segunda-feira, 1 de setembro de 2008

VALSINHA

Todos se lembram do LP (como era ainda novinho, aqui, o Chico Buarque!).
Todos!?!... Os da minha geração e por aí...

Não sugiro aos mais novos (a alguns) que gostam de coisas mais vigorosas, (heavy), ritmos mais ásperos...

Mas para nós é interessante reviver.


Claro que, a nós, a Valsinha reporta-nos aos antípodas do Universo que habitamos: a uma serena tranquilidade. A letra e a música (e a interpretação) são, hoje, absolutamente démodées para quem vive no frenesim deste inferno que é o nosso planeta, por caprichosa e insana vontade de meia dúzia de senhores. São a antítese do espírito desenrascado e pragmático, da vivacidade inconsciente, febril e inócua que caracteriza grande parte das gentes da primeira e segunda idades de hoje.

Infelizmente é marginalizado e grotescamente ridicularizado quem, hoje, entre aquelas gerações, não achar os versos desta "valsinha" uma inqualificável piroseira...

Deixá-los. Soltemos o poeta e o louco sereno que existe em nós!



[A revolução estava em curso,
mas a erradicação do machismo
ainda não acontecera definitivamente.
(Em certas mentes acontecerá algum dia?)
Daí, convenhamos, ainda um cheirinho
a essa tão característica latinidade.]


Recordo e faço o ponto da situação: Valsinha, criação de Chico Buarque e Vinícius de Moraes. Interpretação: Chico Buarque.
Música lançada em 1971 no LP "Construção" de Chico Buarque

Relaxe e oiça. E acompanhe (fica aí a letra):
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Um dia ele chegou tão diferente
Do seu jeito de sempre chegar,
Olhou-a dum jeito muito mais quente
Do que sempre costumava olhar,
E não maldisse a vida tanto
Quanto era seu jeito de sempre falar,
E nem deixou-a só num canto,
Pra seu grande espanto
Convidou-a pra rodar.
.
Então ela se fez bonita
Como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado,
Cheirando a guardado de tanto esperar.
Depois os dois deram-se os braços
Como há muito tempo
não se usava dar
E cheios de ternura e graça
Foram para a praça
E começaram a se abraçar.
E ali dançaram tanta dança
Que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade
Que toda a cidade se iluminou.
E foram tantos beijos loucos,
Tantos gritos roucos
Como não se ouvia mais,
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Que o mundo compreendeu
.
E o dia amanheceu
.
Em paz.
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Nota: não foi intencional, não se trata de recordar o início das hostilidades da II Grande Guerra (nem o dantesco e inominável terror que a acompanhou).
Posso pretender, sim, reforçar um apelo e uma enorme aspiração da grande maioria dos seres humanos: PAZ
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2 comentários:

bettips disse...

Amor e Paz!!! Que significado melhor haveria para VIDA?
"Este nosso jeito de sempre pensar ..."
Abçs

aminhapele disse...

Já hoje dancei uma valsinha.
Por sinal,aproveitei esta...
Obrigado pelo bom momento que me proporcionou.

 

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