quarta-feira, 25 de abril de 2007

REFLEXÃO - 2

(imagem parcial da apresentação do site
do Centro de Documentação 25 de Abril
da Universidade de Coimbra)

(o CD que me releve o entorse da imagem... Mas que esperar de uma "reprodução" de um "artista" que nem eu?...)




Foi hoje, nesta QA 25ABR07.

O Zé Ribeiro não me deu autorização para divulgar a sua correspondência particular.
Está certo. E poderia parecer que tinha razão.
Puro engano, no entanto.

Primeiro, porque o que estou a divulgar é correio meu.
Depois, porque não é proibido nem errado divulgar património colectivo, como a carta do António Cardoso Pinto, que não conheço, mas de quem já sou admirador e amigo.

Como se não me bastassem os textos do próprio Zé Ribeiro para me fazer estremecer interiormente!...
Vai daí, manda-me outros, como agora o A. Cardoso Pinto!

É um provocador inclemente, o Zé Ribeiro!
Mas eu perdoo-lhe.

Olhe, ZR!

“Venham mais cinco!”!

E não só neste “vinte e zinco”!



Esta é a resposta ao mail do Zé Ribeiro.

E, então, o mail era assim, sem tirar nem pôr:


Fwd: ... acariciemos um livro! Caixa de entrada


17:58 (1 hora atrás)

Caro Zé Luís,

Reenvio este texto do António Cardoso Pinto, que acho bonito, com mais um grande abraço do,

Zé Ribeiro




----- Original Message -----
From: António Cardoso Pinto
To:
Sent: Seg Abr 23 19:48
Subject: Fwd: ... acariciemos um livro!




LIVRO

O mundo da sabedoria do mundo.

Nas suas linhas abre-se a vida e, quantas vezes, nas entrelinhas o coração, as lágrimas ou o sorriso.
Companheiro do lazer e, também, da solidão.
Saímos de casa juntos, dedos e páginas entrelaçados, atravessando ruas, calcorreando passeios até ao banco do jardim ou à mesa do café. E, ali, ficamos: acariciando, sublinhando, anotando, virando páginas e páginas de sentidos sentires. Outros olhares, outras filosofias, outros cantos e paisagens. Outros caminhos deste mundo tão repleto de emoções que, muitas vezes, em nós, permanecem na releitura do nosso olhar interior, agitando águas, em nós, paradas.
Basta, tão só um pensamento, um simples pensamento reflectido numa frase ou, num poema. Bastam, por vezes, meia dúzia de linhas apenas, entre vírgulas, pontos, interrogações ou exclamações, para tocarem a nossa alma. E há livros que afectuosamente nos tocam, para sempre!

... seduzem-me os livros abertos
e os olhos ardendo de palavras e sinais ...

Um dia
incendiaram a biblioteca de Alexandria
e o mundo ficou mais pobre.

Um dia
alguém gritou: “morra a inteligência!”
Unamuno e a Espanha sofreram por isso.

Um dia
mandaram matar o escritor e queimar o seu livro
o mundo leu o livro e protegeu o escritor.


Todos os dias há livros
à distância dum gesto.


Felizmente!



BOM DIA!

António Cardoso Pinto

2 comentários:

Meg disse...

Seduzem-me os livros, abertos, fechados, já lidos, ainda para ler,TODOS OS LIVROS mas... detesto livros encadernados, em prateleiras montados, novinhos, limpinhos, brilhantes, coloridos, "ENFEITANTES"...
Parabéns pelo teu sentir, que é o meu também.
Um abraço, MV

Jorge P. Guedes disse...

Apesar de hoje muito "vinte e zinco", valeu a pena o "vinte e cinco".

VIVA ALIBERDADE!

UM ABRAÇO.

P.s. - Livros em roupinha de festa, não, obrigado. Também gosto deles a cheirar a papel, não a perfume!

 

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