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O velho e astuto barman tem razão, uma vez mais, nesta sua inquietante dúvida.
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in Público SG 31.08.2009/Opinião/Bartoon/Luís Afonso
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Instantâneos. Nótulas do dia a dia. (Algumas, não tão nótulas como isso!...)
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O tempo deste vídeo é de 1min e 12seg e representa o tráfego aéreo de um dia inteiro, as 24 horas de viagens de avião, quer internas quer intercontinentais.
Esta projecção obedece, claro, a critérios predefinidos: assim, cada segundo de filme representa, aproximadamente, 20 minutos reais. E cada pontinho amarelo é um voo com pelo menos 200 passageiros.
Além disso, note que os voos dos EUA para a Europa partem, principalmente, à noite, e regressam de dia, o que a simulação deixa ver claramente.
Por outro lado, pela imagem que o sol imprime no globo, pode-se dizer que é verão no hemisfério norte. E repare-se que nos pólos norte e sul, não se observa a variação solar. Até neste pormenor a simulação é perfeita.
Atente-se, finalmente, na extraordinária intensidade de tráfego, durante o dia, na América do Norte, na Europa e no Extremo Oriente, como a projecção revela.
É um formigueiro impressionante.
Talvez, até, um pouco assustador…
Mas a verdade é que o rigoroso cumprimento das regras deste tráfego e o seu permanente controlo permitem a conclusão, generalizadamente aceite e que as estatísticas confirmam, de que se trata de um meio de transporte, além de mais rápido, dos mais seguros, principalmente se comparado com o rodoviário, que é o mais generalizadamente utilizado.
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A maioria, felizmente, de qualquer maneira, merece todo o apreço e consideração.
Donde o perigo de certas generalizações que por vezes algumas pessoas são tentadas a fazer. E, mais grave ainda, certas pessoas com particulares responsabilidades.
Terminado o ano lectivo, findou, também, a legislatura.
Uma das marcas deste ciclo foi a guerra aberta dos responsáveis da governação pela área da Educação contra os professores. Generalizadamente por eles referidos em termos bem pouco lisonjeiros. E injustamente, como todos sentimos, no que respeita à grande maioria desses profissionais.
Veja-se, pois, uma súmula do “elevado apreço” e da “elevada estima” que a respectiva equipa governamental manifestou por essa classe (esteio fundamental de qualquer projecto de educação em qualquer país):.
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Parece evidente a justa revolta sentida por toda essa classe.
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BOLA AO CENTRO
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Como todas as ditaduras, o Myanmar (nome que a Birmânia passou a ter desde o golpe militar de 1988) não assume a que o governa. E o cúmulo do cinismo, em tais regimes, são certas designações que utilizam, como acontece com o órgão a que preside o seu supremo ditador, general Than Shwe: Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento.
Que se trata de um Conselho para a Paz e o Desenvolvimento revelam-no a história recente do país: basta lembrar a sua atitude de recusa de auxílio mundialmente oferecido, aquando do devastador ciclone do ano passado que vitimou mortalmente 140 mil pessoas e deixou milhões delas privadas de tudo! Como se poderá aquilatar do objectivo de tal conselho com a brutal repressão que exerceu sobre os monges que em 2007 se organizaram numa acção pacífica de protesto contra a tirania de tal regime. Como se pode ajuizar do regime de terror e de trabalhos forçados com que dominam e calam os seus concidadãos.
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..........Aung San Suu Kyi, a bandeira da liberdade do Myanmar (Birmânia)
Dele, do presidente do Conselho para a Paz e Desenvolvimento, se pode avaliar, ainda, tão meritórios objectivos se lembrarmos que tem usado de todos os estratagemas para “calar” a voz de protesto do rosto mais visível de um povo sofredor mas indignado com a privação de liberdade, como é a Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi (1945), ontem condenada a mais uma pena de prisão, forma de a manter afastada do ambicionado processo de democratização do seu país. Sempre, e agora de novo, sob os mais irrisórios e inadmissíveis pretextos. A cena patética e a farsa grotesca que foi (mais) este julgamento de Suu Kyi, minuciosamente desmontado por todos os media, são bem a expressão do desnorteamento de que começam a estar possuídos os carrascos deste oprimido povo.
Bravo, Suu Kyi!
Força, Aung San Suu Kyi!
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Os avanços tecnológicos não param de nos surpreender.
O P-791 da Lockheed Martin é uma aeronave híbrida – um misto de avião e dirigível. Aliás, o formato dele lembra logo um balão dirigível, ou zepelim. Melhor: lembra dois num só, o que lhe dá um ar de aeronave a poder ser confundida com um OVNI.
Digamos que é um zepelim reestilizado.
Trata-se de um conceito que remonta a muitas décadas, mas que só agora está sendo experimentado a uma escala significativa.
O primeiro voo do P-791 foi realizado em 31 de Janeiro de 2008, no aeroporto Palmdale Air Force Plant 42, na Califórnia. O voo tripulado durou cerca de cinco minutos. A aeronave deu uma volta em torno do aeroporto e o voo foi bem sucedido.
O P-791 não faz parte de nenhuma encomenda governamental, mas sim de um projecto de investigação e desenvolvimento independente realizado pela empresa Skunk Works.
A "nave" foi comandada pelo piloto de testes Eric P. Hansen.
Não me parece que, num momento em que a crise aguda que vivemos também se reflecte na aviação comercial (temos assistido ao desaparecimento de grandes e renomadas companhias aéreas), se caminhe em direcção a este tipo mastodôntico, conquanto revolucionário, de transporte.
Mas acredito que seja uma aposta a ter em conta num futuro talvez não muito distante
Curioso é que o P-791 é uma reminiscência dos dirigíveis que cruzavam os ares e os oceanos na década de 20 do século passado.
Recordemos, então, sumariamente, essas máquinas gigantes.
O Zepelim foi um dirigível rígido inventado pelo conde Ferdinand Von Zeppelin na Alemanha.
De formato alongado característico (chamavam-lhe “charuto”),
foi muito utilizado para travessias transatlânticas com passageiros na década de 1930.
Projecto delineado em 1874, foi patenteado em 1895.
Houve vários modelos. .
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Público/ Bartoon (o conhecido cartoon diário em banda, em sede de Opinião) de Luís Afonso