sábado, 24 de outubro de 2009

O ELITISMO E O ÓDIO DO SR CORREIA GUEDES

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ao perto, a criatura nem se enxerga
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Vasco Valente Correia Guedes, que usa assinar com o pseudónimo Vasco Pulido Valente, parece que só em alguns dias pares do ano consegue ser lúcido e aturável. De resto, em todos os dias ímpares, além dos restantes pares, é um velho chato, rezingão, convencido de um largo saber e de mais que variável humor, se é que alguém, alguma vez, lho descobriu.
Já li coisas boas de VPV (soa melhor e é garantia de melhor proveniência), muito provavelmente nalgum dia par do calendário. Mas a data de ontem, 23 (dia ímpar, note-se), o social democrata, pela graça de Deus nascido num bom berço e que faz gala em se apresentar como tendo feito o seu aprendizado académico superior na ultrachique Oxford, revelou-se um elitista repugnante face ao comunista (cruzes!) José Saramago, dedicando-lhe uma peça miserável acerca das suas últimas declarações que incomodaram os católicos, mesmo a larguíssima multidão deles que são, consabidamente, pseudoleitores ou (menos ainda) conhecedores da Bíblia.
A gratuita rudeza, a manifesta sem-razão, o ódio encarniçado, o veneno que vomitou na sua coluna de ontem no Público acerca do autor de Caim, foram confirmados pelo frente a frente, moderado por Mário Crespo, entre Saramago e o padre Carreira das Neves.
Na sua referida coluna de ontem, VPV (a quem o Correia Guedes não garantia o berço desejado) considerou, bem explicitamente, Saramago inculto, iletrado e ignorante e um pobre coitado como são, na sua óptica, todos os não nascidos num berço de ouro, rico e com dossel adamascado ou de seda como seria, supostamente, o seu.
Já no debate, o teólogo e especialista em temas bíblicos não só não usou da mais leve falta de respeito pelo genuíno ateu que é o autor de Caim (antes pelo contrário, fazendo-lhe até elogiosas referências), como não conseguiu contrariar Saramago, que mostrou saber do que falava. Ao contrário, foi o Nobel que deixou atrapalhado e sem convincente argumento o teólogo e biblicista.
Infeliz e… (como hei-de dizer…) infantil (sem dúvida o caso) foi o clérigo que, a dado passo, e a propósito da linguagem metafórica dos textos sagrados aludiu a natural compreensão, para o fenómeno, de um autor que tanto lança mão da imagética, como acontece com o seu opositor. Mas, curiosamente, antes que, com a sua habitual calma, Saramago lhe desse resposta a tal ingenuidade, foi Mário Crespo que, não se conteve e referiu que se o Nobel usa de tais imagens e metáforas nos seus livros… Estes, porém, não são sagrados!

Foi, realmente, um debate interessante e de nível, aquele a que assistimos esta noite.
Coisa bem diferente foi a chicana deplorável do sr Correia Guedes.

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Créditos ao Indesmentível, pela imagem
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5 comentários:

Unknown disse...

...há alguns anos, o saudoso José Carlos Ary dos Santos, num seu poema, dedicado a alguém do mesmo jaez do cronista em causa, dizia a certa altura..."na boca uma ratazana..."

aminhapele disse...

VPV "escreve" da mesma forma que vomita.
No circuito dos bares,há uns tempos,diz-se que o gin anda marado.

Unknown disse...

Tenho para mim que é despeito, muito despeito, de quem se julga o "Rei das Arábias"...

José Ricardo Costa disse...

Quando a opinião se transforma em urro deixa de o ser. Um caso de psicanálise.
JR

Anónimo disse...

O tempo ZL, o tempo nos afirmará que temos um Nobel, o outro, Egas Moniz já esquecido ... somos assim com o que temos de bom: desprezamos, esquartejamos, esquecemos!
Tive a honra de ter estado na Escritaria, em Penafiel. E acredito que não estavam só ateus... O que é VPV ante a grandeza? rasteja o seu esquerdismo de direita, tão só.
Abçs da bettips

 

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