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A sra doutora tem uma razoável experiência governativa, designadamente como ministra da Educação e das Finanças. E é uma militante do PSD (há sempre a dúvida, nesta área política sobre os que são genuinamente PPD ou mais liberaloidemente PSD) considerada séria, responsável, honesta. São os adjectivos com que se costuma definir o seu perfil, mesmo portas (do partido) adentro.
Claro que é inevitável classificar de menor verticalidade, de menor sentido de Estado e de cariz algo (pelo menos) oportunista os demais líderes e militantes (ou meros simpatizantes) dessa agremiação. Com os quais a sra doutora terá pactuado, na sua qualidade de autoridade máxima dentro do partido. Do que agora se sentirá arrependida. Ao que, finalmente, estará a mostrar vontade de pôr termo.
É que a sra doutora reúne, agora, um consenso que parece congregar um razoável lastro.
E porquê?
Porque é particular e dramaticamente visível, a todos, que batemos no fundo.
Daí que, muito simplesmente, a sra doutora olhando para as suas hostes, ache que chega de safardezas, que chega de ilusórias atitudes e promessas, como se foram de prossecução do interesse colectivo; que basta de farsa, de mentira e de desrespeito pelo eleitorado e pelo sobrecarregado contribuinte.
A sra doutora volta-se para os seus generais e para as suas tropas e proclama – presume-se: chega, meus amigos! Basta, companheiros! Sejamos verdadeiros, finalmente. Não iludamos mais aqueles que em nós devem confiar: CHEGOU A HORA DA VERDADE.
Tarde, é certo, mas chegou. Talvez ainda estejamos a tempo de dar o nosso contributo de verdadeiro serviço público, pondo em último plano os nossos pessoais interesses, prosseguindo, finalmente, o interesse nacional – quererá dizer, declarada ou implicitamente. E repete: CHEGOU A HORA DA VERDADE.
Não estamos habituados a ela, mas chegou a sua hora – conclui necessariamente.
A confissão da sra doutora é, também ela dramática: nós, os sociais-democratas responsáveis pelos destinos do país, não temos usado de verdade, temos dado prioridade aos nossos (por vezes inconfessáveis) interesses e aos dos nossos amigos – depreende-se da sua expressão. Mas basta: CHEGOU A HORA DA VERDADE.
Mais vale tarde, que nunca, diz a sabedoria popular…
Mas não neste âmbito da política. Daí a pertinência da pergunta: só agora, sra doutora?
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4 comentários:
E têm a capacidade de continuar a enganar muita gente!Mérito deles? Ou demérito de quem se deixa enganar? Responda quem souber.
Infelizmente,talvez por culpa da sociedade,estes casos "tardios" têm vindo a público.
Por exemplo:só agora soubemos do caso de um jovem que há 40 anos andava a ser violado pelos avós...
Não é que fosse cego.Ele foi "cegado" nos miolos.
Felizmente,teve capacidade para voltar a ver a luz e escrever a estoria da sua "cegação"!
Felizmente,no mundo livre em que vivemos(com as liberdades conquistadas pelo Prof.Silva e outros heróis),temos acesso às confissões de muita gente "séria".
Coitada da senhora!
A última vez que tínhamos ouvido falar nela,com as lágrimas nos olhos,foi quando teve que haver a última carga policial:um bando de muitos milhares de vândalos,de rabo à mostra,cantava que não pagava propinas!
Seja qual fôr a côr, as faces do prisma têm sempre a mesma leitura
Pois é....! Eu nunca gostei da senhora e lembro-me bem do tempo em que foi Ministra das Finanças...
De qualquer modo ela anda a apregoar que o futuro, não o dela mas o nosso, só será de verdade com um sorriso de "santinha"! Mas também vejo que o opositor anda a falar tão mansinho e tão queridinho que me faz pensar, não duas vezes, mas uma dúzia....
Sinceramente, estou com muitas dúvidas em relação ao dia 27.
GN
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