.
.
A crise envolve-nos a todos. Mas atinge mais uns do que outros. E transtorna mais a vida de alguns que, já de débeis condições, ficam muito mais carenciados.
É o que acontece no relato seguinte: Manuel António Pina, na sua coluna Por Outras Palavras do Jornal de Notícias de10.03.2009 deixa-nos à beira de um solidário desespero atendendo a uma gravíssima e dramática situação de que deixa um comovente e desesperante exemplo.
O estado de alma que nos transmite é de um realismo bem doloroso, de uma ansiedade incontrolável, tudo em consequência de uma situação – mais uma - a todos os títulos injusta, revoltante e insuportável.
Isto para que avaliemos, não situações abstractas – como tantas descritas genericamente e que não conseguem mobilizar a nossa mínima compaixão, como a de alguns pelintras e calaceiros, como são a generalidade da populaça, que recebem a pensão ou o vencimento mínimos e outras mais que suficientes benesses, mas os casos concretos dos que vivendo em condições já de si muito dificultosas ainda são penalizados com cortes vultosos, clamorosamente violentos e injustos.
Senão vejamos:
«Os novos pobres
A crise quando chega toca a todos, e eu já não sei se hei-de ter pena dos milhares de homens e mulheres que, por esse país, fora, todos os dias ficam sem emprego se dos infelizes gestores do Banco Comercial Português que, por iniciativa de alguns accionistas, poderão vir a ter o seu ganha-pão drasticamente reduzido em 50%, ou mesmo a ver extintos os por assim dizer postos de trabalho.A triste notícia vem no DN: o presidente do Conselho Geral e de Supervisão daquele banco arrisca-se a deixar de cobrar 90 000 euros por cada reunião a que se digna estar presente e passar a receber só 45 000; por sua vez, o vice-presidente, que ganha 290 000 anuais, poderá ter que contentar-se com 145 000; e os nove vogais verão o seu salário de miséria (150 000 euros, fora as alcavalas) reduzido a 25% do do presidente. Ou seja, o BCP prepara-se para gerar 11 novos pobres, atirando ainda para o desemprego com um número indeterminado de membros do seu distinto Conselho Superior. Aconselha a prudência que o Banco Alimentar contra a Fome comece a reforçar os "stocks" de caviar e Veuve Clicquot, pois esta gente está habituada a comer bem.»
Bom, e já agora o governo que se acautele e se não meta com essa numerosa classe de necessitados e infelizes marginalizados, pois que se essa multidão se lembra de reagir e protestar, essa larga convulsão social pode trazer-lhe graves problemas, se não mesmo a sua queda!
.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Há muitos anos atrás,para tratar de sem vergonhas,havia uma receita infalível:uma garrafita de oranginaC,com um bocadito de gasolina,uma rolha por onde se enfiava um trapo,e pronto.
Era só chegar o lume à mecha...
(Por razões óbvias,a receita está incompleta)
Enviar um comentário