quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

MANOEL DE OLIVEIRA



Manoel de Oliveira responde a Antonio Tabucchi (03.07.2008)

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JRC, no seu blogue PONTEIROS PARADOS, deixou um interessante apontamento sobre Manoel de Oliveira.

Deixei ali um comentário a propósito, que me apresso a transcrever para estas páginas, antes que a festa do centenário do “mestre cineasta” (as palavras são dos entendidos) termine, com a chegada da meia-noite e a entrada do Manoel no seu segundo século de existência.

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«Ponteiros parados.

Não, não é o relógio de Manoel : desse ainda não pararam os ponteiros.
O relógio de Manoel é, por certo, atendendo à sua vetustez, um relógio de corda. Corda essa, do relógio de Manoel, que não deslassa.

Manoel esquece, não os seus, mas os ponteiros do relógio dos seus filmes... Como se foram parados!
Aí, o tempo desliza mais mansamente, num movimento de contemplação de imagens múltiplas e belas, de sentimentos diversos de remansosa suavidade. Num vagaroso andamento de delirante sublinhado de uma paisagem, dum olhar, dum regato e dos seixos da sua margem, duma silhueta. No curso de memória reflexiva de memórias outras, tantas, evanescentes, umas, quantas de eterna recorrência do pulsar de uma vida, da fugacidade de um olhar, da doce dormência de duas bocas que se colam, selando juras inesquecíveis.

Como se foram parados, os ponteiros?
Parados, mesmo, nessa ilusória evasão do tempo.

Ponteiros parados!»


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Parabéns, Manoel!

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