sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O ESTILO "PAROLO-FÚNEBRE" NO SEU AUGE




«Quando passar numa das principais artérias da cidade de Lamego, não vai precisar de muita atenção para esbarrar numa original placa. Não se trata de um escritório de advogado, ou um consultório médico, nem mesmo de um gabinete de contabilidade, mas sim da novíssima profissão liberal de, imagine lá... deputado!! A mediocridade não enxerga além de si mesma, já dizia Doyle e, antigamente este tipo de pessoas recebiam apropriado adjectivo mas hoje, ainda que tal aconteça pouco lhes importa... já perderam a noção do ridículo e a vergonha!» (lê-se em múltiplos emails que circularam na net).


Confirmei a história no Público, edição online de há semanas, mais precisamente de 28.09.2010, numa local da jornalista Sandra Ferreira. Artigo a que, na net, só têm acesso os assinantes do mencionado tipo de edição desse jornal (meu caso), e que aqui acompanho.

Aí se refere a onda caricata, lerda e ridícula que, acerca de tal placa, enxameou os jornais locais, a Internet, a blogosfera e até o Facebook! É aí, em todos esses meios de comunicação, que se diz ter o assunto sido tratado como sendo de estilo "parolo-fúnebre" – lê-se naquele diário.

O pobre do deputado, de comprovado gosto mais que duvidoso, ficou apavorado, imagino, pois considera (lê-se no mesmo periódico) e lamenta que foi alvo de um "ataque feroz".

Pudera! Pois se o sujeito não se enxerga…

Na sequência dessa “algazarra” de farto gozo, o sr deputado resolveu substituir a placa por uma outra onde apenas consta o seu nome.

Deixando assim à imaginação de cada um o atributo ou a função que se presume dever acrescentar-se ao nome. (Nalguns casos essa imaginação deve traduzir-se em termos muito curiosos e piadéticos).

Se o estilo “parolo-fúnebre” pagasse imposto, só por este caso o fisco não apuraria grande soma (a menos que aquele fosse – como deveria ser – muito elevado).

Mas não. Os casos repetem-se em número tão elevado que, mesmo em valor mais modesto, o referido imposto constituiria uma riquíssima receita.

Num país, como o nosso, de raízes e tradições cristãs, este gozo da populaça traduz um fraco pendor de caridade!...

Ou, noutra perspectiva, independentemente de tais raízes e tradições, nem é tanto o estilo provinciano que é motivo do comentário mordaz e de gozação, mas o bacoco e pacóvio…

Paz ao seu espírito! (Embora a não mereça por mor da sua petulância, conquanto saloia!)




1 comentário:

Anónimo disse...

Cada vez fico mais preocupado com o rumo que levamos. Com gente desta, não admira que estejamos num buraco mais fundo do que o dos chilenos. A diferença é que eles sairam de lá, e nós, não sei se não nos estamos a enterrar mais.

 

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