segunda-feira, 24 de novembro de 2008

QUEM NÃO DEVE...


para além do visível e expectável

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Será que o aforismo bate sempre certo?
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Nitidamente exasperado, o PR veio ontem a público defender-se, aparentemente, de acusações ou (pior ainda) insinuações acerca da sua pessoa, no respeitante ao conhecido e escandaloso caso BPN. (Um humorista diria, talvez, tratar-se de um caso com situações bpn – bem pouco nítidas!)
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Mas digo defender-se, aparentemente, para não vaticinar defender-se antecipadamente – que é aquilo para que o próprio Chefe de Estado nos empurra, talvez inconscientemente, dado todos acompanharmos o imbróglio complicadíssimo em que nunca divisámos matéria factual suficiente para tão destemperado e misterioso “desmentido”.
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Bom, a menos que algo se passe (a insinuação é, ao fim e ao cabo, da responsabilidade da atitude do Presidente) com o escamotear da única resposta que do venerando Chefe de Estado se aguarda e que respeita à manutenção, ou não, da sua confiança política no conselheiro de Estado de sua escolha e designação: Manuel Dias Loureiro.
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E porquê?
Porque, exactamente sobre esse ponto de esclarecedora importância, o Prof Cavaco Silva “aos costumes disse nada”... (Disse e, como abaixo se constata, no “post scriptum”, redisse...)
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“É certo – afirma Paulo Ferreira no editorial do Público de hoje - que em termos formais não recai hoje nenhum ónus judicial sobre Dias Loureiro. Mas pode uma personalidade nestas circunstâncias manter o seu posto de conselheiro de Estado, para onde foi escolhido com a caução da confiança do Presidente da República? Esta é a questão a que, Dias Loureiro primeiro e Cavaco Silva depois, terão que responder rapidamente”.
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Naturalmente que os portugueses pensantes e não tão distraídos quanto os governantes e ex-governantes sabem, desde antes de assumirem os seus cargos, os portugueses, repito, esperam que o Chefe Supremo das Forças Armadas e Presidente de todos os portugueses declare manter, ou não, a sua confiança naquele conselheiro de Estado (atente-se bem na alta função) e, de preferência, fundamente a sua pública atitude.
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Claro que tudo ficaria melhor esclarecido, no que ao PR respeita, com, apenas, a espontânea demissão de Dias Loureiro daquele distinto cargo.
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PS: “O Presidente da República, Cavaco Silva, afirmou hoje que «não pode pactuar com insinuações ou mentiras», justificando assim a publicação da nota oficial em que se demarca de qualquer ligação ao Banco Português de Negócios (BPN).
«Se não houvesse necessidade [de publicar a nota oficial na página da Internet da Presidência da República], eu não o fazia», afirmou o Chefe de Estado”
- telegrama Diário Digital/Lusa, das 13:50 de hoje.
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O PR veio adiantar alguma coisa à sua preocupante declaração de ontem?
Não me parece.
Cuido, antes, que se adensa o mistério (o que nem deixa de ser normal, no cidadão que hoje incorpora a veneranda figura).
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E com tudo isto, o país aguarda ser convemientemente esclarecido.
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É que, convém sublinhar, o ónus da prova de que se não está a cair em insinuações ou mentiras cabe a todos os que acerca do caso vieram a terreiro com públicas declarações...
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Ou será que estou equivocado?
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