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Recebi há dias um mail daqueles cujo conteúdo faz duvidar da sua existência e da sua veracidade… Mas encontrei-o explicitamente transcrito duma edição do Jornal de Notícias e de uma versão da TSF.
Não dava para acreditar mas, preto no branco, aí estão os textos do JN e da TSF a confirmar.
Será o sistema jurídico islandês mais rígido que o português?
Não sei, mas calculo que não.
O que acontece é que o sistema jurídico islandês não estará inquinado, como está o nosso: frouxidão, compadrio, falta de vontade política e de rigor, corrupção, tudo isto associado a um sistema jurídico moroso e complacente onde, geralmente, o crime compensa.
Quantos indivíduos com idêntico currículo, em Portugal, estão em prisão efectiva?
Quantos foram condenados com condenação efectiva, confiscação de bens a favor do Estado e com a condenação às, geralmente, volumosas indemnizações habitualmente em jogo?
A tradicional complacência dos nossos meritíssimos magistrados que se atrevem a condenar para logo de seguida suspenderem a sentença, ou convertê-la em pena pecuniária, traduzida numa migalha dos seus lucros ilícitos, é por demais conhecida e praticada entre nós!
Prender directores de bancos, ex-ministros, ex-primeiros-ministros em Portugal?
Prender ex-ministros das finanças? Prender um ex-governador do Banco Central? Prender numerosas entidades representativas das elites políticas, financeiras e bancárias? Em Portugal? Hoje? Onde já se viu tal desaforo?
E o respeitinho, submissão humilhante e repugnante subserviência que a nossa idiossincrasia sempre manteve relativamente a quem está em posições cimeiras?
Não: Portugal, nesta matéria sempre foi um charco!
Não há, nem me parece que possa vir a haver a breve ou médio prazo, vontade política para pôr todas estas criaturas em sentido. E a pagar, com língua de palmo.
Eis os dois textos, ipsis verbis, vertidos e identificados na Internet.
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Ex-directores bancários foram detidos na Islândia
Banco Kaupthing foi nacionalizado de urgência em 2008 para evitar falência
Dois ex-directores do banco islandês Kaupthing, nacionalizado de urgência em 2008, foram detidos, anteontem, informou, através de comunicado, o procurador que chefia o inquérito sobre a implosão do sistema bancário da Islândia.
Hreidar Mar Sigurdsson, ex-director do Kaupthing, e Magnus Gudmunsson, ex-director da sucursal do Banco no Luxemburgo, foram, ontem, colocados em prisão preventiva durante sete e 12 dias, respectivamente, anunciou à rádio pública islandesa RUV o procurador encarregado do caso, Olafur Hauksson. A decisão foi tomada ao fim da manhã de ontem por um juiz do Tribunal de Reykjavik.
Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a 10 vezes o Produto Interno Bruto (PIB) do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita.
Os proprietários dos três bancos islandeses - Kaupthing, Landsbanki e Glitnir -, nacionalizados de urgência para evitar uma falência generalizada do país, são acusados, num relatório parlamentar, de terem abusado das suas posições, ao assumirem empréstimos "desapropriados". Sigurdsson e Gudmundsson são os primeiros dirigentes de um dos três bancos a serem detidos.
O procurador investiga entre outros "factos de criminalidade económica, infracção de leis sobre a segurança social, incluindo abusos de mercado, e violações à lei sobre as sociedades".
Sigurdsson, nascido em 1970, dirigiu o Kaupthing de 2003 até à sua implosão e nacionalização, em Outubro de 2008. Com outros responsáveis do Kaupthing, foi acusado de ter emprestado demasiado dinheiro aos principais accionistas do banco, bem como aos seus dirigentes.
(Jornal de Notícias, 08.05.2010)
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Suspeitos de afundarem finanças islandesas começam a ser detidos
Fonte: TSF
Dois ex-directores do banco islandês Kaupthing, nacionalizado de urgência em 2008, foram presos esta quinta-feira. Mas a lista de possíveis detidos envolve mais de 125 personalidades, segundo a imprensa.
Os directores de bancos islandeses que arrastaram o país para a bancarrota em finais de 2009 foram presos por ordem das autoridades, sob a acusação de conduta bancária criminosa e cumplicidade na bancarrota da Islândia. Os dois arriscam-se a uma pena de pelo menos oito anos de cadeia, bem como à confiscação de todos os bens a favor do Estado e ao pagamento de grandes indemnizações. A imprensa islandesa avança que estas são as primeiras de uma longa lista de detenções de responsáveis pela ruína do país, na sequência do colapso bancário e financeiro da Islândia. Na lista de possíveis detenções nos próximos dias e semanas estão mais de 125 personalidades da antiga elite política, bancária e financeira, com destaque para o ex-ministro da Banca, o ex-ministro das Finanças, dois antigos primeiros-ministros e o ex-governador do banco central.
A hipótese de cadeia e confiscação de bens paira também sobre uma dezena de antigos deputados, cerca de 40 gestores e administradores bancários, o antigo director da Banca, os responsáveis pela direcção-geral de Crédito e vários gestores de empresas que facilitaram a fuga de fortunas para o estrangeiro nos dias que antecederam a declaração da bancarrota. Em Outubro de 2008, o sistema bancário islandês, cujos activos representavam o equivalente a dez vezes o Produto Interno Bruto do país, implodiu, provocando a desvalorização acentuada da moeda e uma crise económica inédita.
Em Portugal temos 3 casos a merecer jurisdição idêntica: como é que vai ser o caso JARDIM GONÇALVES versus BCP?
O CASO DO BPN, onde Oliveira e Costa, é que está a servir de “BODE EXPIATÓRIO” e não se fala dos outros.
O CASO DA FALÊNCIA DO BPP, E DO RENDEIRO APARENTEMENTE O PRINCIPAL CULPADO DISSO…
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2 comentários:
Aqui não pode ser!
As elites estavam na cadeia e,para cúmulo,o País estaria em completo desgoverno...
Pequenos casos e grandes casos, burlões, abusos - era preciso uma insurreição ética (palavras de Saramago).
Abç da bettips
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