sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

“QUESTÕES DE MORAL, DE PUDOR, DE DINHEIRO...”




O mote foi a notícia acerca de Paulo Teixeira Pinto: com uma veterania de pouco mais de 10 anos de BCP, uma passagem meteórica de uns meses como CEO do banco, deixou recentemente estas funções com uma indemnização de 10 milhões de euros e uma pensão anual de 500 mil euros, o que equivale a 35 mil euros por mês, 14 meses por ano!
[O meu amigo, que ainda faz a conversão em escudos para melhor avaliar as situações, concluiu bem: mais de 7 mil contos por mês (incluindo os dois subsídios). Isto para não falar nos tais dez milhões de euros que, no velho escudo, se traduzem por um valor quase indizível!...].

É evidente que não se trata da insinuada inveja do portuguesinho de lei!
Nada disso.
Nem se trata, ao que parece, de ver a questão por nenhum dos ângulos por que ela foi recentemente referida pelo PR: considerada, geralmente, pelos media, ou como uma palissada ou como uma argolada (para usar linguagem mais ligeira).

A questão é mesmo de moral, de pudor, de escrúpulo e de seriedade intelectual. (Certo que valores hoje pouco entendíveis, nada apreciáveis e pouco aconselháveis!)

Claro que se deve pagar bem a quem demonstrar saber, competência, capacidade de análise e de decisão, e boa performance.

Mas parece-me um erro de cálculo imaginar que a natureza divina se limitou a moldar criaturas destas apenas em Portugal, já que é aqui que, certos crânios mais se distinguem, sobretudo pelos réditos do seu labor.

Isto em termos comparativos relativamente a outros países, nomeadamente tendo em atenção os restantes níveis de vencimentos.

Não é, de todo, compaginável com o sucesso de certas empresas, que este apenas seja devido a um ou dois cérebros especial e unicamente dotados.

O resto dos contratados dessas instituições, nomeadamente os seus quadros, serão acaso, todos eles, tão só verbos de encher?

Acaso será indispensável pertencer a alguma secreta organização ou a ter de experimentar alguma carreira política ou a ter de passar pelo crivo dos cartões partidários, para se passar de pessoa comum, de ilustres desconhecido, a grande cabeça ganhadora de grande fama e de maior proveito?

Serão apenas estes a ter direito a uma remuneração digna, enquanto que todos os mais – igualmente bons e superiores, mas desconhecidos – mais não merecem receber que o seco rabo de uma petinga?

Não. Temos de convir que é indecorosa a situação que se gerou e se está a sustentar!



1 comentário:

aminhapele disse...

"secreta organização"
Eis a palavra-chave!

 

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