incrível! espantoso! |
Do alto do seu altíssimo pedestal, do alto do seu imenso saber, da sua vasta cultura, da sua ultra-sensibilidade, da sua inenarrável sensatez, da sua irrepreensível moralidade, da sua verticalíssima ética, da sua irrecusável humanidade, do seu poder (órgão de soberania, não esquecer) o meritíssimo conselheiro relator lavrou, e o colectivo sentenciou, por forma que o rude, decrépito e destrambelhado mundo que anseia paz, respeito pelos direitos humanos, e que, em insistente prevaricação, aspira ao direito e protecção das crianças... A esse mundo de irrealistas e insólitas criaturas se dirigiu sua excelência, o meritíssimo relator...
E disse:
PRIMO. Senhores juízes dos tribunais de primeira instância: nada de ousadias! Nada de perversas conclusões jurisprudenciais que não respeitem ancestrais e respeitabilíssimos intentos dos SENHORES!
SECUNDO. Senhores Pedófilos: os Vossos mais virtuosos e avisados modelos aconselham a que tenras criancinhas (imagino o apetite) devam ser poupadas à vossa natural e saudável voracidade!
Mas crianças... Sei lá!... De doze, treze anos... É “fartar vilanagem”, como soe dizer-se.
Não se coíbam. Não hesitem. Força. Ao ataque!
Mesmo que tenham de exercer uma ligeira violência (entendem, não é? Não é preciso matar)... Compreende-se!
Elas que se defendam... ou que aprendam a gostar.
Que mais podemos fazer por elas?
TERTIO. A respeitabilidade que a nossa longa carreira e provecta idade nos acarretam, não queremos que se quede pelo seu proverbial cariz. Antes queremos que se construa com acertadas e justas decisões em favor da humanidade. Como a presente.
Assim acordaram os deste Supremo Tribunal.
E todos os venerandos conselheiros assinaram cegamente (talvez, algum, com alguma ligeira hesitação) o presente aresto.
FINIS. AD AETERNAM MEMORIAM
2 comentários:
Até o Dr. Campos deu razão ao Supremo!
Estabeleceu a idade mínima para "taxa moderadora"!
Grande justiça!
Grande saúde!
Aos meritíssimos,com a devida vénia...
O Zé Luís conseguiu expressar excepcionalmente toda a indignação que vai na sua alma e também na minha sobre este caso.
Um grande abraço
Amélia
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