sexta-feira, 3 de outubro de 2008

“TOURADA” NA TOURADA




De touros pesco pouco, mas curto touradas, embora lhes não conheça, ao certo, todas as regras e cartadas.
Da “festa” desta noite só vi uma lide: a segunda. Do cavaleiro conheço o nome e a arte. Do cavalo só recordo a raça. Do touro não lembro a graça mas sei que era uma desgraça.

Do curro à praça, a dois passos, foi longa, longa caminhada.
Do touril descolou o animal ao pôr-do-sol, receoso, alarmado, ouvindo dos pares a coiçaria, regressava e logo ia, medroso, aparvalhado.
Tão depressa avançava como retrocedia e se voltava, naqueles dois palmos de distância que mediavam entre o curral e do castigo o local. Não atava nem desatava, por mais que o acossassem com picaria e capote.
Donde a espera. Um fartote.
Rui Salvador “bocejava”, ferro em riste. E o cavalo, meio triste, remexia e fremia. Mas não desistia.
Cai a noite e o malvado, cheio de medos, apavorado, hesita ao portal da arena. Há pessoal e vozearia em demasia para a desventurada criatura que a ganadaria, em má altura, remeteu àquele “espectáculo”.
Ao serão, já mais tarde, sem anúncios nem alarde, o “bravo” manso lá assoma à boca da trincheira. Mas não se esgueira, o casmurro tanso.
Especado o cavaleiro, está nervoso o cavalo inteiro.
A medo, por fim, lá avança o bezerrinho p’r’o cavalo, mas “morre” pelo caminho. E o cavaleiro, num desnorte, mais o cavalo, no seu porte, lá desenham qualquer sorte.

Ouve palmas. Até pelo insólito.


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