terça-feira, 4 de janeiro de 2011

OS PÉRFIDOS FILHOS DA PÁTRIA

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Quer dos factos felizes
Como dos nefastos
Trata, sem deslizes,
O nosso Baptista-Bastos


Encara com verdade, abordagem serena,
E num português escorreito,
Por vezes verrinoso, mas da melhor têmpera,
Toda a matéria ou qualquer tema
O prosador meu eleito
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“Ensaio, ficção, cinquenta anos de jornalismo, muitos livros e muitos prémios” não há quem não conheça Baptista-Bastos (BB), um pensador de esquerda de activa verticalidade.

Perante um tema super-abordado, talvez sobretudo no mundo da cibernáutica, ele aborda-o na sua essencialidade e com a dureza que o caracteriza em tais circunstâncias.

Trata os vermes como tais e se necessário deixando-lhes o perfil identificador, como acontece relativamente ao, para ele, protótipo dos vampiros ou sanguessugas do Orçamento do Estado, como quando refere a criatura “com deficiências de fala e escuma aos cantos da boca”, a quem bastou trabalhar durante escassos “seis meses no banco do Estado” para, pelo seu tão prolongado e “denodado esforço desenvolvido” receber “uma reforma vitalícia de três mil e seiscentos contos (moeda antiga)”. (Esclareça-se que do escumante treco de Mira Amaral o tratou com êxito algum neurologista o que o tornou uma criatura menos caricata, mas nem por isso mais aceitável ou exemplar).

E BB põe o dedo na ferida quando põe a jogar o jogo do empurra ou da ganância à volta da gamela do Orçamento os dois partidos da praxe, num rotativismo calculado e conveniente, assim como quando põe em xeque “a péssima qualidade intelectual dos políticos”.

Não perca, pois, um dos particularmente importantes documentos destes tempos de crise (para o povo, não para os eleitos) como é esta peça de BB que bem merece figurar no Apostila: “A PÁTRIA NÃO É DE TODOS”.
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