Algo me chocava em aceitar o acordo ortográfico. Sem qualquer repercussão, é evidente, mas até barafustei.
Melhor ponderadas as razões, lidos e pesados os argumentos, duma e outra banda, tive de me render.
A verdade - realisticamente – é que a língua de Camões, Eça, Pessoa e Aquilino, foi também a língua de Machado de Assis, Bandeira, Drummond e Amado.
E li algures, recentemente - a respeito, exactamente, de um deles – que se esse grande nome das letras em língua portuguesa, o oitocentista, e neto de escravos alforriados, Machado de Assis (creio que era dele que se falava) visse hoje algumas das suas obras publicadas no estrangeiro referidas como traduzidas do brasileiro, que se arrepiaria todo e lhe daria uma coisa má.
Todos eles, no fim de contas, tal como também o autodidacta José Craveirinha, o maior poeta moçambicano, e ainda como Luandino ou Mia Couto, nenhum diria/dirá, como outros vultos que nesse idioma se exprimem alguma vez dirão, que escreveram/escrevem noutro idioma que não o português.
E a verdade é que nós somos uma pequena parcela dos falantes e escreventes na língua de Vieira.
Há que atentar nesta realidade e não nos assumirmos como os “donos” desse idioma.
Não me perturbava nada estar no “contra” acompanhado de Alzira Seixo, antes pelo contrário. Ah, mas estar ali na companhia de V Graça Moura... Incomoda, mesmo. (Vade...)
A propósito, veja: AS 30 LÍNGUAS MAIS FALADAS NO MUNDO
E a título de curiosidade repare-se num caso emblemático em que a um território (país) não corresponde, apenas, uma língua: a Índia onde se falam, pelo menos, 8 idiomas. (Falo de línguas, não de dialectos).
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