terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A DEVOÇÃO DE BEM SERVIR



Um traço comum une as duas notas seguintes: a denodada, generosa e altruísta entrega à realização do interesse público do nosso país por parte de alguns portugueses.


I.
“EDUARDO CATROGA DIZ QUE NÃO SABE QUANTO VAI GANHAR NA EDP”, lia-se, na tarde de ontem e esta noite, no Público online.
É evidentíssimo que todos acreditámos, de imediato.
Aliás, não é caso único, este, de um candidato (ou já empossado) administrador de uma empresa participada do Estado o fazer numa atitude sacerdotal – de entrega de alma e coração ao seu alto múnus sem querer saber quanto vai ganhar.
Esses problemas materiais interessam lá a esses devotados ao serviço da comunidade?

Ele imagina, tem a vaga impressão, de que irá ganhar, não um mísero vencimento mínimo, mas mais uns cobres que um ordenado médio.

Ah! Mas com 13º, 14º, 15º e 16º meses. Além de mais umas prebendazitas insignificantes, como as que recebe a generalidade dos gestores, sobretudo das pequenas empresas.
Sim, que isso de receber (por enquanto…) apenas uma percentagem de 12 meses por ano é para a populaça, e para os idosos e pensionistas de vida airada que nos rodeiam na rua, no autocarro, no metro e nos comboios suburbanos. Mas aí com razão, porque o povo é feio, é mau, é calão e cheira mal. (Toma! – pensam eles babados com a sua coragem)


II.
O CELEBRADO – E PARECE QUE ESQUECIDO (OXALÁ!) – (DES)ACORDO ORTOGRÁFICO.
Alguns letrados brasileiros, conluiados com um ou dois portugueses de grande têmpera e primeira água, na mesma arte, pretendem passar de colonizados que foram outrora, em que lhes ensinámos a língua que hoje os une, a colonizadores do ex-colonizador, por razões comercias (o dinheiro é hoje a mola real da vida para muitos).
Para já, nesta matéria.

Vá que não terão, por enquanto, imposto que o cágado ficasse cagado (com vossa licença).
Como não se lembraram de nos obrigar a “falar” António e Polônia.
Ou a “falar” esse termo tão característico: cafajeste.

De fato é um fato que fato e fato não são a mesma coisa. Fato é fato, do mesmo modo que fato é fato. Facílimo, não é?

Se não digo o que ato o ato não devia figurar na ata como ato por na ata figurar que ata e ato são a mesma coisa que ata e ato. Confuso coisa nenhuma!

Vá-se lá saber por que fato o fato do cafageste é de fato fato e não fato… É que se fosse fato, não era fato; como se fosse fato não era fato. É um fato.
Entendido?

Mas é verdade que é bom saber como eles “falam” certas coisas: é que assim as não sei quantas telenovelas que nos impingem por dia não precisam, ainda, de legendas.




É por isso que, como milhares e milhares de portugueses não adiro a essa manobra minimizadora que, de facto, é escrever obedecendo ao novo AO/ Acordo Ortográfico.

Continuarei, pois, a escrever como aprendi. E vá que já fiz várias concessões desde os meus tempos de menino.





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