ARTE? CREIO QUE TAMBÉM.

Foto Henry Romero/Reuters (apud PÚBLICO)

Quererá, quem, demonstrar o quê? E a quem?

CRÉDITOS ANTECIPADOS, CONFORME DESTAQUES ACIMA. Ver nota de rodapé

«Foi um recorde para o fotógrafo nova-iorquino Spencer Tunick: em mais uma paragem do seu périplo mundial, Tunick conseguiu reunir anteontem na Cidade do México entre 18 e 20 mil pessoas, mais do dobro das cerca de 7 mil que em 2003 posaram em Barcelona. Tunick escolheu como cenário os 20 mil metros quadrados do Zócalo, a zona da Praça da Constituição construída pelos conquistadores espanhóis no que era o centro político e religioso da capital azeteca. Segundo o diário mexicano La Jornada, às 4h30 de domingo já havia largas filas de pessoas pelas ruas adjacentes à Praça Maior, onde a partir das 6h30 Tunick estaria a fotografar.
“Carecas, gordos, magros, todos sem inibições, pudor ou preconceitos, despojaram-se das suas roupas e com euforia inédita posaram para o fotógrafo, que os retratou em diversas formações”, diz La Jornada. Em pé, em posição fetal e deitadas, as mais de 18 mil pessoas foram, segundo o jornal, fotografadas “de cabeça para cima, de cabeça para baixo e com as costas viradas à Catedral e de braços abertos”. Em 2003, quando fotografou em Portugal, em Santa Maria da Feira, Tunick reuniu 295 pessoas.
Vanessa Rato (in GRANDE PLANO/PÚBLICO, hoje)

Eram entre 18 e 20 mil. De ambos os sexos. Todos como Deus os “deitou” ao mundo. Só que, agora, com as evidências mais evidentes.

Arrojo?
Não, não acho.

Desinibição? Tontaria?
Sei lá... Talvez!

Arte ou folclore – caberá perguntar?

Arte? Mas sem dúvida.
Folclore? Talvez também, qb.

Só me pergunto o seguinte: o que levará (que traumas, que pesadelos, que frustrações, quantos preconceitos, quantas teias de aranha, individual e colectivamente acumuladas, sedimentadas em estratos vários de vários séculos) fotógrafo e fotografados a querer impressionar-nos (???) deste modo?

O nu – de tal maneira se banalizou – já não rende nem impressiona.

Cuido eu...

Espero que o longo braço do BB não me venha perturbar desta vez.
SOU ASSINANTE; não faço uso comercial do trabalho que apresento. E não só, pois que presto homenagem e publicito quer o artista em apreço, quer o fotógrafo desta imagem, a agência noticiosa, o jornal e a jornalista citados.
Se acaso o Sr Fernandes, ou os seus zelosos colaboradores, me retirarem o boneco, já tenho outro preparado. Não tão bom como este (não tem nada que agradecer o reforço da publicidade, senhor), mas que dá uma ideia do que se passou e do que se pretende...