.
José Vítor Malheiros (JVM) é um dos colunistas que mais aprecio no Público.
Se até de um assunto de pouca e trivial importância é capaz de nos oferecer uma boa peça jornalística, quanto mais de uma matéria que nos dá tratos à imaginação, como este inferno da situação em que nos colocaram… Que é o caso da sua coluna de hoje que se intitula «As pensões douradas da oligarquia» cujo lead reza: «Usar a Segurança Social para que uns milhares de privilegiados possam manter hábitos de luxo é imoral», e em cujo texto, mais abaixo, explica (a enumeração é da minha lavra): «A imoralidade é clara. 1) Não é admissível que, no contexto actual de cortes salariais, apenas seja objecto de um corte de dez por cento a parcela do cúmulo de pensões que exceder 5000 euros. 2) Por que não se faz então a mesma coisa com os salários? Trata-se apenas de mais uma borla oferecida à oligarquia. 3) Não é admissível que se garanta tão repetidamente que estes cortes apenas vigorarão em 2011, quando a mesma garantia não existe para os salários. 4) Não é admissível que sejam proibidas as acumulações de pensões com salários do Estado mas se permita a acumulação de salários privados com pensões públicas. 5) Finalmente, não é admissível que essa proibição não abranja aqueles que já beneficiam neste momento dessas acumulações e que apenas atinja os futuros pensionistas.» Donde a conclusão constante do destaque acima referido: «Já se sabe que tudo isto representa apenas uns poucos milhões. Mas usar a depauperada Segurança Social para que uns milhares de privilegiados possam manter hábitos de luxo é imoral.»
Como logo se vê, a imoralidade do Orçamento aqui tida em conta é apenas - e em parte, creio – a que se prende com o uso e abuso dos fundos da “depauperada Segurança Social”. E não consiste apenas num ponto, mas em cinco, o motivo do nosso desespero e justa revolta nessa matéria, como decorre do texto atrás exposto.
Os “afilhados”, resultantes do nepotismo, e os boys, todos com os obscenos, escandalosos e inexplicáveis proventos das suas igualmente escandalosas sinecuras estão a pôr em causa e em risco os parcos ou magros rendimentos da grande maioria da população.
Até quando?
.
.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário