quinta-feira, 6 de agosto de 2009

LOCKHEED P 791

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o Lockheed P 791
(talvez o maior desafio até hoje feito pelo homem à lei da gravidade)

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Os avanços tecnológicos não param de nos surpreender.
O P-791 da Lockheed Martin é uma aeronave híbrida – um misto de avião e dirigível. Aliás, o formato dele lembra logo um balão dirigível, ou zepelim. Melhor: lembra dois num só, o que lhe dá um ar de aeronave a poder ser confundida com um OVNI.

Digamos que é um zepelim reestilizado.

Trata-se de um conceito que remonta a muitas décadas, mas que só agora está sendo experimentado a uma escala significativa.

O primeiro voo do P-791 foi realizado em 31 de Janeiro de 2008, no aeroporto Palmdale Air Force Plant 42, na Califórnia. O voo tripulado durou cerca de cinco minutos. A aeronave deu uma volta em torno do aeroporto e o voo foi bem sucedido.
O P-791 não faz parte de nenhuma encomenda governamental, mas sim de um projecto de investigação e desenvolvimento independente realizado pela empresa Skunk Works.
A "nave" foi comandada pelo piloto de testes Eric P. Hansen.


Não me parece que, num momento em que a crise aguda que vivemos também se reflecte na aviação comercial (temos assistido ao desaparecimento de grandes e renomadas companhias aéreas), se caminhe em direcção a este tipo mastodôntico, conquanto revolucionário, de transporte.

Mas acredito que seja uma aposta a ter em conta num futuro talvez não muito distante


Curioso é que o P-791 é uma reminiscência dos dirigíveis que cruzavam os ares e os oceanos na década de 20 do século passado.

Recordemos, então, sumariamente, essas máquinas gigantes.


O Zepelim foi um dirigível rígido inventado pelo conde Ferdinand Von Zeppelin na Alemanha.

De formato alongado característico (chamavam-lhe “charuto”),

foi muito utilizado para travessias transatlânticas com passageiros na década de 1930.
Projecto delineado em 1874, foi patenteado em 1895.
Houve vários modelos.
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o Graf Zeppelin (LZ 127) sobrevoando a Baía de Guanabara em 25.05.1930
(Foto do livro 100 Anos de República, vol. III, 1989, Ed. Nova Cultural, São Paulo, apud Wikipédia)


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Um deles foi o Graf Zeppelin (LZ 127), fabricado pela Luftschiffbau-Zeppelin GmbH,
na Alemanha.
O seu primeiro voo aconteceu em 1928, ligando Frankfurt a Nova York, e durou 112 horas.
Em 29 de Agosto de 1929, comandado por Hugo Eckener, completou o primeiro voo à volta da Terra,
epopeia que durou 21 dias e durante os quais percorreu 34.600 km.
Tinha 213 m de comprimento, 5 motores, transportava 20 passageiros e cerca de 45 tripulantes.
Quem observasse, de fora, a silhueta elegante e inconfundível do Graf Zeppelin,
não imaginava o conforto que a nave proporcionava aos passageiros:
tinha casas de banho, sala de jantar e estar, cozinha, e salas de rádio e navegação.
O Graf Zeppelin, contava ainda com 10 camarotes, com dois beliches cada um, que confirmavam a fama de "hotel voador".
Claro que não era permitido fumar a bordo.
Nenhum acidente foi registrado com o LZ 127 Graf Zeppelin em cerca de uma década de operação.
Mas após a tragédia com o LZ 129 Hindenburg (abaixo referida),
ele foi desmantelado em 1940, juntamente com o LZ 130 Graf Zeppelin II (que nunca chegou a operar),
e suas estruturas foram utilizadas para a confecção de material bélico na Segunda Guerra Mundial.
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o Hindenburg (LZ 129), foto de 25 de Janeiro de 1936 (Repare-se na bandeira da nave)

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Outro modelo de dirigível já aludido foi o LZ 129 Hindenburg,
construído pela mesma empresa alemã atrás mencionada.
Tinha 245 metros de comprimento e era sustentado no ar por 200 mil metros cúbicos de hidrogénio.
Foi o maior dirigível da história até 1937 e, partindo de Hamburgo,
cruzou o Atlântico a 110 km/h.
Na noite de 6 de Maio de 1937, o gigantesco dirigível Hindenburg
preparava-se para “aterrar” na base de Lakehurst, em Nova Jersey, nos Estados Unidos,
com 97 ocupantes a bordo,
sendo 36 passageiros e 61 tripulantes, vindos da Alemanha,
mas durante as manobras de “aterragem” incendiou-se
e o saldo foi de 13 passageiros e 22 tripulantes mortos
e um técnico no solo,
no total de 36 pessoas.

(fonte deste parêntesis: Wikipédia)
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Claro que dessas máquinas o P-791 apenas manterá a forma. A sua sustentação e a sua deslocação obedecem, hoje, a processos completamente diferentes dos utilizados nos dirigíveis daqueles idos.
Se o projecto for para avançar com a sua concretização, pensando no luxo que eram os seus antepassados este deverá constituir um super-hotel de * * * * * * * deslizante na atmosfera…

Ora veja, então, o voo experimental do P-791:


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(Fonte: Aviation Week apud Aviation News)
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