domingo, 3 de outubro de 2010

DE SINDICALISTA A PATRÃO DE PATRÕES

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António Saraiva

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No último Prós e Contras – ainda uma vez mais sobre a grave situação do nosso país – após uma intervenção de Carvalho da Silva, vigorosa mas realista, firme, mas elevada – é convidado pela moderadora a intervir o presidente da CIP. E António Saraiva, a quem uma campainha lá no seu cérebro fez recordar outros tempos lança com o ar mais sereno: o sr secretário geral da CGTP não resiste à mobilização do conflito – expressão que se não é literalmente fidedigna na sua totalidade é-o por defeito, que não por excesso, sendo certo que este segmento de trecho é realmente fidedigno e traduz, em absoluto, o espírito da sua afirmação.
É que “António Saraiva era olhado como um "perigoso sindicalista" quando, em tempos, regressou ao seu posto de trabalho na secção de planeamento dos escritórios da Lisnave, deixando o furacão dos estaleiros da Margueira, em Cacilhas.
Mas depois teve uma progressão social no campo oposto onde, além de empresário na indústria metalúrgica e metalomecânica, pois é presidente do Conselho de Administração da Metalúrgica Luso-Italiana, António Saraiva, de 55 anos, é o presidente da AIMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, e desde 7 de Janeiro de 2010 é o presidente daquela associação patronal.
Carvalho da Silva, naturalmente, nem reagiu, de imediato, à picardia do Sr Saraiva, mas quando lhe foi dada novamente a palavra não deixou de, olhos bem nos olhos, lhe dirigir uma palavras desmontando tal raciocínio e expressão (os mesmos de todos os restantes parceiros do presidente da CIP – os tais que falam de cassetes) com um discurso de dura verdade e absoluto rigor.
António Saraiva, a verdade, é que ficou meio entupido.

Curiosamente, o povo para reais (ou supostas, pelos visados) situações de certas ascensões sociais, sobretudo quando vindas de estratos mais baixos, tem uma expressão arrasadora: “não peças a quem pediu nem sirvas a quem serviu”.
De algum modo a presente situação é algo semelhante àquela: os maus velhos tempos foram esquecidos. E quando (em privado, claro) falam do povo é com um acinte a um tempo de desprezo e de desdém.

A matriz deste perfil é muito bem conhecido do povo, conquanto a sua boa-fé o leve a, por vezes, continuar a deixar-se enganar.
Até quando?

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1 comentário:

aminhapele disse...

Já há muito que não tenho pachorra para ver os prós e contras.
Confesso que também não gosto da apresentadora.
Mas temos imensos saraivas neste país.Uns mais notáveis que outros,uns em liberdade outros fugidos no estrangeiro.
Até temos uma sindicalista a Ministra do Emprego...
A progressão na carreira de "sindicalista" atinge o topo quando eles conseguem chegar à categoria de "patrão".
A verdade é que,esses,nunca foram sindicalistas!

 

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