domingo, 13 de julho de 2008

SÍMBOLO DA CANDURA

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O pequeno vídeo que hoje trago é uma peça de museu do audiovisual dos anos 60.
Os anos de todos os combates, de todos os sonhos de todas as utopias.
Ele próprio revelador de uma utopia que dentro em pouco seria ultrapassada por uma postura e por excessos de sinal contrário.
Uma candura que ainda se encontrava nesses idos, mas que a adolescência e a juventude de hoje não compreendem, não praticam nem aconselham.
Talvez por isso alguns remetentes deste pequeno vídeo, enviado como anexo ao correio electrónico, alertam, de forma bem expressa: “SE TEM MENOS DE 40 ANOS… NÃO ABRA”, prevenindo choques evitáveis…
Mas a viragem, no que ao amor e sua partilha concerne, ou no que à relação entre géneros respeita, limadas que iam sendo as arestas que os distinguiam, ainda nesses anos ia sendo operada.
No pequeno vídeo, abaixo, a adolescente italiana
Gigliola Cinquetti (nascida em Verona, bem perto de Veneza, a 20/12/1947), com apenas 16 anos de idade, interpreta o grande sucesso que foi Non ho l'età
("Não tenho idade"), aqui captada pela televisão francesa.

Esta sua interpretação foi vencedora, primeiro, no Festival da canção de S. Remo (o festival da canção italiana que se realiza, sem interrupção, desde 1951), de 1964, depois, e no mesmo ano, no Festival Eurovisão da Canção (que se vem realizando desde 1956, ano em que os países participantes eram tão só a Bélgica, França, Rep. Federal Alemã, Luxemburgo, Holanda, Itália e Suíça).
O número de países participantes foi aumentando, sendo 16 na edição do ano de 1963 (ano em que se estrearam Finlândia, Espanha, Jugoslávia).
No dia 21 de Março de 1964, em Copenhaga, na Dinamarca, Lotta Wæver apresentou a 9ª edição do festival que foi ganho por Gigliola Cinquetti, representando a Itália, com a canção "Non ho l'étà".
A novidade dessa edição festivaleira foi a estreia, nela, de Portugal (perfazendo 17 o número de países representantes) com António Calvário interpretando Oração.
(A participação de Portugal e da Espanha originaram, mesmo, nesta edição do “Euro Festival”, um pequeno incidente: um homem, a dada altura, entra em palco com um cartaz em que se protestava contra a presença de representantes das ditaduras ibéricas e apelando ao boicote aos dois ditadores, Franco e Salazar. Enquanto tal sucedia, as atenções dos espectadores foi desviada para o quadro da votação. Entretanto, o homem retira-se e o concurso prosseguiu sem mais sobressaltos. Calvário ouviu assobios, talvez mais dirigidos ao ditador Salazar e à Guerra Colonial do que, propriamente (talvez), à qualidade da sua canção e da sua prestação.)
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