Recordo a palavra sufocada e os gritos dos torturados que ecoavam pela noite às mãos dos carrascos. Como recordo a vigília de tantos, e a dor de muitos mais.
Fremia de revolta a mordaça do pensamento. E arrebatador, mas contido pela força violenta, o ânimo submetia-se, tantas vezes, à necessidade de subsistir. Quando não era a morte que sobrelevava à vontade de resisitir.
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O verbo, quase só utilizado em frases surdas e nas entrelinhas, transmitia uma resistência que um dia havia de quebrar as grilhetas da liberdade, soltando as vozes tão longamente silenciadas.
Tantos marços decorreram,
antes que Abril rompesse no horizonte.
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Mas com a generosidade de muitos, veio também a subversão dos seus detratores e dos ganantes calculistas que do povo se serviram sem o servirem
Mas com a generosidade de muitos, veio também a subversão dos seus detratores e dos ganantes calculistas que do povo se serviram sem o servirem
Abril de abusos tantos,
de desencantos mil
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Abril cujo altíssimo preço estamos dispostos a pagar: porque sonhamos com um país em que um homem só pode ser igual ao outro, em que em qualquer mesa haja pão, em que em qualquer lar possa reinar a felicidade, em que a verticalidade não ceda à venalidade, em que a honra não dê espaço ao oportunismo.
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Abril cujo altíssimo preço estamos dispostos a pagar: porque sonhamos com um país em que um homem só pode ser igual ao outro, em que em qualquer mesa haja pão, em que em qualquer lar possa reinar a felicidade, em que a verticalidade não ceda à venalidade, em que a honra não dê espaço ao oportunismo.
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Abril de mágoas tantas,
mas de esperanças mil.
mas de esperanças mil.
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(PROSEMA postado também, em simultâneo, no N&R)
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3 comentários:
E assim ÉS!
Ainda bem, palavras perfeitas para descrever a vida que desejamos. Para nós, para os nossos filhos, para os nossos netos (tu já vais adiantado!)
Um grande abraço, em Liberdade!
(da Bettips)
Será assim,querido amigo.
Madrugadas de Abril,madrugadas de liberdade.
Abril,águas mil.
Estamos cá para vermos as que faltam.
Um abraço.
Bem pode tirar o cavalinho da chuva. Mas sejamos optimistas:Março, graças a Abril passou para Maio. Não é o ideal, mas é o que se pode arranjar num país como Portugal e quem dá o que pode a mais não é obrigado. Isto não é o que gostaria de dizer mas o que sinto que sou obrigado a dizer.
JR
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