Eu posso lá entrar nesses jogos do diz-que-diz?!
Posso lá acreditar nessa cambada de invejosos que vegetam por aí?!
Quer dizer: um indivíduo despede-se da sua rica vida privada... Entrega-se de alma e coração, devotada, desinteressada e ultra-apaixonadamente à causa pública, ao bem da comunidade e... Zás: a comunidade, movida pelos boatos lançados pelos reles jornalistas de sarjeta, desata a inventar cobras e não sei quantos lagartos acerca de impolutas figuras públicas, de mais que reconhecido mérito...
Não pode ser.
Assim não vamos a lado nenhum.
Temos de acreditar em quem nos governa, em quem vela pelo nosso progresso e bem estar... Eles que de tudo se privam!
Não digo acreditar cegamente, qu’as nossas 37 diopterias sempre dão para descortinar um bocadinho...
Todo este chinfrim, porquê?
Qu’a autarquia lisboeta dava emprego a mais de duas centenas de assessores. Entre eles a 63 desses especialíssimos, empenhadíssimos, competentíssimos e indispensáveis conselheiros só à conta do presidente.
Hoje ouvi, na rádio, que afinal... (Bahhhhhhh!!!!!) não eram 63 mas sim 49 os assessores imprescindível e inadiavelmente contratados por Carmona.
Gente mais mesquinha!
Que tristeza de mundo este em que mal nos podemos mover...
(Cambada de piolhosos!) [Que Deus me perdoe]
63 eram muitos? Serão 49, porventura, demais?
É preciso estar muito longe da realidade para não entender o que entra pelos olhos dentro de qualquer pessoa bem intencionada e minimamente sensata...
Os mais de duas centenas de assessores são de indiscutível interesse e necessidade para a res publica!
Os milhares e milhares de euros que eles arrecadam (a competência, a permanente disponibilidade – 24 sobre 24 h -, a dedicação, o empenho, o precioso Know how, acaso têm preço?), além de serem uma gota no oceano dos encargos da administração municipal, trazem à comunidade enormes e inenarráveis dividendos...
Mas... E mesmo que não foram uma gota! Mesmo que representasse grande soma! Desperdício é que não. Nunca. Eles sabem bem que é o nosso dinheiro que está a ser usado. E escrupulosos como são só o podem gastar se preciso for para bem de todo nós...
É preciso ter muita má vontade para não enxergar isto!
Só um exemplo. Um basta.
O sr ex-presidente da autarquia é um conhecido motard. Com óbvias responsabilidades nesse mundo...
Atão ele tem lá sobra de tempo que possa dispensar aos assuntos da sua mota?
Não será legítimo, diria mesmo que imprescindível à comunidade, que alguém olhe pela manutenção, pelo escape, pelo carburador, pela performance da sua mota?
E, se calhar, há algum ingénuo que cuide que um assessor, para tão magno assunto, chega!
Não me conformo com a mesquinhez dos (ora uns ora outros) fomentadores de calúnias e maledicências.
E, como se não bastasse, vem ainda o supremo magistrado da pátria incutir-nos, perorar indignação!
Como se ele não tivesse sido um outro exemplo de vítima na matéria... De contidos gastos!
Mas, na última das instâncias, vamos lá supor que há uns gastozitos para além do que é exigível... E depois? Será alguma coisa demais?
Mas atão, e os amigos? Não é nas ocasiões que se conhecem e avaliam? E os filhos deles, duns e doutros? E até os enteados, que os há às carradas? E os primos? E os afilhados? E os compadres? E os amigos de todos eles? E os favores que se devem? E os favores que se pretende garantir?
Valha-nos Deus!
É de uma revoltante falta de consideração.
Assim, não! Com gente tão mesquinha que tudo critica, sem o mínimo de fundamento e muito menos de razão... É difícil!
Mas pronto: vamos lá à última concessão: estão-se a aproveitar um bocadito... É capaz de haver um ou outro exagerozito...
Mas e então? E os outros?
Ou não poderá chegar a vez deles?
Não é verdade que estamos numa democracia?
Homessa!
Pronto, lá vem a ladainha do costume. A do mexilhão e por aí fora.
Que somos nós é que pagamos tudo... E mais não sei quantos...
Pelas alminhas! Atão quem havia de ser?
Quando aprenderemos a ser resignados?
E, acima de tudo, AGRADECIDOS?!
Puxa!!!...
Assessor (política): “espécie que germina, vegeta e se multiplica, sobretudo em épocas de crise, de vaga e difusa competência, de rogeiro e quase tão enciclopédico conhecimento, mas de garantidamente nula eficácia no aconselhamento de toda e qualquer matéria; contudo, de lauta remuneração”
anónimo – pregoeiro do Borda dÁgua