domingo, 2 de novembro de 2008

A INCERTEZA...


"É a incerteza que dá cabo de mim", desabafava um apoiante de Obama. "Vai ser um efeito, mas de que magnitude?"

No fundo, estas atitudes de incerteza apontam no sentido do chamado 'efeito Bradley'.
O efeito tem o nome do democrata Tom Bradley.

O "Bradley effect" é mencionado, dada a vantagem de Barack Obama nas sondagens - se este efeito existir nestas eleições, será preciso descontar uma percentagem de inquiridos que tem vergonha de admitir que não quer votar no candidato negro. O efeito tem o nome de um político (que morreu há pouco mais de dez anos), o democrata Tom Bradley. Em 1982, o então presidente da Câmara de Los Angeles estava cinco pontos à frente do rival nas sondagens para governador da Califórnia, e já havia grandes expectativas (quase certezas, segundo as empresas de sondagens) de que seria o primeiro afro-americano a chegar a governador. Mas perdeu (por 52 mil votos em 7,5 milhões).

Ia a sair-me: espantoso!
Mas infelizmente não é.

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Hoje, curiosamente, e sem se referir explicitamente àquele efeito, também Vasco Pulido Valente deixa a sua reflexão, merecedora de apoio, na sua habitual coluna do Público, com a particularidade de o integrar num mais alargado espectro:
«Este fenómeno - o silêncio e o cumprimento formal das regras, que escondem intenções publicamente inconfessáveis - leva a suspeitar do resultado da eleição, apesar do avanço claríssimo de Obama. Mas, pior do que isso, leva a suspeitar do actual liberalismo do Ocidente. Sob a capa do "politicamente correcto", a América e a Europa não deixaram talvez nem o seu antigo racismo, nem a sua xenofobia; e continuam a execrar a homossexualidade e a lamentar a relativa "emancipação" da mulheres. Se Obama não ganhar (e espero fervorosamente que ganhe), a "tolerância" em que vivemos vai aparecer como a ilusão do século».
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