quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AS PEQUENAS HISTÓRIAS DA CRISE


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Recebi por email e reencaminho desta forma que é a maneira de chegar a mais leitores do que se enviar ao habitual grupo de amigos.
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DN 30.09.2010 / Opinião / Coluna: Um ponto é tudo
A medidazita que faltou
por FERREIRA FERNANDES
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É vogal de uma dessas entidades reguladoras portuguesas - insisto, não é ministro de país rico, é um vogal de entidade reguladora de país pobre - e foi de Lisboa ao Porto a uma reunião. Foi de avião, o que nem me parece um exagero, embora seja pago pelos meus impostos. Se ele tem uma função pública é bom que gaste o que é eficaz para a exercer bem: ir de avião é rápido e pode ser económico. Chegado ao Aeroporto de Sá Carneiro, o homem telefonou: "Onde está, sr. Martins?" O Martins é o motorista, saiu mais cedo de Lisboa para estar a horas em Pedras Rubras. O vogal da entidade reguladora não suporta a auto-estrada A1. O Martins foi levar o senhor doutor à reunião, esperou por ele, levou-o às compras porque a Baixa portuense é complicada, e foi depositá-lo de volta a Pedras Rubras. O Martins e o nosso carro regressaram pela auto-estrada a Lisboa. O vogal fez contas pelo relógio e concluiu que o Martins não estaria a tempo na Portela. Encolheu os ombros e regressou a casa de táxi, o que também detestava, mas há dias em que se tem de fazer sacrifícios. Na sua crónica nesta edição do DN, o meu camarada Jorge Fiel diz que o Estado tem 28 793 automóveis. Nunca perceberei por que razão os políticos não sabem apresentar medidas duras. Sócrates, ontem, ter-me-ia convencido se tivesse também anunciado que o Estado passou a ter 28 792 automóveis.
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Na verdade, o novo-riquismo e o provincianismo de muitos dos nossos políticos não os deixa abdicar das suas mordomias que sabem deixar boquiabertos e com uma ponta de inveja os seus mais próximos, seja família, sejam amigos, sejam pares em quaisquer instituições!

Não é, em grande medida, o sentido de Estado nem o de serviço público que preside à sua escolha e nomeação, mas antes o servilismo perante o chefe e o cartão do partido (o que em muitos casos também esteve na base da promoção do próprio chefe – ou seja, em grande parte dos casos, foi um igual, rigoroso e isento critério baseado na “competência” e noutros exigentes valores que conferiram aos medíocres uma irrecusável promoção)

Que há que esperar de gente desta massa?
A inevitabilidade e a aceleração do processo de decadência (de falência?) do país.


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