quinta-feira, 4 de novembro de 2010

JOANA AMARAL DIAS EM DIRECTO



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Joana diz, em poucas palavras, aquilo que outras pessoas, prolixas, só conseguem fazer em extensos textos.
Num curto apontamento, que além de conciso é rigoroso, como o que deixo transcrito a seguir, seu e em directo, como o endereço electrónico que se segue à sua assinatura demonstra, ela confessa que desconhece “qual é o dom especial que [os gestores portugueses] possuem para que ganhem muito mais que todos os outros” [profissionais com o mesmo grau académico, como médicos, cientistas, etc]?
É que, “segundo um estudo da Mckinsey, Portugal tem dos piores gestores.”

Mais, acrescenta ainda Joana: “Os nossos trabalhadores são dos mais mal pagos da Europa, mas os gestores são dos mais bem pagos. Um gestor alemão recebe dez vezes mais que o trabalhador com o salário mais baixo na sua empresa. O britânico 14. O português 32.”
É obra!

Não obstante a realidade atrás descrita e os juízos “elogiosos” que acerca deles (gestores) anotou, Joana recorda: «dizem que os bons gestores escasseiam [em Portugal] e é necessário recompensá-los. Senão, fogem do país.» Daí Joana parte para uma feliz comparança: “A fuga das
galinhas”, uma animação britânica (Chicken Run) do ano de 2000 que críticos e público consideraram a comédia mais original do ano e como o "entretenimento mágico para todas as idades!"
Após o que a mesma autora conclui: “Ok. Então, é simples. Se são assim tão poucos, ide. Não serão significativos na crescente percentagem de fuga dos cérebros que estavam desempregados/explorados. Depois, contratem-se gestores alemães ou ingleses. Por lá, não rareia tanto a qualidade. Estão habituados a discutir não só ordenados mínimos como ordenados máximos. E sempre são mais baratinhos.”

É ou não é de mestre?





Veja-se, então, o original da colunista política e comentadora (os sublinhados são dessa versão):



Abril 2010
Pensar alto

A FUGA DAS GALINHAS

Um gestor vale mais do que quem salva vidas e cria (vários tipos) de riqueza como um médico ou um cientista? Qual é o dom especial que possuem para que ganhem muito mais que todos os outros? Não se sabe. Mas essa ignorância não altera os rendimentos.
Mesmo que os resultados empresariais derivem de uma extensa cadeia. Mesmo que todas as empresas devam ter um papel social. Pois é. Os nossos trabalhadores são dos mais mal pagos da Europa, mas os gestores são dos mais bem pagos. Um gestor alemão recebe dez vezes mais que o trabalhador com o salário mais baixo na sua empresa. O britânico 14. O português 32. Mas, segundo um estudo da Mckinsey, Portugal tem dos piores gestores. Logo, quando se fala em reduzir direitos e salários, a quem nos devemos referir? Lógico? Não. Dizem que os bons gestores escasseiam e é necessário recompensá-los. Senão, fogem do país. Ok. Então, é simples. Se são assim tão poucos, ide. Não serão significativos na crescente percentagem de fuga dos cérebros que estavam desempregados/explorados. Depois, contratem-se gestores alemães ou ingleses. Por lá, não rareia tanto a qualidade. Estão habituados a discutir não só ordenados mínimos como ordenados máximos. E sempre são mais baratinhos.

Joana Amaral Dias, Docente universitária (pensaalto@gmail.com)


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1 comentário:

aminhapele disse...

Vou tentar que não me entendam mal.
Gosto de JAD(só a conheço da tv),gosto do que diz e do que escreve.
Talvez porque ando zangado com a política,há muito que não tinha notícias da senhora.
Acontece que,esta noite,enquanto jantava,a televisão ficou ligada na RTPN.Por comodidade minha,deixei-a ficar...
Então,sem querer,assisti a uma parte de conversa de café entre dois docentes universitários:Joana Amaral Dias e Carlos A.Amorim.
Os dois disseram aquelas banalidades vulgares,à volta da bica.Um representando uma direita vulgar,ultraliberal,e outra uma espécie de esquerda.
Na JAD o que me ficar a olhar para o ecrã nem foi ela própria.Claro que é bonita e bem parecida.
Foi,acima de tudo,a sua maneira de falar.
Parecia a tia Lili,depois de ter ido à Festa do Avante.
O tique forçado das tias da Linha.
O tal radicalismo pequeno-burguês,que entre duas goladas de chá,admite acender uma vela...
Por aqui me fico.

 

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