sábado, 12 de junho de 2010

OS PORTUGUESES QUE SE AMANHEM

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Um dia destes, num frente-a-frente entre Medeiros Ferreira e Capucho, na SIC Notícias, o ex-ministro dos Estrangeiros e representante de um PS de que me sinto próximo, depois de ter confessado não ser fã de Sócrates nem da versão do partido que ele lidera, perante uma certa estranheza pela afirmação por parte quer do seu interlocutor quer do moderador do debate, confessou reconhecer, contudo, no actual chefe do executivo uma qualidade: não vira a cara à luta, vai antes a ela com denodo e frontal coragem.
Não me cabe ajuizar das intenções de Medeiros Ferreira, mas posso calcular que ele, como tantos opositores ao actual líder do partido, não tivesse querido deitar mais achas numa fogueira que, a atear-se, se pode transformar num enorme incêndio, difícil de controlar.
Na verdade, muitos dos opositores ao actual líder do partido e à sua deplorável actuação de uma comprovada e repetidamente confirmada baixa política (falta de verdade e constantes contradições) acreditam, sim, que a criatura está é firmemente agarrada ao poder, numa ambição doentia e num autismo preocupante.
Esta, provavelmente, a verdadeira caracterização que, com expressões soft, os opositores internos se pretendem exprimir.
Na verdade, este PS não passa de um “neuro-liberal”, na expressão, conquanto humorística, feliz, de alguém. Partido de clientela exigente e de difícil contentamento, sem com esta expressão aceitar a sua existência se fosse de fácil contentamento.
O cuidado extremo e o receio (imagina-se pelo que se conhece e se tem assistido) com que penaliza os gordérrimos rendimentos com uns ridículos 5 %, nas anunciadas medidas de austeridade, revela que interesses põe, efectivamente, à frente de quaisquer outros.
Claro que a parceria com o PSD é bem reveladora da máxima: noblesse (classe de clientes especiais) oblige.

E hoje, na sua coluna no Público, e envolvendo além do primeiro-ministro o Presidente Cavaco, o, acerca deste último, insuspeito Vasco Pulido Valente/VPV, concluía: “no fundo, ele (Sócrates) e o dr Cavaco continuam a sua velha «cooperação estratégica»: cada um trata de si e os portugueses que se arranjem.”

Por vezes VPV tem razão na sua rabugice.

Triste sinal dos tempos a exigir rápida (para que atempada) alteração de análises e de decisões.
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1 comentário:

aminhapele disse...

Parece-me que nasci mal amanhado...
Ao longo da vida,não tenho dúvida,muitos fifurões,com os mais diversos emblemas,se amanharam à minha à custa.
O pequeno amanhanço,de países pobres,ganhou estatuto.
Hoje existe o amanhanço global!

 

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