Anders Behring Breivik, quando adolescente, é descrito por seu pai, que vive no Sul da França e não vê o filho há mais de 15 anos, como um jovem apagado e calmo, introvertido, sem amigos.
É este lobo solitário norueguês que, como tudo leva a supor, levou a cabo uma dupla chacina, que provocou 76 mortos em Oslo e na pequena ilha de Utoya na passada sexta-feira, com uma frieza arrepiante.
Xenófobo e violento, é esta insignificante criatura que o seu advogado se prepara para apresentar como louco, no tribunal, numa tentativa da sua irresponsabilização.
Louco, sim, talvez, mas de uma loucura consciente, de uma gélida sensibilidade como todos os radicais da direita extremista, xenófoba e brutal.
No seu extenso relatório de 1500 páginas em que este ser abjecto fundamenta e descreve a sua acção – autêntico manual de terrorismo – ele revela o seu ódio, designadamente, em relação a Portugal, acerca do qual «fala em campanhas de “ataque decisivo” com antraz que deveriam ter como alvo cerca de 11 mil “traidores” em Portugal» (mais exactamente “10.807”! Aprecie-se bem o pormenor!).
Esses “traidores” serão provável e designadamente elementos dos partidos políticos que repudiam a xenofobia. Na verdade, ao referir a «identificação dos partidos políticos dos diferentes países que apoiam o multiculturalismo, o autor refere as seguintes formações portuguesas que apoiarão os “marxistas culturais, os humanistas suicidas e os capitalistas globalizados”: Partido Socialista, Partido Social-Democrata, Partido Comunista Português, Bloco de Esquerda e Partido Ecologista "Os Verdes". Todos estes partidos estão correctamente identificados com os nomes em Português e respectiva tradução para inglês.» Já agora, e «mais à frente o autor enumera também os partidos portugueses nacionalistas ou “contra-imigração”: Centro Democrático e Social - Partido Popular (identificado como “moderado”), Partido Nacional Renovador, Frente Nacional (identificado como micro-partido radical), Partido Popular Monárquico e Partido da Nova Democracia.»
Esta, uma das várias referências a Portugal, como por exemplo estoutra: «No cenário hipotético de guerra civil e de choque civilizacional que Breivik traça para o futuro - e que teria fim em 2083 (daí o título do manifesto: "2083 - A European Declaration of Independence") - o autor enumera ainda algumas instalações vitais em Portugal, como as refinarias do Porto e de Sines, ambas assinaladas como pertencentes à Galp Energia e identificadas pela produção diária de barris de crude. É igualmente assinalado neste contexto o reactor de pesquisa pertencente ao Instituto Tecnológico e Nuclear.»
É demoníaco o cérebro deste ser minúsculo e desprezível!
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