quinta-feira, 16 de outubro de 2008
STATES 2008: ÚLTIMO DEBATE
Debate em Hempstead, Nova Iorque moderado pelo jornalista da CBS Bob Schieffer.
Os primeiros dois temas andaram à volta das questões nesta altura mais efervescentes.
Mas falou-se também da política externa, nas energias, nos combustíveis, no aborto, na educação, na saúde, e mais.
McCain solta, a dada altura uma frase que (e ouvi bem; não estou na dúvida) me causou estranheza e uma certa perplexidade, porque não percebi a sua profundidade, se é que a tinha: Temos de aumentar o preço das casas, porque isto é criar riqueza.
Em matéria de medidas económicas para enfrentar a crise, Obama preferiu defender que depois da crise financeira “temos de adoptar uma ética de responsabilidade. E mais adiante: a seguir-se a linha da política económica de Bush, não há recuperação possível.
Ao que McCain retorquiu: eu não sou um continuador de Bush. Se queria candidatar-se contra ele devia tê-lo feito há 4 anos.
Foi uma esclarecedora sacudidela do capote.
Aliás foi bem patente, durante o debate, a tentativa desesperada de o candidato se isolar (desembaraçar, melhor dito) do actual presidente republicano.
Por minha vontade poderíamos passar as restantes três semanas a falar de economia, insistiu Obama.
A campanha presidencial já deu muitas voltas desagradáveis (mais um tiro no pé, de McCain).
Depois de referir os comícios dos republicanos com gritos de “terrorista” e “matem-no”, quando se pronunciava o seu nome, Obama prosseguiu: não me incomoda ser atacado durante mais estas três semanas. No entanto quando se diz que sou amigo de terroristas, não só se trata de uma caluniosa mentira como se está a falar fora dos temas da campanha, para distrair os eleitores.
McCain respondeu que se opôs a tais acontecimentos e que estava muito orgulhoso dos participantes nos seus comícios (talvez alguém lhe tivesse anotado a contradição).
Sobre os seus próximos colaboradores, Obama disse que terá Warren Buffet nas matérias económicas e Joe Biden, na política. Política externa, designadamente, onde Biden prestou relevantes serviços ao país.
Aos costumes (colaboradores) McCain disse que Sarah Palin é um modelo para as mulheres.
Outros destaques:
BO- Não podemos pedir 700 mil milhões de dólares à Arábia Saudita para os entregar à China. Não podemos continuar com esta política, sempre o disse.
JM- 47% dos americanos não têm cuidados de saúde. (!)
JM- O americano médio é contra o aborto. Obama está contra o americano médio...
BO- Matéria difícil e delicada, que mexe com a intimidade e a moral da mulher. Antes de mais, ninguém é pelo aborto. É sempre uma solução dramática. Deixemos que elas se pronunciem sobre o assunto.
BO- Muitos dos direitos que temos deviam ser discutidos em referendo.
Temos de discutir e estabelecer prioridades, e uma das principais é a educação.
Declarações finais.
JM- A América tem de mudar de direcção. Não podemos manter o rumo dos últimos 8 anos. (Nova tentativa desesperada de descolar de Bush e sua administração)
BO- a frase inicial foi praticamente a mesma. Mas com outro sentido, dado não ter de se descolar da presente administração.
Aparentemente os candidatos disseram as mesmas palavras. Só aparentemente. Porque Obama falou doutro modo, com outra segurança e outra convicção. E falou de direitos humanos e de salários e das dificuldades das famílias e dos cidadãos americanos.
McCain mexia-se e remexia-se na cadeira; piscava e repiscava os olhos; Continua lívido (e não é reflexo do cabelo. Nem doença, que conste)
McCai repetia e invocava incessantemente “Joe, o canalizador”, numa descarada manobra demagógica, dizendo-lhe, olhando para a câmara, que com a sua administração ele podia escolher o médico, o hospital, a escola para os filhos... Até chegou ao ponto de dizer que não pactuaria com os ricos e os poderosos, com os proprietários dos cadillacs...
Nada convincente. Pouca seriedade. Toneladas de demagogia.
Não acho que tenham empatado. Penso que houve um vencedor: Obama.
Até na postura, mais sério. No rigor. Na convicção e segurança demonstradas.
McCain falou muito para o boneco (o eventual Joe). Voltava às tricas.
Obama falava para as pessoas e respondia com argumentos sobre os temas.
Que se irá passar? Alguma surpresa?
Aguardemos.
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1 comentário:
Não tenho dúvida,ao contrário dos comentadores profissionais,que Obama ganhou o debate.
Com segurança,com ideias concretas e sem se deixar arrastar para as tricas e acessórios.
Os comentadores dizem que lhe faltou agressividade...
Estariam à espera de circo?!
Agora,quem vence as eleições,isso será outra história!
Não me parece que,mesmo os poderosos lobis,estejam interessados em manter a situação actual ou o seu prolongamento!
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