segunda-feira, 5 de maio de 2008

O SIMPÁTICO DECOTE































Não. O mundo não é apenas aquela mancha negra que os media, e algumas aves agoirentas, teimam em apresentar-nos.

Para além da própria natureza (em tantos casos feérica, em imagens ímpares), entre a massa humana encontramos bons motivos para nos alegrar e acalmar nosso
stress.

Nem sempre a moda acompanha os intentos mais naturais e íntimos da mulher - realce da sua beleza (quando ela exista, óbvio) - nem o encanto que o homem dela (moda) espera que nelas se realce.

Não é, de todo, o caso do recente (já nem tanto como isso) decote que, por mais que se vulgarize, não cansa.

E tanto faz falarmos de uma Angelina Jolie, como de uma Alexandra Lencastre, como de uma jovem anónima...
Salvo, sempre, as devidas “distâncias”, é bom sublinhar!

Mesmo os espíritos mais conservadores, entre elas, permitem alguns “pecadinhos”, como um decote moderno.

Na verdade, essa confluência, e até, muitas vezes, um pouco mais que essa mera e bem demarcada linha de convergência dos dois altivos seios da mulher, dão-lhe um encanto diferente, numa repousante (mas discreta, naturalmente) e aprazível imagem...

Não sabemos, nós os homens, se se trata de “vestido
evasé de zibelina de seda, decote bateau com pala e mangas longas bufantes de gazar” – como diria o estilista brasileiro – ou de que outra forma de catalogar a peça se fala. Sabemos, apenas (e elas “sabem que nós sabemos que elas sabem que nós sabemos”) que é uma “gracinha”, inocente e agradável.

Há os decotes que se revelam generosos e com grande exuberância, e os que se apresentam mais discretos.
Mas sempre “simpáticos”.

E quando não é um vestido ou uma
t-shirt que ela vista, mas uma camisa, ela não esquece que a peça deve ser, de preferência, branca, justa, sublinhando bem o corpo, com vários botões estrategicamente abertos!..
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Bom, mas não era só essa simpática moda que eu queria, hoje, abordar no meu apontamento.
Mas algo que ela me fez recordar.

Aqui há tempos (não há muito... decorria a década de 50) tive no meu sétimo ano, como professor de Latim, o Padre Raul Machado.
(Latinista e linguista muito competente, viria, no segundo ano de existência da nossa televisão, 1958, a começar a apresentar, aí, um programa de sua autoria, a que chamou “Charlas Linguísticas”, de vasta e interessada audiência, que espicaçava a nossa cultura. Às Quartas-feiras, salvo erro).







O P Raul Machado, conquanto discreto, era pessoa aberta e nada dado a falsos pudores ou a moralismos bolorentos. Como todos (ou quase todos, já não me recordo exactamente) os padres, nesse tempo, ele usava sempre o seu fato preto e cabeção.
A minha turma (da então alínea E, do 3º ciclo do liceu) convidou vários dos seus professores, do colégio, para um jantar de finalistas. Entre eles o professor de Latim.
Recordo-me do nome de alguns desses professores, mas não me recordo de quais aceitaram estar presentes no repasto. Mas lembro-me muito bem que o P. Raul Machado declinou, muito delicadamente (era um Senhor) o convite. E a dada altura da conversa interpela-nos, ao grupo que, em nome da turma, o convidava, mais ou menos nestes termos: “e então onde vai ser o festim?” Ao que um de nós respondeu: “na Tia Matilde (restaurante então muito concorrido), no Rego”. E, muito pronto, acrescenta o reverendo professor, que até nem era muito dado a brejeirices: “bom, além do mais, além de não poder estar presente, devido a outros compromissos, vejam bem: não me ficava bem, a mim, ir ao rego da ti Matilde!... Ou não acham?”

1 comentário:

aminhapele disse...

Que maldade!
Isto estava a correr tão bem...
Veio o Pe. Raúl e pronto!
O programa segue dentro de momentos...

 

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