sexta-feira, 31 de outubro de 2008

GANÂNCIA E ABUSO DE PODER: POSTULADOS?

Recentemente, num seu editorial em que divagava acerca da nova dinastia de ganantes, no reino da ganância, interrogava-se o director do Público: ganância não será um postulado do reino dos negócios? Como o abuso de poder o é no mundo da política?
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Ora, ora: todos sabemos que JMF se engana muitas vezes... Embora outras, como hoje, e infelizmente, ande por perto da realidade.
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CARA OU COROA?

«Socralazar (a natureza do mal)»
(imagem e legenda “arrancadas” da net onde se não referia o autor daquela)


Sócrates está ideologicamente equivocado.
Nem admira que assim seja, vindo, como vem, da turma dos apressados yuppies, essa mistura explosiva, e, desde logo, tóxica, de conservadorismo destemperado e de tecnologias avançadas, de acelerados militantes de uma teoria mal assimilada, até deturpada, ao jeito dos campeões do dinheiro fácil e ultra rápido.
A manifesta boa conta em que o primeiro-ministro se tem a si mesmo e a falta de decoro com que diz que tudo corre, entre nós, no melhor dos mundos, advém-lhe, também, da certeza que tem de o exausto PSD não ter possibilidade de ser alternativa à sua governação.
Na verdade, Sócrates está absolutamente ciente de que aquele PSD e o seu PS(d) são a cara e a coroa da mesma moeda.

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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

QUE AVALIAÇÃO?

“... Um pequeno texto inserto na rubrica Sobe e Desce deste jornal, no passado dia 24” “rezava assim, a dado passo: ‘Os sindicatos dos professores não querem, de todo, a avaliação. A maioria da classe não quer, de todo, a avaliação...’ Quem escreveu isto desconhece por completo o que se passa no sistema de ensino e propala uma enorme falsidade, que ficaria sem reparo, não fora a gravidade do que actualmente se vive nas escolas portuguesas e a necessidade de esclarecer, por isso, a opinião pública.
Mente quem diz que os sindicatos e os professores não querem sujeitar-se a avaliação.”

“A realidade é bem diferente. Os professores rejeitam este (e sublinho o pronome demonstrativo este) modelo de avaliação. Porque não cumpre o fim primeiro de qualquer exercício de avaliação do desempenho: a melhoria do próprio desempenho e a valorização das práticas profissionais.”

“Mas há mais, que ninguém pode desmentir. Este modelo de avaliação penaliza os professores que usem direitos protegidos por leis de dignidade superior: direito a engravidar, direito a estar doente, direito ao recolhimento (nojo) por morte de pai, mãe, filho ou filha, mulher ou marido e até o elementar direito de não ser prejudicado pelo cumprimento de obrigações legais impositivas (comparecer em tribunais). Este modelo de avaliação penaliza os professores quando os alunos desertam da escola ou chumbam; põe professores de Música a avaliar professores de Matemática, bacharéis a avaliar doutores; mete no mesmo saco, para efeitos de graduação profissional, quem seja classificado com insuficiente, regular ou bom; instala nas escolas um pernicioso clima de desconfiança e competição; coloca toda a classe numa espécie de estágio permanente, com uma vida profissional inteira de duração; privilegia os cargos administrativos e burocráticos em detrimento das funções lectivas; institui uma casta de Kapos incumbidos de controlar e reportar aos donos; aniquila a liberdade pedagógica e intelectual do professor.”

“Esta é apenas uma, eventualmente a mais gritante, das vertentes que asfixiam os docentes em burocracia e afastam a escola da sua missão principal: ensinar.”

“Os professores sufocam com tarefas administrativas e reuniões. Há reuniões de todo o tipo: de coordenação de ano, para conceber testes conjuntos, para desenhar grelhas, para analisar resultados, de conselho pedagógico, com encarregados de educação, com alunos, para preparar as actividades de estudo acompanhado, de formação cívica, da área de projecto, de tutoria, de apoio educativo, de recuperação de resultados, de superação de necessidades educativas especiais, etc., etc.”


(Excertos da coluna de hoje, de Santana Castilho, no Público, em sede de “opinião”)
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Quem, lúcido e sensato, pode deixar de dar razão a SC, “neste concreto” rol e ror de disparates, por ele apresentado?
Na verdade esta “capela” de deslumbrados e umbigófilos cruzados de um estranho e aviltante sistema educativo, mais parece apostado em atazanar, até aos confins dos intentos e da acção, o que resta de bons professores...
Atingido este “louvável” desiderato, só não se destrói a escola porque restam as contínuas (perdão, que no nome está a dignidade e a grande diferença: auxiliares de educação, queria dizer) e o restante pessoal administrativo. (Restante porque se subtraem, e “muito bem”, os “empatas” e desprezíveis professores que engrossavam essa classe, quais tarefeiros).

Quanto ao autor deste desabafo...
“Não é uma andorinha que faz a Primavera...”
Gostava de o ter “ouvido” com idêntica e agressiva (no que ela tem de positivo) assertividade, e com a mesma chama, noutros contextos e noutras primaveras...
Demais, já me disseram (é figura de estilo: ninguém me disse; sou eu que imagino) que, tratando-se de um licenciado em educação física, é especializado em cambalhotas, pinos e outras piruetas... Será?

Bom, mas que o prof muitas vezes está cobertíssimo de razão... Meu Deus! Ninguém nega.
E é claro que, por outro lado, bons tribunos sempre os tivemos e teremos entre nós. Existem em toda a banda, mesmo nos partidos conservadores e nos regimes autoritários.

Uma coisa é aplaudir a palavra. Outra, muito diversa, o espírito anímico que a profere.

Ando à cata de uma agulha magnética que me ajude a descobrir, a desvendar o misterioso e mais profundo pensamento do prof.

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LATEST FASHION

fotografia de Stefano Unterthiner/fonte: Público.pt

macaco de crista





É o que, com toda a propriedade, se pode dizer um macaco aggiornato.
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FORÇA DE EXPRESSÃO OU EXPRESSÃO DE FORÇA?

Prostituta: mulher de vida fácil?
Só mesmo um conservador juiz (ou “juiz”) ou uma devota e cândida alma podem fazer tal e tão apressada avaliação.
Fazem lá ideia, tais micro-sensibilidades, de a quantos e (quantas vezes) frustrantes rituais, impensáveis exigências, acrobáticos procedimentos, díspares humores, circunstâncias penosas e penosas manifestações assim como indizíveis humilhações estão sujeitas tais profissionais?

Por muito menos e mais frágeis razões dizem aquelas santas criaturas de Deus que a sua vida é difícil...
Valh’-os Deus!
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(postado simultaneamente no “flash” e no “marmita filosófica...”)
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

“REVISITANDO” GOA

localização do estado de Goa na Índia



Gostei deste regresso a Goa, pela mão de Paulo Varela Gomes.
Goa que me desiludiu bastante quando, ainda não há muitos anos, visitei pela vez primeira. Que já se tratava, largamente, da penosa Goa turística de que o cronista nos dá conta.
Influência europeia, melhor dito, portuguesa? Para além de templos e de alguns edifícios públicos, subsistiam ainda, do ponto de vista arquitectónico, algumas casas “senhoriais” e outras menos requintadas que nos recordavam a lusa presença por essas bandas.
De resto... Culturalmente (ou noutras vertentes culturais, melhor dito)... Não dei por quase nada.
E, por exemplo, falantes da nossa língua, tirando alguns bem veteranamente séniore que ainda sobrevivam, haverá uma “meia dúzia” de pessoas, com menos de 60, 50 anos, que se consigam exprimir desse jeito. E este “meia dúzia” poderá ilusoriamente apontar para uma maior expressão. Em termos reais serão, creio bem, até mais de uma dúzia. Mas duvido que sejam, assim, muitos, muitos mais...
Não sei bem se Goa alguma vez chegou a ser uma colónia genericamente lusófona.
Se sim (ou se sim de forma significativa), hoje segura e (quase) absolutamente que não. Posso, também, garantir.

Claro que aquilo que a natureza sempre ofereceu, continua a oferecer generosamente: imaginando-as virgens, como antanho, as praias são uma bênção e uma delícia, proporcionando o Sol da (creio que ainda, ou seu prolongamento) Costa do Malabar e as águas cálidas do Mar da Arábia (Índico) uns relaxantes e apetecíveis banhos.
Enfim, é bem verdade que o aparato folclórico e de duvidoso gosto ali implantado para turista “adormecer” (e pagar, alguém sugere e muito bem) foi uma praga que acabou de estragar o pouco que de bom restava da Goa d’outros idos.
Goa de outros tempos que não seria um éden de felicidade. Em tantos e tantos aspectos.
E não seria possível que o fosse porque - a história poderá comprová-lo - Portugal sempre fez prevalecer mais os seus interesses e dos colonos do que os dos colonizados.
«Sagesse» oblige!

Mas isso é outro assunto, que fica para futuras “núpcias”.
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NATALIDADE SOBE




“Número de nascimentos está a aumentar este ano” – lia-se hoje no jornal. E acrescentava-se: “a quebra de natalidade foi parada, dizem os números”.
Mas, mais: admitia-se que “novas políticas de incentivo à natalidade podem ter contribuído para o aumento dos nascimentos em 2008”.

Claro que não fácil de contrariar a hipótese. (Como não simples convertê-la numa frase assertiva.)
Posso, quando muito, dizer que conheço casos vários, na família e fora dela, que não me fazem pender para essa possibilidade...
Há – parece-me que sim – uma nova mentalidade relativamente à matéria. Algo me faz acreditar que aí é que está a diferença...

O quê? Que há pessoas tão (vá lá, como hei-de dizer? Só me surge um termo bem cru) calculistas que programam os filhos também em função de incentivos e outras estimativas?
Ah, mas claro que há. Todos constatamos e sabemos que sim.
Mas estou em crer que a tónica não estará aí.

Haverá muito mais a dizer acerca do porquê dessa “explosão”, digamos assim?

Muito, muito mais.

(Claro que tenho o meu feeling e a minha opinião. Mas os experts hão-de pronunciar-se, e menos apoiados em subjectivas interpretações)

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E O CALVIN QUE HÁ EM NÓS?!




O miúdo é muitas vezes um espanto. Mas hoje, então, está o máximo!
E aquela do “tenho sempre de adiar o que eu QUERO fazer por aquilo que TENHO de fazer!”
Essa, então!
Não mora, mesmo, dentro de nós um calvin?

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NB: está explícita, na imagem, a referência ao Público, logo aos seus respeitáveis direitos. Donde os meus reconhecidos créditos. (Trata-se de transcrição ocasional em blogue igualmente respeitável que não prossegue interesses comerciais nem fins lucrativos)
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terça-feira, 28 de outubro de 2008

REFERENDAR A MORTE?!!!

Lá do alto do seu saber e do seu gabinete de conselheiro do “Instituto de Bioética” da Católica, bradava angelicamente (?), ontem, o Prof D Serrão: “vamos referendar a morte?”

Neste caso, salvo o devido respeito e contrariando uma vulgar expressão, sempre direi que o pai parece sair ao filho (ou: tal filho tal pai): problemático, teatral e retrógrado.

Mais uma vez a direita reaccionária (perdoe-se-me a plebeia bengala) não quer (ou não sabe?) atinar com o pomo de questões (só para ela) fracturantes: ninguém é a favor do aborto, em si mesmo; ninguém aplaude o divórcio, assim, sem mais; como ninguém é apologista da eutanásia,
tout court...
Será que não dá, mesmo, para desenterrar a cabeça da lama?

Ou será, no caso em apreço, que o sr professor e seus companheiros de credo, ou de estranha sensibilidade, aplaudem a distanásia, com o arrastamento pérfido dum atroz e desumano sofrimento que ela implica, e que aniquila em absoluto a dignidade humana?

Ah! Mas um clique, lá dentro, fez o conselheiro-professor atentar no deslize do demagógico jogo de palavras e, sem querer (só pode ter sido), deixou escapar o que a crua inteligência lhe impunha: “o que está em causa não é o médico promover a morte dos doentes terminais...” (
Hélas!)

Está claro para todos que não.

Creio que um professor não deve ser circular e enviesado, mas antes rectilíneo e ortogonal.

Ou não acha, Prof Daniel Serrão?
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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

QUAL QUESTÃO DE ANTIVÍRUS EFICAZ

“A política portuguesa tem um novo problema: o problema de arrumar o indestrutível e irreprimível Santana Lopes” – V Pulido Valente, recentemente, na sua coluna habitual no Público.


Gostei da coisificação, do “arrumar”. Para além do dramaticamente verdadeiro “indestrutível” e “irreprimível”.

Ora, está mais que visto: como acontece a todos os indesejáveis (ou porque dentro da capela se tornaram incómodos, quer porque se tornaram expoente máximo do princípio de Peter): terá de ser chutado p’ra riba. O que em termos de eficácia se torna mais fácil: tornando-se (mais) um verbo-de-encher não causa engulhos nem atrapalhação a ninguém. Depois, há mais: geralmente é o contribuinte que paga o frete e as mordomias. E o pobre do pagante nem se dá conta de que lhe vão ao bolso para calar o traste com uma vida principesca.

Até quando?
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NOTA EM TEMPO: curioso é que, muitas vezes, estas criaturas são as que mais apregoam o desinteressado apego à causa pública e ao seu serviço.

Incoerências?
Nah!
Onde já se viu um irresponsável ser acusado de incoerente?

(Se conhecemos estes devotados mártires!!!...)


... Sim: até quando?

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SEM MAIS PALAVRAS



Alguns Jorgitos...
Não há nada a fazer!

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(postado simultaneamente também no "marmita...")
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domingo, 26 de outubro de 2008

PROVISÓRIOS E DEFINITIVOS




Curioso!
Certo que visando bem diferente alvo, mas falando na “dinâmica do provisório” (coisa, entre nós, e com frequência, basto exercitada), Fr Bento Domingues despertou-me para uma realidade, para além do metafórico, de que tão bem me recordo: desde sempre que aqui na “paróquia” (em recuados idos até em matéria de tabaco) houve que ter em conta os “definitivos” e os “provisórios”. Mas (lembra o sensato e lúcido dominicano, aqui até com humor travesso, no que ao jogo de palavras, no antigamente, se refere) ”os definitivos não tiveram mais sorte que os provisórios”.


A estória traz-me à memória um semelhante trocadilho usado pelo bem-humorado professor que tive em Direito Romano, no arranque do curso. Caloiro mais arguto perguntava ao Prof Raul Ventura em que consistia a diferença entre aulas teóricas e práticas da cadeira; e o mestre, risonho, e sem simulada ou vera hesitação, esclarece o aluno e a classe: “Ah! Pois! Sabe que quanto às aulas práticas, trata-se, na verdade, de aulas teoricamente práticas, mas praticamente teóricas...”


É! Vivemos no país do transitoriamente definitivo ou do definitivamente provisório.
Exacto: num país claudicante!

Ou não fosse a maioria de cada um nós um


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NA MOUCHE

Um artista, um tema e duas perspectivas, qual delas a mais acutilante.





Como estou a escrever, em simultâneo, para o “flash” e para o “marmita...”, convirá explicar aos nossos amigos do lado de lá do mar imenso - o grande Brasil - de quem se trata. Claro que muitos já terão tido notícia dele, e tantos desses já o conhecem, por certo: trago Luís Afonso e o seu traço tão característico como inconfundível, que alia a sagacidade a um humor corrosivo qb, na apreciação da grande problemática “paroquial” ou internacional (como é hoje o caso)...
O cartoonista Luís Afonso, um dos bons especialistas na área, cá na “paróquia”, “expõe” o seu trabalho diversificado, com a sua acurada sensibilidade e perspectiva, em quatro periódicos lusitanos de grande expansão. Num deles, o jornal Público, deixa diariamente, desde há muitos anos, o Bartoon, uma espécie de mini BD humorística de 4 quadros, em regra; e semanalmente, uma caricatura, geralmente desenvolvida, relacionada com um tema de grande destaque e actualidade, este em sede de Opinião, a par de outros colunistas.

Espero que o apreciem. E aplaudam.
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QUESTÕES DE SEMÂNTICA

Se a um médico imagiologista especializado em radiografias se chama radiologista, porque razão se não há-de chamar ao que se especializou em ecografias ecologista?
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(em simultâneo no “flash” e no “marmita...”)
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sábado, 25 de outubro de 2008

CRISE? A EXPLICAÇÃO TÉCNICA E A ALEGÓRICA

Há teias e teias.
As das aranhas são inteligentes e não se desregulam.
As dos humanos interesses, em regra, desastrosas


«Quem lesse há dois anos A Idade da Turbulência do ex-presidente da Reserva Federal dos EUA tinha boas razões para acreditar no valor do seu “capitalismo libertário”.
Ontem, Greenspan admitiu o erro de acreditar que “o mercado livre pode regular-se a si próprio”. A sua confissão é um epitáfio à ideologia económica que dominou nos últimos anos»
- foi a síntese ontem feita por Manuel Carvalho, director-adjunto da redacção editorial do Público.

Seria interessante mergulhar, para além da análise do conceito, no mundo de sugestões a que nos pode conduzir o desfiar da expressão “
capitalismo libertário”!

Aquela perspectiva económico-ideológica acima avançada é, apesar de tudo, entendível pelo grande público.

Mas há, ainda, uma explicação alegórica, melhor entendível, da crise, com a vantagem de temperar a acidez da verdade com uma certa bonomia. E com indiscutível pendor pedagógico.
Vejamos então a bem humorada parábola que explica, por exemplo, como funciona o mercado de acções...
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«Estava-se no Outono e, os índios de uma reserva americana perguntaram ao novo chefe se o Inverno iria ser muito rigoroso ou se, pelo contrário, poderia ser mais suave.

Tratando-se de um chefe índio mas da era moderna, ele não conseguia interpretar os sinais que lhe permitissem prever o tempo, no entanto, para não correr muitos riscos, foi dizendo que sim senhor, deveriam estar preparados e cortar a lenha suficiente para aguentar um Inverno frio.

Mas como também era um líder prático e preocupado, alguns dias depois teve uma ideia. Dirigiu-se à cabine telefónica pública, ligou para o Serviço Meteorológico Nacional e perguntou: "O próximo Inverno vai ser frio?"

-"Parece que na realidade este Inverno vai ser mesmo frio" respondeu
o meteorologista de serviço.

O chefe voltou para o seu povo e mandou que cortassem mais lenha.

Uma semana mais tarde, voltou a falar para o serviço meteorológico:
"Vai ser um Inverno muito frio?"
- "Sim," responderam novamente do outro lado, "O Inverno vai ser mesmo muito frio".

Mais uma vez o chefe voltou para o seu povo e mandou que apanhassem toda a lenha que pudessem sem desperdiçar sequer as pequenas cavacas. Duas semanas mais tarde voltou a falar para o Serviço Meteorológico Nacional:
- "Vocês têm a certeza que este Inverno vai ser mesmo muito frio?"
- "Absolutamente" respondeu o homem "Vai ser um dos Invernos mais frios de sempre."
- "Como podem ter tanto a certeza?" perguntou o chefe.
O meteorologista respondeu
- "Os índios estão a aprovisionar lenha que parecem uns doidos."


É assim que funciona o mercado de acções.»


Verdade que – como contei à Rute L, que me enviou o “recado” – li, em tempos, o mesmo divertido mas profundo e interessante texto em que era outra a moral da história. (Não me recordo qual. Mas igualmente adequada – disso estou certo).

Como se vê, há várias maneiras de tentar esclarecer o dificilmente explicável.
São as teias do economês desenvencilhadas pelo generalês.
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VIAJAR DE AEROPLANO

Uma das variáveis que entram na composição do valor das tarifas aéreas é o preço do petróleo (jet-fuel). Por sinal, até, das que mais pesa nessa definição. Daí a constante subida de custo das respectivas passagens.

No entanto, e por mor da encarniçada concorrência entre elas, as transportadoras praticam preços há poucas décadas impensáveis, quando o transporte aéreo era um luxo e uma opção rara, que implicava, designadamente, tirar da naftalina as roupinhas melhores, de ver a Deus ou o rei, para viajar de aeroplano.
Isto no tempo dos aviões de ventoinhas.
Hoje, com a ainda relativamente recente socialização do transporte aéreo, já com aviões ultra-rápidos (ultra-sónicos, mesmo), até o dito (!) “turismo pé-descalço”, com as suas grandes mochilas (cobertor e tacho incluídos), goza o prazer de se deslocar, mundo fora, no mais razoável conforto e na maior velocidade.

Todo o mundo viaja de avião.

Certo que se esbateu, um pouco, a qualidade do conforto, sobretudo em termos de espaço, em benefício de um custo mais acessível.
Aliás, conforme a figura documenta (talvez melhor: sugere), poder-se-ia dizer que, para alguns, mais afreguesados do tarifário low-cost, o importante é ir, seja em que condições for...




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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

“O MENINO GUERREIRO” E SEUS “COMPAGNONS DE ROUTE”

serei mesmo capaz de voltar?
Dizem que é preciso ter lata... Lá, agora...
Essa!...
Ou será melhor continuar "por aí"?
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foto do Público: com a devida vénia e respectivos créditos

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DE POPULI CURTA MEMORIA AC POLITICORUM MAGNO DESCARU
il servo, Niccollò Drachiavelli, MMXXIX, 231
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Pode ter mais que as sete vidas dos gatos. (Embora “lagarto”, sem qualquer orgulho para muitos dos que o são).
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“O dr. Santana Lopes pode ter dez ou 12 vidas, pouco importa. Em Portugal, onde a memória é curta, qualquer político tem as vidas que quiser: é uma questão de interesse ou de oportunidade” – é a insuspeita opinião de Constança Cunha e Sá (Público/espaço público/QI 23.10.08)
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Ter-se-á, mesmo, que ressuscitar o morto?
Não haverá na sua corte um qualquer sucessor?
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Onde os seus acólitos e sequazes? Cadê os santanetes da vanguarda pretoriana do candidato? Onde estão eles?
“Como se sabe, não estão.” “Mas mesmo que estivessem: qual é a diferença de fundo entre a “cara” que representa o descalabro do PSD e alguns dos seus principais arquitectos?” (id, id)
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Poderá a “objectiva” da jornalista apontar vários, entre concretos e eventuais, colunáveis correspondentes a determinada matriz, mas está particular e explicitamente a focar uma, esse desastre (ir)remediável (?) que dá pelo nome de PSL, o da incubadora - e outras da espécie - quando constata: “a classe política é pobre, fraca e limitada. Daí a rotatividade das mesmas figuras, a ressurreição de uns tantos "mortos", a desresponsabilização geral e o permanente ajuste de contas...” (idem, idem)
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Provavelmente Portugal tem os políticos que merece... – sustentam alguns.
A generalização é precipitada e injusta. Porque os temos de inverso cariz.
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Portugal (e não só, convenhamos) tem é, cada vez mais, dificuldade em desenvencilhar-se desses trastes que emporcalham a política.

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Nota à margem, e muito a propósito: uma das ‘cartas ao director’, de hoje, do referido jornal do sr Fernandes, sob o título “O totobola dos totós”, alude a “uma certa forma de fazer política em que se especializaram, com mais ou menos sucesso, pessoas como Alberto João Jardim, Luís Filipe Menezes e Santana Lopes.” A que eu acrescentarei, sem ser exaustivo, V Loureiro, A Ferreira Torres e Isaltino Morais.

Pondo de lado aquela velha manobra de política populista, de provinciana e bacoca demagogia, como a oferta de frigoríficos, aventais, esferográficas e outras formas de mercadejar votos em géneros – que rendem bons votos para surpresa de tantos e tantos de nós – surpreende-me, confrange-me mais, ainda, o argumento que ouvi (não me contaram), um dia, de pessoas geralmente consideradas sensatas e gozando de todas as suas faculdades mentais, de forma equilibrada, acerca de Isaltino Morais, ex-magistrado, (exacto, esse do sobrinho na Suíça): “que me importa que ele seja o sr quinze por cento, pois se ele faz e deixa obra?”.
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Como logo se deixa ver... Nada feito.
(É qual “bula papal” a confirmar a "canonização" dessas criaturas!)

Fins-meios-fins?

Ora, ora! Esqueçam!
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Esses, confirmarei que sim, têm os políticos que merecem.

O pior é que todos somos “premiados”, por tabela, com tais abantesmas!
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NICAS E OUTRAS MIGALHAS

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Não é que não se reconheça o interesse do Império em que os F-16 estejam devidamente operacionais!...
Como não é que não reconheçamos o interesse dos senhores da grande paróquia no TGV e no novo aeroporto, para eles se deslocarem ao quintal, aqui nos arrabaldes...
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Mas que, de facto, dá vontade de a gente se ejectar (então, não é que primeiro escrevi, sem querer, injectar?!...), lá isso, dá!
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Escumalha periférica sofre!...
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quarta-feira, 22 de outubro de 2008

“O” 11 DE SETEMBRO

Pinochet, ainda pela 'pena' de Kaos
o braço e a mão do carrasco
às ordens do (distante?) assassino decisor

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Acabado de receber...
Minto: acabado de abrir e de ver, agora.
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“São 10 minutos. Mas vale a pena. Muito bem feito!” – dizia-me o remetente.
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Confirmei:
AB – SO – LU – TA – MEN – TE
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IM – PRE – SSI – O – NAN – TE!
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DO-CU-MEN-TO
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IM – PER – DÍ – VEL!
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Mais abaixo, ainda o remetente: “há 35 anos: o outro 11 de Setembro”.
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Aí discordo.
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Diria antes:
Há 35 anos o 11 de Setembro.
28 anos depois, (então, sim) o outro 11 de Setembro.
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Que bem conseguido entrosamento!
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Uma velha máxima sentencia: “quem com ferro mata...”.
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O nosso mais veemente não à lei de talião.
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Mas acontece.
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terça-feira, 21 de outubro de 2008

TRÂNSITO COMPLICADO. O RIGOR DAS TECNOLOGIAS

Uma fantástica simulação do tráfego aéreo mundial durante 24h.

Uma imagem quase apocalíptica?
Nada disso: antes a demonstração do avanço da ciência de braço dado com as tecnologias.
E do consequente rigor.
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De facto impressionante.
Parece um enxame à roda do cortiço!
Repare-se que as abelhas, em malha apertadíssima, não caem! E os aviões, muito raramente, e em mínima proporção.
E ainda há quem ponha em causa a segurança deste meio de transporte!...
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Declaração de interesses
: não sou accionista nem detenho quaisquer títulos que ao transporte aéreo respeitem.
No que a transportes se refere só tenho a propriedade de um carro (automóvel) de vulgar modelo. E de uma bicicleta, claro.
E se detesto algum, só mesmo os autocarros das carreiras urbanas. (Deus me livre!)
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REGRESSO AO “SATU QUO ANTE”?




“Não aceito que quando a crise estiver ultrapassada, voltemos ao sistema do business as usual", diz o director-geral do FMI, Strauss-Kahn
(foto e destaque do Público, 11.10.08)
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Não aceita o quê? O regresso ao business as usual? Uma vez ultrapassada a crise?

Nah! Não acredito que o director-geral do FMI seja um crédulo...

Ou não atentará ele ao que já se passa quando mergulhados estamos, ainda, no abalo, e a sofrer as sucessivas réplicas do esmagador sismo?

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segunda-feira, 20 de outubro de 2008

ECONOMIA TÓXICA, DE CASINO, DE CIRCO



Um dia destes, Constança Cunha e Sá deu-me o mote.
Aquela da economia dos produtos tóxicos, é boa. Mas melhor ainda é a da economia de casino.
A propósito desta última, um exemplo de economia de roleta é-nos recordado por um leitor do Público: o banco Best (note bem: best), recentemente (não sei se o cancelou já) oferecia um “produto inovador” que constava do seguinte: um depósito a prazo em que se indicava um palpite para o candidato vencedor das eleições americanas. Acertando, a remuneração seria de 8%, falhando, ficaria por uns meros 2%.

Então não é um jogo interessante, um produto realmente inovador?
Ao banco Best faltará, talvez, instalar máquinas de jogo no seu site (porque ele só existe na rede) para os clientes aí jogarem as suas poupanças.

Faz lembrar (é outro leitor do mesmo jornal e na mesma data que o recorda), aquela com que alguns se defendem, na ressaca: o que estragou tudo foi só mesmo o último copo.

Para o Best, e outros, claro, em recentes situações, ainda aí vinha o último copo.
Mas já veio, e com ele até o caldo se entornou.

E, já agora – a referência aos símbolos dos partidos concorrentes às presidenciais dos States é mera concidência -, é de todo evidente que só falta o surgimento de uma diferente economia. Apesar do nome, a salvadora: a economia de arena de circo – aquela em que o burro, com dois “assertivos” coices, arruma o sonolento elefante.
Essa é que está a tardar.
Não para ficar pelo circo, para gáudio da populaça, mas para regressar aos fóruns da especialidade e à prática das respectivas instituições.

Há bens que vêm por mal.

Urge a confiança assente na respeitabilidade.
O que só com a asnal escoicinharia se conseguirá.

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"DE PRINCIPATIBUS"

imagem Wikipédia
A "boa pinta" do duque Valentino
que hoje melhor conhecemos por César Bórgia

Um príncipe prudente e corajoso superará sempre (...) (as) dificuldades, dando aos súbditos ora esperança de que o mal não será prolongado, ora temor da crueldade do inimigo, ora precavendo-se com destreza daqueles que lhe pareçam demasiado inflamados. (Nicolau Maquiavel, O Príncipe, X, 3)
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Honi soi...
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domingo, 19 de outubro de 2008

SECTARISMO E CLAMOROSA INJUSTIÇA

foto AFP





Ontem, aplaudi-o. Hoje, pateei-o.

Vasco Pulido Valente é dos tais: umas vezes, gosta-se; outras, tolera-se; outras, ainda, provoca a náusea e detesta-se.

Quando objectivo, como ontem, gosta-se. Vá, tolera-se, ao menos.
Mas quando sublinha a subjectividade (pior, a sua subjectividade, passe a redundância), quando emerge a sua sanha contra a esquerda... Não há quem o suporte.

Saramago (intencional e rasteiramente mais relacionado com a sua direcção do DN do que com o reconhecidamente merecido Nobel; mais recordado o de ontem, do que o actual, e desde há muito, não estalinista) está longe de corresponder ao ansioso “delírio” (aí, sim, e esse, realmente nos eriça) do plumitivo: “personagem hoje inócua”, esquecida e desprezada pelo mundo intelectual algures “num qualquer rochedo do Atlântico”.

Do meu ângulo é bem mais grave e preocupante a “reminiscência” que ressuma da inarrazoada prosa do colunista.

A experiência do DN – muitos concordamos – foi um momento de infeliz desvario, quando a loucura era a regra.

VPV olha-se no espelho – só pode ser – quando desabafa que “o fanatismo excede o tolerável”.

Na verdade, deixe que lhe confesse, PV, o seu costumado azedume de cronista... Desta vez vomitou-o sobre quem o não merece. Mais, deixe que lhe diga, também, que a
imagem trazida pelo Nobel - que se refugiou e exilou na sua ilha dos amores (na sequência da fúria persecutória de “arejadas” e laras mentes como a sua) -, acerca da crise, é profundamente acertada.
Nem me venha falar de Estaline – de todos os estalines - como se, ao invés, uma andorinha fizesse a Primavera!

Pese, embora, poder beliscar – ligeiramente que seja – amigos que, de muito longa data, estimo e respeito (sou amigo do meu amigo mesmo em momentos ou circunstâncias que me possam incomodar), sempre lhe direi, ainda, que Estaline, para mim como para tantos fervorosos amantes da democracia e da liberdade, de há muito, muito, mesmo muito tempo (estou em avançado Outono do percurso translativo da minha vida) não é flor que se beije, nem santo que se venere, em fundamentais aspectos de humanismo. Até para Saramago, repito, segundo julgo saber e ressalta da sua vasta obra.
Não há vantagem ou ganho que minimize (menos, ainda, faça esquecer) o comportamento torcionário, o cariz assassino. Tenha o seu autor o nome que tiver, prossiga ele a ideologia que defender!

Daí (da inconfirmada base dos seus impropérios) ao seu vómito... Vai uma larga distância.

Tolerância?
Não atire, assim, com as palavras.
Já que, pelos vistos, nunca o fez, queda-se um pouco e analise a sua semântica.

Seja racional!
E depois de analisar o seu significado, seja tolerante.
E mais razoável e comedido.

Até...
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“À BON ENTENDEUR”, SILENCE

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Na amizade não aprecio, apenas, as oportunas e sensatas palavras dos amigos – estou ainda muito atento aos seus “ruidosos” silêncios.
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LUÍS AFONSO E AS ÚLTIMAS ´”BOMBAS” - II

É da mais elementar justiça para com o autor que se actualize a antologia ontem aqui iniciada.
Nem eu ficaria bem comigo mesmo se o não fizesse.

Veja, então, a charge de hoje, na sua opinião semanal sobre a actualidade
(Público/Opinião/Preto, branco... e também cinzento)




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sábado, 18 de outubro de 2008

PEDRITO, O INCORRIGÍVEL TRAVESSO



Só mesmo a “tia” Ambrósia vê o traquina Pedrito, essa eterna criança, com olhos de rósea bondade.

(Há outro espaço no éter, outra escrevinhação recente do mesmo autor, com base no mesmo (?) boneco (?) – se para tanto lhes sobejar vontade e der na realíssima gana, obviamente)

Hoje, no seu peculiar modo de deixar à vista a “toxicidade” do ambiente político (desta vez intra muros do PPD/PSD), Vasco, o (bem pouco) “pulido”, mas valente colunista, pega no chicote e com a sua costumada impiedade zurze no, aparentemente, “indestrutível e irreprimível Santana Lopes”, “com certeza o pior primeiro-ministro desta atribulada República” que “levou o PSD à mais completa e vergonhosa derrota da sua história. Parecia definitivamente acabado. Não estava”, veio a constatar-se, entretanto, depois de ter “andado por aí”.

A anarquia em que a oposição - os menezes, os marcelos, os (morais) sarmentos, à mistura com os aguiares e os borges, sempre em parceria com os (paulos) portas e “sus muchachos” - têm mergulhado o partido, de cuja “balbúrdia emergiu, como de costume, Santana”, para gáudio e importante ajudinha a esta “situação”, é, talvez, uma conjuntura de difícil controlo...

O país não parece que ganhe com uma oposição tão dividida e histriónica.
Uma oposição robusta e séria é indispensável numa democracia.

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IMPORTANTE, MESMO? ANTES DE TUDO AS ESTATÍSTICAS!

É velha como a Sé de Braga a definição de mentira: há as mentiras, as grandes mentiras e as estatísticas.
Pois bem, o actual sistema de educação não se contenta com as mentiras, nem se satisfaz com as grandes mentiras.
A dupla ML-VL, e mais uns quantos fervorosos acólitos, igualmente iluminados, defensores das criancinhas do martírio da aprendizagem do mínimo que lhes pode ser exigido, preferem jogar pela fraude, garantia de chapeladas e favores de Bruxelas.
É a velha petulância de nos considerarmos no pelotão da frente, quando na realidade – e ilusões afastadas – rumamos atrelados aos da cauda do último pelotão do desenvolvimento em todas as áreas. Salvo na do faz-de-conta.

Sua bênção, tia Lu – dizem as crianças, felizes e agradecidas.

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LUÍS AFONSO E AS ÚLTIMAS ´”BOMBAS”

Os caricaturistas e os cartoonistas são, desde sempre, dos mais cáusticos e contundentes críticos da sociedade do seu tempo.
Sem o recurso à retórica dos políticos mais ou menos prolixos, a maioria deles, os cartoonistas vertem, quantas vezes, a sua corrosiva ironia, no papel, com o seu traço, apenas. Sem uma única palavra, mas cuja “leitura” equivale e é mais eficaz que o mais “triturador” discurso de um milhar de palavras.

Luís Afonso é, no meu entender, um dos muito bons exemplos dessa dinastia de combatentes e irónicos (por vezes impiedosos) críticos, em que o lápis substitui, com vantagem, a espada ou a metralhadora, a tribuna e a oratória.

E note-se que eles são às centenas, dentro e para além dos muros da “paróquia”.

Não é uma questão de amabilidade e simpatia: mas antes de justiça e reconhecimento, pelas suas merecida valia e actuante perspicácia.

Hoje trago, do nosso LA, três peças: duas acerca do doméstico orçamento do Estado (OE), sendo uma do diário bartoon (em forma de banda desenhada), que não perco, dia nenhum, onde o barman é o ícone da argúcia, da subtileza e da sensatez.
A segunda peça é acerca da infeliz e desrespeitosa "argolada" da
pen drive. Esta, não “arrancada” do Público, onde fazia a capa do suplemento de Economia de ontem, mas gentilmente cedida pelo autor.

Por fim, a respeitante à crise financeira internacional.

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Acerca do Orçamento do Estado
(in Público, Bartoon, 17.10.08)



Imagem que ilustrava
a capa do suplemento Economia do Público de ontem,
cedida amavelmente pelo autor.







Por fim, a crise financeira internacional,
ainda no traço de erosiva ironia de LA
(em “preto, branco... e também cinzento”_Espaço Público-Opinião_Público de 12.10.08)
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Força, amigo!
Que não lhe doa o "lápis"!
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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

“EXEMPLO SUPREMO DE DEMOCRATA”? “NOTÁVEL”?

«Jaime Gama considera Jardim “notável”»
(imagem e título – aqui, legenda – do DN de 29.03.08)




Uma pergunta indiscreta ao sr presidente da AR. Talvez mais incómoda que indiscreta, mas seguramente sem resposta: achará, ainda, o que nós considerávamos sensato e lúcido dr Jaime Gama, que o mugabe laranja da Madeira é «um exemplo supremo na vida democrática»? Depois de repetidas e variadas provas do inverso, como esta última?
Lapso ou
boutade?
Um momemto de irreflexão. No mínimo.
Benevolência (servilismo?) momentaneamente conveniente?
Paternalismo esperançoso na recuperação do corrécio?
De todo o modo, marcador altamente negativo numa carreira equilibrada. “Activo tóxico” para o irrecuperável e grosseiro truão, o bocassa da pérola do Atlântico.



ajj pela "pena" de kaos


Bom, que quanto a JG considerar Jardim “notável – conforme título do DN – aí até podemos estar de acordo: não foi Hitler notável? Não foi Salazar notável? E Franco? E Bocassa? Não será, acaso, Mugabe uma figura notável?

Nesses termos estamos de acordo.

A bon entendeur...

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quinta-feira, 16 de outubro de 2008

HISTÓRIA DA PUBLICIDADE – UMA AMOSTRA

A publicidade "transmite muito mais do que a divulgação de um produto", na afirmação de Luís Trindade, jovem (37 anos) professor de estudos portugueses do Birbeck College (Universidade de Londres), que se dispôs a levar por diante um projecto da história da publicidade. Recolheu, ele e a sua equipa, até ao início do Verão passado, cerca de 1500 anúncios de jornais e revistas (sécs XIX e XX) e, com algum sofrimento, escolheu menos de 200 para editar em livro.
Na publicidade - que segue uma lenta penetração -, o sucesso será facilitado através da aparência.
Por todos (que respeitam à promoção dos mais variados produtos), destaco de "Foi Você que pediu uma História da Publicidade?" (lançado pela editora Tinta da China na passada Segunda-feira, dia 13 do corrente mês) e do P2 da mesma data (de onde fiz esta síntese), o seguinte, porque bem característico de uma das mais importantes ilações que o autor tira de uma das principais características do séc XX: "a libertação feminina". Daí, vg, «se usar "a mais revolucionária das meias", as suas pernas ficarão esguias e bonitas (1966)». (Da mesma forma que a rapariga que usa soutiãs Triumph (1970) "insinua-se" com um à-vontade "no ambiente de trabalho" maioritariamente masculino).

E num destaque, ainda acerca da promoção daquelas meias, acompanhando a imagem, lê-se:



"o erotismo da publicidade
à "mais revolucionária das meias"
tenta seduzir mesmo a mulher bem-comportada,
que nunca deve sentar-se de pernas afastadas".
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Que dizer, então, da enormíssima e inesquecível cantora e pacifista norte-americana, filha de pais mexicanos, (e bem interessante, claro, nos seus promissores 26 anos) Joan Baez?

Perante esta foto (talvez promocional, mas sem essa intenção, como se verifica relativamente a muitas figuras públicas, e seguramente não publicitária), de 1967, Luís Trindade teria continuado: ... pernas afastadas ou ainda (a mulher) de tal modo ousadamente (para a época) vestida e sentada que tenha de as proteger (as pernas) como a ainda cantora, de voz poderosa e distintíssima (agora com 67 anos), o faz nesta foto.

As estorinhas (tão reveladoras, também, da evolução e revolução de mentalidades) da história da publicidade.
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(imagens retiradas do Público, com a minha homenagem e os merecidos créditos)
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STATES 2008: ÚLTIMO DEBATE





Debate em Hempstead, Nova Iorque moderado pelo jornalista da CBS Bob Schieffer.

Os primeiros dois temas andaram à volta das questões nesta altura mais efervescentes.
Mas falou-se também da política externa, nas energias, nos combustíveis, no aborto, na educação, na saúde, e mais.

McCain solta, a dada altura uma frase que (e ouvi bem; não estou na dúvida) me causou estranheza e uma certa perplexidade, porque não percebi a sua profundidade, se é que a tinha: Temos de aumentar o preço das casas, porque isto é criar riqueza.
Em matéria de medidas económicas para enfrentar a crise, Obama preferiu defender que depois da crise financeira “temos de adoptar uma ética de responsabilidade. E mais adiante: a seguir-se a linha da política económica de Bush, não há recuperação possível.
Ao que McCain retorquiu: eu não sou um continuador de Bush. Se queria candidatar-se contra ele devia tê-lo feito há 4 anos.
Foi uma esclarecedora sacudidela do capote.
Aliás foi bem patente, durante o debate, a tentativa desesperada de o candidato se isolar (desembaraçar, melhor dito) do actual presidente republicano.
Por minha vontade poderíamos passar as restantes três semanas a falar de economia, insistiu Obama.
A campanha presidencial já deu muitas voltas desagradáveis (mais um tiro no pé, de McCain).
Depois de referir os comícios dos republicanos com gritos de “terrorista” e “matem-no”, quando se pronunciava o seu nome, Obama prosseguiu: não me incomoda ser atacado durante mais estas três semanas. No entanto quando se diz que sou amigo de terroristas, não só se trata de uma caluniosa mentira como se está a falar fora dos temas da campanha, para distrair os eleitores.
McCain respondeu que se opôs a tais acontecimentos e que estava muito orgulhoso dos participantes nos seus comícios (talvez alguém lhe tivesse anotado a contradição).
Sobre os seus próximos colaboradores, Obama disse que terá Warren Buffet nas matérias económicas e Joe Biden, na política. Política externa, designadamente, onde Biden prestou relevantes serviços ao país.
Aos costumes (colaboradores) McCain disse que Sarah Palin é um modelo para as mulheres.

Outros destaques:
BO- Não podemos pedir 700 mil milhões de dólares à Arábia Saudita para os entregar à China. Não podemos continuar com esta política, sempre o disse.
JM- 47% dos americanos não têm cuidados de saúde. (!)
JM- O americano médio é contra o aborto. Obama está contra o americano médio...
BO- Matéria difícil e delicada, que mexe com a intimidade e a moral da mulher. Antes de mais, ninguém é pelo aborto. É sempre uma solução dramática. Deixemos que elas se pronunciem sobre o assunto.
BO- Muitos dos direitos que temos deviam ser discutidos em referendo.
Temos de discutir e estabelecer prioridades, e uma das principais é a educação.

Declarações finais.
JM- A América tem de mudar de direcção. Não podemos manter o rumo dos últimos 8 anos. (Nova tentativa desesperada de descolar de Bush e sua administração)
BO- a frase inicial foi praticamente a mesma. Mas com outro sentido, dado não ter de se descolar da presente administração.

Aparentemente os candidatos disseram as mesmas palavras. Só aparentemente. Porque Obama falou doutro modo, com outra segurança e outra convicção. E falou de direitos humanos e de salários e das dificuldades das famílias e dos cidadãos americanos.
McCain mexia-se e remexia-se na cadeira; piscava e repiscava os olhos; Continua lívido (e não é reflexo do cabelo. Nem doença, que conste)
McCai repetia e invocava incessantemente “Joe, o canalizador”, numa descarada manobra demagógica, dizendo-lhe, olhando para a câmara, que com a sua administração ele podia escolher o médico, o hospital, a escola para os filhos... Até chegou ao ponto de dizer que não pactuaria com os ricos e os poderosos, com os proprietários dos cadillacs...
Nada convincente. Pouca seriedade. Toneladas de demagogia.

Não acho que tenham empatado. Penso que houve um vencedor: Obama.
Até na postura, mais sério. No rigor. Na convicção e segurança demonstradas.
McCain falou muito para o boneco (o eventual Joe). Voltava às tricas.
Obama falava para as pessoas e respondia com argumentos sobre os temas.

Que se irá passar? Alguma surpresa?

Aguardemos.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

A IMAGEM DO TESOUREIRO MOR




Que está longe do céu, vê-se logo... Que está em baixo, também. Mas estará Teixeira dos Santos no inferno?
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(imagem do Público com a devida vénia e respectivos créditos)
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NA MOUCHE




Campanha virtual.

Simplesmente de truz!

E se o outdoor (ou cartaz) é de fino humor, o comentário do amigo que m’o enviou também é muito bem tirado, quando comenta que isto é o que se pode designar, com propriedade... humor negro!


Slogan, no mais puro rigor, irrepreensível, perspicaz, imaginativo. Certeiro.
Na realidade, promovendo uma participação activa, efectiva, em qualquer dos candidatos.
Há alguma contradição nos termos?
Nenhuma.

Perfeito!

E não me venham dizer que tem o senão da foto.
Sendo virtual, quem me garante que não exista, do outro candidato, igual slogan, e com a respectiva fotografia?!...

No mosquito! Ou mais ao pé da letra: na mosca. Ou como soe dizer-se: em cheio no alvo! “Faire mouche”, claro.

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DOR? INFORTÚNIO? ANGÚSTIA?

Quantas vezes nos não valorizamos de mais? Como às nossas preocupações e seus motivos?

Dor? Angústia? Infortúnio?
Saberemos, mesmo, do que se trata?
Na nossa avaliação pessoal tudo isso não passará, muitas vezes, mesmo que perante casos de alguma eventual gravidade, de algo incomparável com situações de completo arrasamento de uma família, vicissitudes absolutamente inconsoláveis, de uma desmedida crueldade e infelizes?

Sei que há que ter em conta certas particularidades... As subjectividades...

Certo! Mas, e a realidade, a duríssima realidade?

Aconteceu este fim-de-semana. Mesmo ao meu lado.
“T” recebe uma mensagem de uma amiga: “o céu está mais rico: recebeu mais um anjinho”.

Não era preciso dizer mais.
“A”, mãe por vocação e muita devoção, tinha dois filhos. O mais velho, com 8 anos, nasceu autista. Há cinco anos nasceu o segundo filho a quem foi detectado, com meses de idade, um cancro no cérebro, por trás de uma das vistas.
Incansáveis, os pais procuraram sempre, com fé e cheios de esperança, um definitivo controlo destas situações. Mesmo quando a ciência lhes dizia tal não ser possível, no seu (da ciência) estádio actual. Particularmente para o caso do filho mais novo que, ainda recentemente o pai levou a celebrado especialista, na Alemanha. Que também o desenganou.
O bebé sucumbiu no Domingo. Um dia em que a natureza, onde recebemos a notícia, se revoltava com um tempo quase apocalíptico.

“T” e “F” encontraram “A” e o marido destroçados. E também ficaram em estado de choque. Arrasados. (Pais que são, também eles, de um moçoilo de ano e meio, lindo e inteligente. E de esperança de outro bebé que se espera igualmente saudável e feliz)

Valerá, mesmo, a pena valorizarmos tanto as nossas pequenas desventuras ou contratempos?

(Os actores não são ficcionados, embora aqui não referidos pelos seus nomes específicos, por respeito por eles. Bem reais, pelo contrário, que eles são!)
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AS PRESIDENCIAIS DOS STATES





Apesar de todas as minhas hesitações (ainda faço algum esforço para não ver no candidato democrata uma quase reprodução da mais comum matriz de americano, atendendo a uma das suas principais vertentes: um nacionalismo chauvinista), não me parece poder concordar com os que vêm nele, sobretudo (ou só, para alguns) um retórico.
Demais, um qualquer presidente (desde candidato) é sempre tanto melhor (ou pior) quanto a corte de assessores que o rodeiam. (Bush que o diga!)
Confirmava, um dia destes, e muito acertadamente, Miguel Gaspar que a Obama “lhe basta navegar sem fazer erros”, tal a vantagem que já leva.
Mesmo que a espevitada (e inconsequente) Sarah, no seu atávico e triste ultraconservadorismo (desculpe, moça) ameace “tirar as luvas” e, quem sabe, venha a cair do verniz dos seus sapatos modelo exclusivo - peeptoes e “naughty monkey” (macaco atrevido) – para desatar à espadeirada, qual cruzada há um milénio atrás.

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CITANDO...

EM MATÉRIA DE OPÇÕES:


I.
Porque é que certos homens preferem as gordas?

Talvez porque têm mais pontas por onde se lhes pegue
(anonimus machus ibericus)
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II.
“As feias que me perdoem, mas a beleza é fundamental”

(Vinicius de Moraes)
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terça-feira, 14 de outubro de 2008

O JOVEM CONTESTATÁRIO

(a Daniel Rocha e ao Público a devida vénia e correspondentes créditos)



Medina Carreira está em pleno uso das suas faculdades e com uma impressionante lucidez. E com uma argumentação irrefutável e avassaladora.

Mário Crespo deve ter tido, hoje, um dos seus maiores amargos de boca como jornalista. (E bom jornalista)

Na abertura do jornal das 9, da estação, um repórter do exterior referia (e lamentava) que não era ainda conhecido o texto, nem sequer online, do OE.
Mas que comentários já abundavam. Falando de alguns.

Surge então a entrevista com Medina Carreira. Em que os iniciais objectivos do categorizado jornalista não foram alcançados. A peça redundou, antes, numa outra, inesperada, mas de actual e efervescente interesse.

Medina Carreira rejeitou, em absoluto, pronunciar-se sobre uma matéria que ainda não conhece, dado que ainda não fora publicado o respectivo texto.
Mais disse que não queria “engrossar o pelotão” dos que falam sem verdadeiro conhecimento de causa duma matéria tão importante e tão grave.

Mais ainda, foi bastante agressivo, e com razão, do meu ponto de vista, relativamente ao papel a que a comunicação social está a prestar-se, pela sua responsabilidade no engrossamento do tal pelotão.

E, num crescendo, e apresentando, por pressão do jornalista, gráficos elucidativos, foi desfiando o seu rosário de críticas e de condenações pontuais, mas em múltiplas áreas, da actual política deste PS.

Mário Crespo quis “aparar” “os golpes” certeiros do convidado. Mas teve de render-se perante a objectiva clareza de Medina Carreira que, designadamente, disse querer ouvir, nos media, pessoas sérias, descomprometidas, que não estejam à espera de cargos e benesses, independentes, com o seu pão e o seu futuro garantidos.

Preferia, de longe, não aplaudir nem apoiar Medina Carreira.


Rectitude oblige!
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PRESUNÇÃO

A espada de Dâmocles, na pintura de Richard Westall de 1812


“A escrita é sempre uma presunção” – Miguel Veiga (Entrevista a Mário Crespo, SIC, ao serão de 13.10.2008)
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Tropecei e fiquei a patinar nesta sentença.
Talvez seja menos categórico e definitivo.
Digamos que por vezes é compreensível e admissível tal presunção, que talvez deva, então e mais justamente, designar-se doutro modo já que o autor tem uma escrita substancial, porque abordante de apreciável e inteligível matéria, bem estruturada e escorreita.
Mas há, temos de convir, escrita que se fica pela presunção.
Não é de agora que sinto essa espada sobre a minha cabeça: meramente presunçoso.
Ainda que a contragosto. E com pena.

Daí que compreenda que escreva quase só para mim. Quiçá para um ou outro complacente (prefiro a piedoso) amigo.

(Insisto que não é uma calculada autoflagelação)

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segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A CRISE

Ao que parece, os 15 acabaram de deliberar sobre um divertido assunto


A garantia de 20 mil milhões de dólares aos bancos (para empréstimos entre si), decidida pelos líderes dos 15 da euro-zona, só por si, parece pouco mais que um ben-u-ron para as reais vítimas da crise, aqueles que a vão pagar com língua de palmo, um rebuçado para os pequenos especuladores, um alento e um incentivo aos mesmos “gulosos” que a geraram e ou a aceleraram.

“Cadê” a regulação?
“Cadê” as medidas dirigidas aos offshores (Jersey, Ilhas Cayman, Gibraltar, Bermuda e Madeira, entre tantos outros) e com vista a outras paradisíacas delícias fiscais?
“Cadê” o refreio (ao menos) dos excessos remuneratórios e incompreensíveis mordomias dos (ir)responsáveis tecnocratas, na sua cegueira do lucro apressado e criminoso?

Não se descortina, aos olhos do grande público, nada disso.
Massa anónima que é, aparentemente, ou deveria ser, o grande julgador, mas que, decididamente, não é o último decisor, como igualmente deveria ser, porque o emudeceram.

Matérias muito sérias e graves?
Ora, Ora: puros fait-divers!
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