sexta-feira, 24 de julho de 2009

DOS RETRATOS

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uma velha máquina de “bater chapas”

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Hoje deixo aos amantes dos retratos o, digamos, alfa e ómega da fotografia.
Estou a pensar sobretudo, confesso, no José Ricardo, na Bet e em Carreira Maia que sei serem uns apaixonados dessa arte e que a utilizam com tanta frequência nos respectivos blogues - no
Ponteiros Parados (JR), Bettips (Bet) e A Ver o Mundo (CM).

Claro que para estes especialistas não se tratará de novidade nenhuma, até porque a minha fonte acerca da matéria é a sobejamente conhecida Wikipédia, além de outros sítios da net, inclusive a “Infopédia” da Porto Editora (esta de acesso condicionado a assinantes)

Mas para outros será igualmente uma matéria interessante e provavelmente menos conhecida.

Para estes e para aqueles recordo:

A. Dois franceses merecem especial destaque na descoberta da fotografia: Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833) e Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1787-1851).
Foram, digamos, os pais da fotografia.
Niépce foi o precursor: utilizando elementos da química e da física, criou a heliografia em 1826. Nesse invento ele aliou o princípio da “câmara escura” à característica sensibilidade à luz dos sais de prata. Após a morte de Niépce, Daguerre aperfeiçoou o invento, rebaptizando-o como daguerreótipo (antigo processo fotográfico para fixar numa chapa sensibilizada as imagens obtidas na câmara escura).

Niépce começou as suas experiências fotográficas em 1793, mas as imagens não demoravam a desaparecer. Só em 1824 ele conseguiu obter imagens de maior duração e estabilidade, que não ainda permanentes, mesmo, como viria a ser a célebre imagem tirada da janela da sua casa para o quintal, em 1826, em Le Gras, na comuna francesa de Saint-Loup-de-Varennes, Borgonha, o primeiro caso de uma imagem duradoura ainda hoje existente. O processo (heliografia, assim lhe chamava) demorava oito horas para gravar uma imagem.

Daí, a «View from the window at Le Gras, Joseph Nicéphore Niépce, uncompressed UMN source» (designação oficial).

Curioso é o material em que a imagem foi captada: em betume tratado a óleo, com 20 × 25 cm. Nem mais. (Quem diria, hoje!)
Outra curiosidade é a que resulta do tempo de exposição: os edifícios são iluminados pelo sol tanto pelo lado esquerdo como pelo direito.

Para os especialistas, mais uma informação acerca desta foto:
fonte: Rebecca A. Moss, Director of Visual Resources and Digital Content Lab, via email. College of Liberal Arts Office of Information Technology University of Minnesota (apud “Wikimedia Commons” da Wikipédia)

Eis, pois, a foto:
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a primeira fotografia duradoura ainda hoje existente (Nicéphore Niépce, 1826)

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B. Louis-Jacques-Mandé Daguerre começou por ser pintor e depois cenógrafo teatral de profissão. Entretanto dedicou-se a experiências de óptica, designadamente aplicadas no teatro.
Daí que tenha conhecido Niepce e juntos se tenham entregue a uma série de experiências químicas e ópticas, donde surgiu a primeira imagem fotográfica convencional.
Daguerre e Niepce associaram-se em 1829. E apesar da morte de Niepce, em 1833, Daguerre partilha com os filhos do seu sócio as glórias, distinções e lucros da sua grande invenção o daguerreótipo (1838), o qual consiste num processo químico que permitia obter uma imagem fotográfica sobre um suporte metálico.
A partir daí, Daguerre retira-se, então, “para Bry-sur-Marne onde aperfeiçoa o seu processo melhorando a estabilidade da imagem e diminuindo o tempo de exposição, permitindo assim realizar retratos”.

É assim que surge a fotografia seguinte, «Boulevard du Temple, Paris, 3ème arrondissement, Daguerréotype» (referência oficial)

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primeira fotografia de uma pessoa (Louis Daguerre, 1838)

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Esta imagem da Avenida do Templo, no 3º bairro de Paris, é, pois, a primeira fotografia de uma pessoa.
Trata-se da imagem de uma artéria concorrida e animada, mas atendendo a que o tempo de exposição ultrapassou os 10 minutos, o tráfego é demasiado rápido para se poder ver. Somente aparece o homem, em baixo, à esquerda, porque ficou parado para que lhe engraxassem os sapatos.
Ou seja: apenas são captados os objectos imóveis.

Outros dados acerca da foto:
Data: entre o dia 24.04 e o dia 04.05 de 1838.
Fonte: digitalizada de “The Photography Book, Phaidon Press, London, 1997”. (apud “Wikimedia Commons” da Wikipédia)

C. Por fim, observe-se um trabalho recentíssimo de foto-composição de Ernie, austríaco, tirolês, datado de 17.05.2009: a descolagem dum escaravelho da espécie “cetonia aurata”…

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foto-composição: objecto em movimento (Ernie, 2009)

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Imagem, ainda esta, da “Wikimedia Commons”, da Wikipédia

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Bom proveito e boas “chapas” (ou boas digitalizações, talvez se deva hoje dizer)


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3 comentários:

José Ricardo Costa disse...

É interessante pensar como seria a nossa relação com a História se a fotografia tivesse sido inventada mais cedo. Termos hoje uma memória fotográfica tão intensa de certos factos passados como temos, hoje, dos factos presentes. É tão difícil imaginar uma relação fotográfica com o passado tal como é difícil imaginar uma relação com o presente sem ser fotograficamente.

JR

clickit disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

José RC tem um comentário tal como o pensei.
O cinema também nos aproxima do que foi "passado" e faz-nos a ponte para o futuro ("2001 Odisseia no Espaço" de, incrível, 1968 por ex.!!!)
Obrigada por lembrares, é interessante e eu "perco-me" tanto por fotos antigas como pelas novas.
Abçs da bettips
(fui eu que apaguei acima...)

 

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