quarta-feira, 22 de julho de 2009

O PRIMARISMO DO INEFÁVEL RÉGULO

imagem, mais uma vez, na montagem cáustica de Kaos

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Não morro de amores (credo!) pelo Prof.
Nem nutro grande simpatia por quem, na realidade, não prima pela simpatia.
Tudo isto desde que (há muito, já) deixei de lhe apreciar o político fio condutor da prosa e o verbo que o sustenta, por se ter tornado no Fernão Lopes deste socrático regime que se proclama de socialista.
(Outra inverdade e falsa promessa do líder).

Ah, mas ontem (no Público), de Vital Moreira até lhe li a prosa longa, linha a linha, e não de viés, como geralmente acontece. É que aborda a questão do régulo da Madeira (como a criatura - Sua Manheza - se imagina), e da sua persistente pretensão de ilegalizar (e o que mais adiante se veria) o comunismo entre nós, opondo-lhe, o Professor, argumentos bem esclarecedores e definitivos. Ou não fora ele um renomado constitucionalista, apesar de tudo!
É que se, noutras áreas do globo, um tal desiderato até poderia beneficiar de alguma complacente atenuante, entre nós tão assanhado primarismo é injustificado e também, e sobretudo, injusto – como muito bem expõe o Prof.

E então, do longo texto destaco este naco, afinal o seu núcleo:
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«A tentativa de alargar às organizações comunistas a proibição constitucional de organizações fascistas (que vem desde a origem da CRP) não pode merecer nenhum acolhimento. A proibição constitucional não decorre de uma interdição genérica de "organizações antidemocráticas", mas sim de uma intencionada condenação da ideologia específica que esteve na base do Estado Novo. O antifascismo está na génese da actual democracia constitucional. Ora, para o bem e para o mal, durante essas décadas negras da nossa história política, os comunistas estiveram na primeira linha da luta da oposição democrática contra o regime, sendo as principais vítimas da repressão fascista. Meter no mesmo saco uns e outros seria misturar num mesmo julgamento político e moral os algozes e as vítimas. Ressalvadas as limitações justificadas por razões histórias ou decorrentes da defesa da dignidade humana (como a proibição de organizações racistas), a democracia liberal deve ser tolerante para com todas as correntes políticas que se conformem com os procedimentos democrático-eleitorais e não se proponham alterar o regime pela força, independentemente dos seus objectivos.
Por conseguinte, a proposta de proscrição do PCP não é somente democraticamente descabida mas também uma demonstração de intolerável sectarismo político.»
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Assim (a por os pontos nos ii) sim.

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