DE TORRES NOVAS PARA O MUNDO

São José Almeida é uma jornalista experiente. Uma Senhora. De que alguns, obviamente, não gostam.

Ajudava-nos, hoje, SJA, no Público, a reflectir acerca do congressozinho de Torres Novas.

Desta vez comecemos pelo fim. Concluia a jornalista a sua análise:

«Resta saber se o CDS e a direita portuguesa têm mesmo maturidade para iniciar a sua clarificação ideológica, tal como por quanto tempo Paulo Portas aguenta sem oposição interna. Para mais quando foi um Portas repetitivo e sem chama o que se apresentou em Torres Novas. Ou seja, até onde Paulo Portas consegue de facto abrir a porta da direita à clarificação e simultaneamente ir mais longe como político, do que ser eternamente o campeão da mediatização, que vive obcecado com o discurso publicitário, mesmo quando se traveste em político sério, com fato risco de giz, e se apresenta grávido de Estado e empanturrado de interesse nacional. Concluindo: é preciso esperar para ver a maturidade de Portas e a maturidade da direita portuguesa, após Torres Novas.»

Só maldades. Só invenções. Só recados.

Sempre têm razão, os tais, para não gostar dela.

Note-se que se fala de um partido (é uma suponha, como diz o compadre) em que «cada tendência tem de formalizar-se com um mínimo de 500 assinaturas»!...

Vamos só pensar em tendências à séria. (Nada de extrapolações de ordem nenhuma).
Tendências

(nada de sorrisos malandrecos)

das que podem e devem ter-se em conta...

Quinhentas assinaturas?
O sr que escreveu isso deve ter-se enganado: quereria dizer cinco. Em Domingos e Dias Santos, em certas zonas mais “abertas” do inóspito interior, vá lá: 50!!!
E... E...

Quinhentas? Só se for entrando c’os irmãos (aí, os dele, do das feiras: “tá qu’eto”!), c’os cunhados e cunhadas, c’os sobrinhos e c’as sobrinhas e mail’os namorados, c’os filhos, ‘paquaninos” e tudo (os que os puderem ter), mesmo nascituros ou concepturos, e alguns amigos mais chegados, e outros por aí fora mais “closed”...

Mesmo assim? Quinhentas?
Não dava p’ra muitas tendências...

Mas afinal... Mas que tendências?
Como tendências se «a introdução da eleição directa do líder no CDS levou a que o congresso ficasse esvaziado de fulanização»... “Mordaz” (comentou um amigo meu, de lá. Qu’eu não dei por isso) concluia, logo a seguir, SJA: «em Torres Novas não se discutiram pessoas, pelo que houve espaço para discutir ideias.»

(Aliás, se eu topasse uma coisa dessas, eu não diria mordaz. Gritaria, indignado: safada!).

Foi ou não foi amiga a jornalista: “discutir ideias” (sic!)

Mas é isso: fiquei a imaginar todo aquele montão de gente, ocupando as duas assoalhadas, debruçando-se sobre ideias, à cata delas. Indo, algumas, até buscar um reforço ali ao lado à despensa!

Desculpem voltar atrás. Mas como tendências? (Falo das políticas, obviamente, que nem tenho vontade de rir). Mas terão elas deixado de ser tantas quantos os associados? Ou deixou, cada um, de ter o seu umbigo? Ou deixou, cada um deles, de se imaginar um tratado único?

Cheia da melhor vontade, SJA até escreve: «Não é por acaso que cada líder do CDS ou do PSD, de forma mais ou menos aberta, tem o seu projecto pessoal para o país.»

Cada líder? Não quereria dizer cada sócio?

É que não há, ali, uma argamassazita a unir as várias mioleiras, a dar-lhes uma certa coesão e alguma homogeneidade, já que é o “bem” e o “interesse” “comum” que estão (?) em jogo! (Entre eles... Sempre fazendo de conta)

Mesmo assim, tentando pôr um ar sério, São José Almeida pôs o dedo no axe dos pequenos neo-liberalóides...

Como é que certas figuras, duma escassa direita inteligente, não haviam de fugir a sete pés desta creche?!...