sábado, 27 de agosto de 2011

“PAREM DE MIMAR OS SUPER-RICOS” (II)





Ainda inspirado no recente desabafo de Warren Buffet, e depois de referir ter o governo francês tomado uma tímida medida de taxar especialmente os rendimentos dos mais ricos, foi a vez de, ontem, no Público online, a jornalista Maria José Oliveira nos recordar que já há meses – por alturas da campanha para as últimas presidenciais – Cavaco, num raro assomo de filantropia e solidariedade para com os mais sobrecarregados do costume com o pagamento da crise, confirmou que “os sacrifícios exigidos nos últimos tempos não se dirigem a todos os portugueses”, sugerindo que “em alternativa ao corte de salários, o Governo PS deveria ter solicitado "o contributo de todos os cidadãos". E preconizava, então, que “bastava, por exemplo, que fosse criado um imposto extra para todos os portugueses acima de um certo rendimento”.

Ora estas marés de filantrópica solidariedade, uma vez não serem costumeiras cá pela paróquia, convirá agarrá-las com ambas as mãos.

O Governo, tacteando, foi a Belém lembrar a Cavaco essa entrevista e perguntar-lhe se era, ainda, para valer…
Para espanto de alguns (muitos) Cavaco confirmou não só que apoiava a criação de tal imposto extra aplicável a rendimentos mais elevados, mas que "vê com satisfação" tal eventualidade. Desde que deixem, quedos, os seus bens patrimoniais, claro – não se queira agora tudo numa assentada. (Embora haja, entre os especialistas, quem sustente que não deve abrir-se-lhes essa excepção…).

Talvez com uma certa relutância, e algum receio de maior melindre por parte de algum dos eventuais visados (“tadinhos!”), O Governo de Passos, um pouco contra natura da sua ideologia, lá se prepara para “solicitar” aos multimilionários que abram, também eles, os cordões à bolsa e comparticipem no enfrentar a grave crise que a todos (?) ameaça fazer doer a sério.


Talvez convenha lembrar que não nos iludamos: os muito ricos não dão nada a ninguém senão aos seus. A menos que algum cálculo os leve a essa atitude.
Ora aí está: eles sabem que sobrecarregando-nos sobretudo aos mesmos (empregados por conta doutrem, pensionistas e classe média em geral) eles vêem que o seu pecúlio não terá tantas hipóteses de crescer. Donde a excepcional, rara (e avara?) benignidade.

 
 
 

Sem comentários:

 

Web Site Counter
Free Dating Services

/* ---( footer )--- */