quinta-feira, 12 de julho de 2007

ALGUMAS DAS MARAVILHAS DO MUNDO

imagem sacredsites
Angkor Wat
(A campeã que ficou fora do podium)
Embora, juntamente com o morro do Pão d’Açucar, o Cristo do Corcovado constitua o ex-libris da cidade do Rio, a verdade é que a estátua (38 m) do Redentor está muito longe, na minha opinião, de constituir uma das maravilhas do mundo. Só mesmo um poderosíssimo lobby (matéria em que os brasileiros não são aprendizes) podia tê-lo guindado a uma tal distinção.
Pena que os critérios de selecção não tenham sido mais rigorosos, mais isentos, mais de acordo com “a verdade” (artística e científica).

Como tantos cidadãos do mundo, também votei.

A minha escolha recaiu sobre: Acrópole; Angkor; Chichen Itza; Coliseu de Roma; Hagia Sophia, Ópera de Sydney e Taj Mahal.

Votei, assim, nos monumentos que mais me impressionaram, no respeitante a cinco deles.
E apenas baseado em informação alheia, em dois: ópera de Sydney, monumento de rara e impressionante beleza arquitectónica, projecto de Jorn Utzon, que o abandonou em 1966, foi inaugurado em 1973. Mais que símbolo da cidade mais cosmopolita da Austrália, Sydney, é bem um dos mais marcantes ex-libris do país.

Sydney fez parte da viagem programada para este ano,
e recentemente levada a efeito, pelo grupo em que,
com o objectivo de conhecer um pouco da nossa “aldeia global”,
me integro há já bastantes anos, mas que, desta vez, não me foi possível acompanhar.


E o outro foi o conjunto de Angkor Wat
(onde espero que, ultrapassados pequenos problemas de saúde, para o ano possa visitar).


Reconheço que para votar no Taj Mahal é preciso ter tido a experiência de o visitar e de lhe conhecer a história.
Pode parecer um “palácio” como tantos. Que não é.
É um mausoléu monumental mas de linhas sóbrias. Todo construído em mármore branco.
Desconhecem-se os nomes do arquitecto que planeou tão grandioso projecto e dos milhares de artífices que o ergueram e nele deixaram a sua arte. Mas sabe-se que foi mandado construir pelo imperador mongol Shah Jahan, muçulmano de religião e de cultura persa, naquele local (Agra), então capital do reino (hoje, na Índia, a cerca de duzentos km da capital, Nova Deli). Em memória da sua favorita, de entre as mulheres do seu harém, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A jóia do palácio"), que morreu de parto, com 39 anos, ao dar à luz o 14º filho de ambos, em 1631.
O mausoléu, hoje fazendo parte do Património Mundial da UNESCO, foi construído em cerca de 20 anos. Na sua construção e decoração foram utilizadas as maiores riquezas até então conhecidas no mundo: “o mármore fino e branco das pedreiras locais, Jade e cristal da China, Turquesa do Tibet, Lapis Lazulis do Afeganistão, Ágatas do Yemen, Safiras do Ceilão, Ametistas da Pérsia, Corais da Arábia Saudita, Quartzo dos Himalaias, Ambar do Oceano Índico”.
Na penumbra de uma cripta, “a câmara mortuária está rodeada por finas paredes de mármore incrustado com pedras preciosas que forma uma cortina de milhares de cores.” A cúpula esplendorosa, que remata o monumento, está rodeada por quatro cúpulas mais pequenas, e nos extremos da plataforma sobressaem quatro minaretes que foram construídos com uma pequena inclinação, para que em caso de desabamento, nunca caíssem sobre o edifício principal.
Enquadramento magnífico, como se deixa adivinhar, e a previsão dos mais pequenos detalhes, como se vê.

O mausoléu poderia, à primeira vista, parecer mais um de tantos e tantos monumentos, não fora a sua história e o inebriante espectáculo que é o reflexo do Sol nascente naqueles mármores brancos que o revestem. A cambiante de matizes que o, então (à aurora), translúcido mármore nos oferece, é de indiscritível espectacularidade, raríssima e inesquecível beleza.
Como é referido também (e esse não a cheguei a constatar) o extraordiário encanto que é o reflexo do luar nos mesmos mármores.

Doente e saudoso da sua amada, o imperador foi afastado do trono por seu filho Aurangzeb, que o encarcerou numa fortaleza, em 1658. Dessa fortaleza, situada numa colina, sobranceira e não muito distante do mausoléu da sua amada, o imperador podia contemplá-lo directamente ou, segundo a lenda, através do reflexo de um espelho que tinha sempre à sua mão.

A aura romântica de um amor eterno, que lhe subjaz, cruzado com inevitáveis lendas, tem atraído milhares e milhares de turistas ao local.


Voltando a Angkor, compreendo que tenha sido com um certo alívio que as autoridades cambojanas viram a sua rara preciosidade, a cidade templo e mais importante monumento do império Khmer, ser afastada do podium das sete maravilhas do mundo da actualidade, recentemente votadas. Contando, já, com assinalável número de visitantes, o famoso complexo de Angkor, o maior templo sagrado do mundo, ainda em fase de restauração, talvez seja poupado a uma mais avassaladora e poluidora avalanche de turistas. Quem sabe se, mesmo, à sanha rapinadora e destruidora de certos vândalos (sendo que alguns se revestem, mesmo, dum verniz de turistas...).
Tenho-a visto classificada, a cidade templo de Angkor Wat, como de uma rara e avassaladora beleza, capaz de suster a respiração de qualquer admirador da natureza e da arte.


1 comentário:

bettips disse...

É aqui, é aqui que deixo a minha saudação. Empatia, se chama. Por coisas miúdas, inexpressivas para muitos, significantes para outros, nós os das velhas maravilhas. Vejo-te como um lobo solitário numa planície branca: ninguém sabe a neve que nos cobre, vai cobrindo e esfria tanto os sentimentos! Camuflados, frios e numéricos. Abraço.

 

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