(Pesam quilos no Meu querer
as salas de espera de Mim.
Tu chegas sempre primeiro...
Eu volto sempre amanhã...
Agora vou esperar que morras.
Mas tu és tantos que não morres...
Vou deixar d'esp'rar que morras
- Vou deixar d'esp'rar por mim!)
- (excerto d’ A Cena do Ódio,
de Almada Negreiros,
dito por Mário Viegas)
Foi, há 11 anos, na SG 01ABR1996: morreu, com 47 anos, o grande actor-“diseur” Mário Viegas, divulgador de poesia e das principais dramaturgias.
Dizia, magnificamente, poemas.
Mas A Cena do Ódio marcou-me particularmente.
Ouvi-o, algures, no tempo - não sei bem, mas creio que em 1975 ou 1976.
Na rádio.
O que eu procurei por ele!
Só encontrava fragmentos, excertos, pedaços.
Não o poema na sua globalidade. Escrito.
Em boa hora José Niza produziu um disco, em meados de 1976, que incluia este soberbo, denso e forte poema!
E quanta força tinha o actor-“dizedor-de-poesia” a recitá-lo!
Em boa hora, também, O PUBLICO celebrou os dez anos do passamento do artista insigne surpreendendo-nos com a magnífica colecção “Mário Viegas – Discografia Completa”.
São doze livros, com CD incluso, com os poemas por ele ditos.
Que reconforto!
Quer ler o poema de Almada? Então veja no APOSTILA. Mas aviso, já, que é longo (13 páginas). Mas soberbo!
Esmagador, como só um Almada – homem de múltiplas artes, além de escritor – sabia escrever. Como só um Viegas – actor de múltiplos recursos, além de encenador – sabia dizer.
Leia, e conte-me. Se tiver e puder ouvir... Melhor ainda.
2 comentários:
Um excelente post! Mário Viegas, um dos grandes do nosso teatro! Infelizmente esquecido. Gostava tanto dele!
Beijinhos
Enquanto houver pessoas como tu, JL, ninguém que valha a pena ficará esquecido...
Mas é preciso escrever, os que têm talento para o fazer, como tu, como a "minha Isabel" que me antecede...
JL... temos de falar no quintal, como diz a minha madrinha Bettips (não sabias?)Um beijo recalcitrante.
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