor deste blogue diz


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

HÁ LOUREIROS E LOUREIROS…



Não há dúvida de que se não tivermos a funcionar um bom sistema de justiça, nunca mais acabará a corrupção.

A reforma dos códigos Penal e do Processo Penal é urgente.

As magistraturas (e a advocacia, claro) precisam de gente mais competente ou menos complacente na sua formação. (Hoje qualquer bicho careta é professor… Faz lembrar o outro que dizia: “quem sabe, sabe; quem não sabe… ensina”).
Depois, não sei até que ponto essa carreiras estarão isentas dos malefícios da “geração rasca”…
Que, claro, não estão.

Exemplos de mau funcionamento da Justiça?
Tantos. Entre eles, e dos mais mediáticos, Casa Pia, Face Oculta, BPN, etc. Além de muitos que não são mediáticos, mas em que há tantos que sofrem na carne o pesadelo, o calvário dos tribunais e da Justiça.

Mas há mais: há os costumados chicos espertos. Exemplo? Fala-se muito em Valentim Loureiro, o homem a quem (acho que foi ele que o disse) saiu várias vezes a sorte grande (não, não é em sentido figurado: trata-se mesmo da Lotaria da Santa Casa!!! Várias vezes! Espantoso!!!)

Atenção, falo de Valentim Loureiro, não de Dias Loureiro. Este, não: é uma pessoa impoluta, que é amigo de Sua Excelência o Senhor Presidente da República Portuguesa, Prof Dr Aníbal de Cavaco e Silva, que foi seu ministro e seu conselheiro de Estado… Dizem que anda fugido, mas ninguém sabe porquê (isto, o sobredito Loureiro. O Dias. Que o outro, o Valentim, esse, não; esse tem a desplante de andar por aí).

O Loureiro, mas o Dias, é aquele – recordam-se? – que, ainda sem fortuna e acabado de chegar das berças, um dia telefonou ao pai, lá para a mercearia, na terra, a anunciar: PAI: SOU MINISTRO!
Quem me contou foi a sra Clementina, que ouviu o brado lá em Sacavém. E não só ela, e lá, mas muito mais gente, por aí, porque a bacoquice foi muito comentada, então.
(Disse do Loureiro – mas o Dias – “ainda sem fortuna”. Isso então, porque hoje é supermilionário. Mas bem lhe saiu do corpinho, de tanto trabalho. Aliás, o mesmo se diga do Loureiro, mas do outro: do Valentim…)


Ah! Por falar no que tem mais lata (passe o plebeísmo) – o tal Loureiro, mas o Valentim – e por falar em Justiça, aprecie este naco de prosa de Paulo Morais.



(O comentário, saboroso, de Paulo Morais, foi-me enviado por mail, por um amigo. Um abraço, L Dias.
Atenção que o L do nome do meu amigo é o L de Loureiro, mas ele não é Loureiro… Que para cúmulo do azar até é Dias! “Ni hablar”!)





quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

UM BEM ESSENCIAL QUE ESTÁ QUASE AO PREÇO DA ONÇA DE OURO




Pois é, amigo Alfredo!
Gosto das suas alfinetadas: oportunas e sem contemplações.





(Luís Afonso/Público/Opinião/Bartoon/hoje)

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A DEVOÇÃO DE BEM SERVIR



Um traço comum une as duas notas seguintes: a denodada, generosa e altruísta entrega à realização do interesse público do nosso país por parte de alguns portugueses.


I.
“EDUARDO CATROGA DIZ QUE NÃO SABE QUANTO VAI GANHAR NA EDP”, lia-se, na tarde de ontem e esta noite, no Público online.
É evidentíssimo que todos acreditámos, de imediato.
Aliás, não é caso único, este, de um candidato (ou já empossado) administrador de uma empresa participada do Estado o fazer numa atitude sacerdotal – de entrega de alma e coração ao seu alto múnus sem querer saber quanto vai ganhar.
Esses problemas materiais interessam lá a esses devotados ao serviço da comunidade?

Ele imagina, tem a vaga impressão, de que irá ganhar, não um mísero vencimento mínimo, mas mais uns cobres que um ordenado médio.

Ah! Mas com 13º, 14º, 15º e 16º meses. Além de mais umas prebendazitas insignificantes, como as que recebe a generalidade dos gestores, sobretudo das pequenas empresas.
Sim, que isso de receber (por enquanto…) apenas uma percentagem de 12 meses por ano é para a populaça, e para os idosos e pensionistas de vida airada que nos rodeiam na rua, no autocarro, no metro e nos comboios suburbanos. Mas aí com razão, porque o povo é feio, é mau, é calão e cheira mal. (Toma! – pensam eles babados com a sua coragem)


II.
O CELEBRADO – E PARECE QUE ESQUECIDO (OXALÁ!) – (DES)ACORDO ORTOGRÁFICO.
Alguns letrados brasileiros, conluiados com um ou dois portugueses de grande têmpera e primeira água, na mesma arte, pretendem passar de colonizados que foram outrora, em que lhes ensinámos a língua que hoje os une, a colonizadores do ex-colonizador, por razões comercias (o dinheiro é hoje a mola real da vida para muitos).
Para já, nesta matéria.

Vá que não terão, por enquanto, imposto que o cágado ficasse cagado (com vossa licença).
Como não se lembraram de nos obrigar a “falar” António e Polônia.
Ou a “falar” esse termo tão característico: cafajeste.

De fato é um fato que fato e fato não são a mesma coisa. Fato é fato, do mesmo modo que fato é fato. Facílimo, não é?

Se não digo o que ato o ato não devia figurar na ata como ato por na ata figurar que ata e ato são a mesma coisa que ata e ato. Confuso coisa nenhuma!

Vá-se lá saber por que fato o fato do cafageste é de fato fato e não fato… É que se fosse fato, não era fato; como se fosse fato não era fato. É um fato.
Entendido?

Mas é verdade que é bom saber como eles “falam” certas coisas: é que assim as não sei quantas telenovelas que nos impingem por dia não precisam, ainda, de legendas.




É por isso que, como milhares e milhares de portugueses não adiro a essa manobra minimizadora que, de facto, é escrever obedecendo ao novo AO/ Acordo Ortográfico.

Continuarei, pois, a escrever como aprendi. E vá que já fiz várias concessões desde os meus tempos de menino.





segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O BASTONÁRIO QUE NÃO É “GAGO”



O “despique” passou-se já há meses, mas quanto a mim mantém actualidade.

O bastonário da Ordem dos Advogados mostrou uma vez mais que está atento e que, quando estão em causa valores básicos de actuação numa sociedade democrática e de um Estado de Direito que deve caracterizar o funcionamento dessa sociedade, não se cala. Como não se cala quando os suportes pessoais das instituições não actuam com a ética e a verticalidade que se impõe.
Em suma, o bastonário mostra que, se for preciso, não faz cerimónia nenhuma em “partir a loiça toda”.

No caso que hoje trago mostra, inclusive, que não desconversa “em serviço”. E dá uma lição à ministra do que, verdadeiramente, deve entender-se por “nepotismo e compadrio”.

Por mais “asas que ela ponha”, ele, felizmente, não é “gago” e denuncia-a.


A deixa:
«Teixeira da Cruz responde a Marinho Pinto

Ministra da Justiça: "Bastonário inventou-me um cunhado" em DN.pt de 17 Novembro 2011

Paula Teixeira da Cruz foi esta noite entrevistada por Judite de Sousa, na TVI, e acabou por responder às acusações de Marinho Pinto, que ontem afirmou que o Ministério está "entregue a um escritório de advogados" e que a ministra nomeou "familiares" para cargos públicos (ver notícia relacionada).
"Eu não tenho nenhum cunhado no Ministério da Justiça. O sr bastonário inventou-me um cunhado"».



É claro que Paula Teixeira da Cruz estava mesmo a pedir que o bastonário lhe explicasse as coisas “pelos nomes” que elas têm. Foi o que aconteceu.

Que não se lhe enfraqueça a voz nem esmoreça o ânimo nem trema a mão, Sr Bastonário Marinho e Pinto.


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A CURTA MEMÓRIA DOS ALEMÃES… OU A IMPÁVIDA ATITUDE DO CLUBE DOS RICOS…




O alemão (de Munique, Baviera) Albrecht Ritschl, de 52 anos, Professor de História Económica da London School of Economics deu uma entrevista, em 21 de Junho de 2011, ao Spiegel online, conduzida por Yasmin El-Sharif.

A entrevista tinha o título (em tradução livre): “A Alemanha foi o mais remisso devedor do século XX”. Sem eufemismos e em termos vulgares: A Alemanha foi o país mais caloteiro do séc. XX.

O antigo chanceler Konrad Adenauer (à esquerda) durante um encontro com a Alta Comissão dos Aliados em 1951: o incumprimento de indemnizações implica um gesto de defesa

O texto do Spiegel online pode ser visto aqui.


Uma súmula dessa entrevista pode ler-se no jornal Económico de 24.08.2011, desta vez com o título “Alemanha Rainha das Dívidas”.

 A chanceler Angela Merkel.
A Alemanha é hábil em, conforme as circunstâncias
e os seus interesses, vestir a pele de lobo ou de cordeiro.

A referida súmula pode ser lida aqui.

De entre os 26 comentários que se seguem ao artigo, só me lembro de um comentador que, repetidamente, defende a Alemanha e se insurge contra o historiador. Diz e repete esse comentador, em resumo: «As chamadas “indemnizações de guerra” são um puro roubo ou espoliação vergonhosa que os países vencedores impõem aos vencidos, segundo critérios de mera conveniência e oportunismo descarado. Para além disso, a Alemanha arcou com muitas dessas exigências imorais após a II Grande Guerra, contrariamente ao que quer fazer crer essa prosa imprecisa de Ritschl, que apenas revela aquilo que lhe convém.»

Mas logo outro comentador deixa este comentário fulminante: «Eu também acho um roubo imoral exigir reparação a um pais invasor que destrói um pais e, mais tarde, tem a pequena infelicidade de ser derrotado.»





(Do texto do jornal Económico, aqui confirmado por remissão, recebi, há meses, uma transcrição por mail. Que agora repasso, já que não perdeu actualidade.
Obrigado, A Cristina F)




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

A NOSSA IMAGEM NA EUROPA - II



… Pensava: pensava eu que era fiável o vídeo e a tradução postados há dias com o título supra...
Com um ano que tive de alemão, no liceu, e que já esqueci por completo (daqui a pouco já lá vão 60 anos!), sabia lá que não dava a bota com a perdigota!... A fonte donde vinha era, de facto, fiável, só que ela própria teve de quebrar uma certa “surdez fonológica” para se dar conta do lapso. E logo comunicou comigo.

É sempre lamentável uma situação destas. Tanto mais que, por norma, não me precipito e não embarco, sem mais, nestas estórias…

Aconteceu, desta vez: as minhas desculpas.






 

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