Na sua coluna de hoje no Público, sob o título “O que é ganhar um debate”, Miguel Gaspar recordou o recente frente-a-frente que em Oxford, mas do Mississipi, prendeu a atenção de todos os estados-maiores da política mundial. E não só.
Concordo com o jornalista: também não gosto de empates. Nem no desporto-rei, por sinal a “excelência” da indústria nacional. Aí, mesmo que seja a “bolas de berlim”, das proscritas pelo sr António Nunes, empatar é que nunca.
Quando as equipas empatam, no campeonato nacional (ou em expressão mais “in”, na Liga qualquer coisa ilegível, ou Liga Betadine ou doutra qualquer “pomada”), isso só acontece para efeitos contabilísticos do negócio (vulgo classificação). Em termos de análise – aquela que ocupa os horários nobres, e outros mais concorridos, de toda a semana, na generalidade das “televisões”, enquanto, heroicamente, outros canais tratam de minudências como a crise financeira internacional ou, cá na “freguesia”, da questão da oferta de casas pelo poder (autárquico), “ao preço da uva mijona”, a gente endinheirada, mas amiga – há sempre uma equipa que se considera ter soçobrado mais e outra à qual melhor cabia a vitória. (E claro que há aquelas inevitáveis vitórias lidas nos “astros” e ditadas pelo prof Carago).
Voltando ao debate nos States, o que fica na retina e pairando nas mentes, não é o empate apregoado pelos media, mas a tendência recolhida pelas sondagens (as mais credíveis, é óbvio). E esta não deixou dúvidas nem deu azo a empates, antes foi clara no sentido da vitória do Senador do Illinois.
Se estou de acordo com MG no que respeita à fobia dos empates, já não estou de acordo com a leitura conclusiva que faz deste debate: a vitória “à pele” e aos pontos de McCain.
Direi antes, ou que sim, a de Obama, atendendo aos mesmíssimos argumentos por MG utilizados, mas que, na minha perspectiva, fazem pesar o prato para o lado do democrata. Não só porque são, na minha leitura, mais graves os senões do candidato republicano, como porque não vi, na mímica nem na palavra de Obama, as tais hesitações que refere o colunista. Mais: porque qualquer mínima falha ou senão assume muito maior relevo e gravidade num candidato mais experiente do que num menos habituado a estas lides, além de que produz um muito maior impacto nos destinatários das mensagens.
Pior prestação (na SIC) foi a tradução simultânea: não dava para ouvir e entender, direitinho, o que diziam as estrelas do “espectáculo” nem o que transmitiam os tradutores nos bastidores do estúdio.
Mas chegou para perceber que o candidato democrata esteve muito melhor.
O senador democrata continua melhor colocado para a “pole position”.
1 comentário:
Só hoje li a prosa do Miguel Gaspar.
Pareceu-me uma ironia!
Ele diz que,como não gosta de empates,o McCain ganhou seja por um a zero...
Mas,na análise ao debate,ele só nos apresenta ganhos do Obama!
Com uma leitura que me parece correcta,ele ironiza com a conclusão.
Será?!
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