quarta-feira, 8 de abril de 2009

POPULAÇÕES AFRICANAS, AS ETERNAS VÍTIMAS




Uma chamada da primeira página do Público de ontem rezava:

«A farmacêutica Pfizer vai pagar 55 milhões de euros ao

estado nigeriano de Kano e às famílias das 11 crianças mortas

e das 180 crianças afectadas pelo ensaios de um medicamento,

o Trovan, em 1996.

O acordo entre as duas partes obriga a empresa

a pagar a reconstrução do hospital

onde decorreram os testes.»

Mas, mais adiante, vinha uma melhor explanação do assunto:
«O Estado de Kano, no Norte do país, processou a Pfizer e exigiu uma indemnização de aproximadamente 1500 milhões de euros. Por seu turno, o Governo Federal nigeriano abriu um processo civil de mais de 5190 milhões de euros por danos. O Governo admite retirar as acusações se as negociações em curso entre a Pfizer e o Estado de Kano chegarem a bom porto, revelou a BBC on-line.»

E pouco depois, prossegue a jornalista: «Uma fonte citada pela AFP afirmou que a Pfizer terá de pagar cerca de 26 milhões de euros às famílias das vítimas e 22 milhões de euros para a reconstrução do hospital onde decorreram os testes do Trovan. Os restantes sete milhões destinam-se a cobrir os custos legais suportados pelo Estado do Kano.»

Por fim, Catarina Pereira remata apontando o âmago da questão, em grande parte destas paragens, como é o da apropriação ilegal de fundos por pessoas ou entidades que não são os seus destinatários. A propósito lê-se: «"Existem ainda questões importantes que precisam de ser resolvidas antes do acordo final", disse a Pfizer ao Washington Post. Como impedir a apropriação ilegal destes fundos é um dos pontos a negociar, avançou a Reuters».
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Parece ser de admitir, liminarmente, que as experiências com cobaias humanas terão sido autorizadas ou com conhecimento das entidades políticas da Nigéria!

Aos países do continente africano (às respectiva populações, evidentemente) não lhes basta a sina de serem as mais atrasadas, pobres e discriminadas do planeta. Têm, ainda, em geral, a desdita de terem governos fantoches, desumanos e autocratas que se permitem, como parece ser o presente caso, negociar a vida dos seus governados a troco de gordas compensações monetárias que engrossam o caudal dos seus réditos pessoais, como acima se alude que as entidades pagantes desconfiam.
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Quando é que o mundo civilizado se ergue, com arrasante energia, para destronar e punir estes incivilizados tiranetes sem escrúpulos e sem sensibilidade?
Claro que a exigência primeira a fazer a tais actores é que não tenham telhados de vidro.
Naturalmente!
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3 comentários:

aminhapele disse...

É verdade que são uns tiranetes.Que vivem à grande,deixando o povo na fome e na miséria.
Não podemos esquecer que,grandes organizações "solidárias",levam o nosso dinheiro,com que os "solidários" vivem à grande e,para publicidade internacional fazem o negócio de "ajuda humanitária" com os tiranetes.
E esses "solidários",em nome de tal "ajuda",aparecem todos os dias nos jornais e televisões...
E,geralmente,só pensamos que a "ajuda" foi roubada pelo tiranete.Deixamos o "solidário" de fora!

bettips disse...

...porque é que isto não me espanta e é feito com cobertura total do Ocidente, que por sua vez proíbe testes em animais ... Hipócritas!

Amélia disse...

Impressionante!!! Mas não só os Mugabas de África têm responsabilidade no que se está a passar.
O assunto foi denunciado em "O Fiel Jardineiro", magnificamente adaptado ao cinema. Esperemos que isto também sofra uma viragem com a eleição de Obama. Bush tem a maior parte da sua fortuna aplicada em armamento, laboratórios e petróleo. Penso que não esteja a sofrer com a crise. Guerras e experiências laboratoriais em África eram o seu forte.
Não nos podemos esquecer da fortuna que os laboratórios fizeram com o "Tamiflu" para a gripe das aves!!!!!!!!!!!

 

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