quarta-feira, 4 de julho de 2007

«PEDIDO COM "MÉRITOS"» - ENTENDIDO?







Não compreendo a surpresa.
G W Bush sempre se confessou e proclamou um "conservador compassivo".

De repente salta a notícia.
«O Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, comutou a pena de prisão de dois anos e meio aplicada a Lewis "Scooter" Libby, seu ex-conselheiro e antigo chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, que tinha sido condenado pelos crimes de perjúrio e obstrução à justiça no âmbito de uma investigação à exposição da identidade da agente secreta da CIA Valerie Plame.»

«O Presidente usou a sua autoridade constitucional para comutar a pena de dois anos e meio de prisão que considerou "excessiva".
Mas Tony Snow, o porta-voz da Administração, não excluiu a hipótese de um perdão total, se Libby apresentar um pedido com "méritos"»
- dava-nos conta, de Washington, Rita Siza (Público, desta data)


Em termos mais plebeus e brejeiros, dir-se-á que o Presidente lhe perdoará o crime, se Libby souber “mamar”. Na verdade, parece que todo o mundo entende o que é «apresentar um pedido com "méritos"».


Na coluna do mesmo diário, intitulada Sobe e desce, há um comentador que visivelmente se excede numa contundente apreciação, pondo em dúvida a seriedade e a imparcialidade do Presidente: «Se a condenação se devesse a uma questão técnica menor ou se o crime tivesse sido cometido em nome de um bem maior, o perdão de Bush a Lewis Libby, antigo chefe de gabinete de Dick Cheney, poderia ser compreendido. Mas não foi isso. O crime de Libby teve feias motivações políticas e este perdão presidencial apenas mostra que a lei não é igual para todos».


E como se não bastasse a falta de pudor daquele comentador, vem ainda Rui Tavares, na mesma edição, tasquinhar sobre a matéria: Muita gente perguntou de imediato se este não era o mesmo George W. Bush que, enquanto governador do Texas, se recusou a comutar a pena de qualquer condenado à morte, incluindo deficientes mentais.» Como recordou, também, aquele caso em que Bush ridicularizou e chalaceou com uma condenada que apelou à sua clemência...


Não resta qualquer dúvida: os norte-americanos são únicos. Desconcertantes.
A única e sacrossanta matéria em que não permitem uma beliscadela é no respeitante à liberdade de expressão.
Mas não se afrontam com situações destas. Que com facilidade deixam cair.
Só não perdoam que se lhes barre, minimamente que seja, aquela liberdade. Quanto ao resto... Tudo tem o seu preço.


«Apresentar um pedido com "méritos"»... Pelos vistos não é só em Portugal que os políticos fazem do povo uns trós-trós...


Bush um "conservador compassivo".

Claro!

“Conservador” como o “bom” norte-americano exige. “Compassivo” quanto baste aos seus amigos e apaniguados.


Afinal, está tudo certo.

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